Painel Unificador Covid-19 nas favelas: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Internacional/inglês:&nbsp;[mailto:press@catcomm.org press@catcomm.org]&nbsp;+55-21-991976444
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== Notas e referências ==
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Edição atual tal como às 17h13min de 5 de fevereiro de 2024

Autoria: Painel Unificador Covid-19 nas Favelas[1]
Logo Painel Unificador das Favelas.jpg

Contexto[editar | editar código-fonte]

Painel Unificador.png

Mesmo com índices altíssimos de subnotificação, o Brasil é hoje o segundo país com o maior número de casos confirmados de Covid-19 e também no número de óbitos confirmados. O Rio de Janeiro é o segundo maior epicentro em mortes por Covid-19 no Brasil, atrás apenas de São Paulo. Porém, a taxa de mortalidade no Rio é significativamente maior quando comparada ao número de casos confirmados da capital paulista. E as favelas cariocas passaram a ser o epicentro desta infecção. 

Desde que a Covid-19 chegou ao Rio de Janeiro em março, a cidade tem visto uma curva ascendente sem sinais de estabilização. O impacto é particularmente sentido por moradores das favelas, onde uma longa lista de fatores contribui para a transmissão comunitária do vírus e a letalidade do mesmo: negligência histórica do setor público, distribuição de água insuficiente, recursos limitados, alta densidade dentro das moradias, acesso limitado a informações, impossibilidade de trabalho remoto, acesso insuficiente à testagem e cuidados médicos, alta comorbidade, entre outros fatores.

Enquanto isso, políticos brasileiros têm minimizado a pandemia. O número de testes realizados é longe do suficiente, com espera de duas semanas para marcar o exame e até um mês para saírem os resultados. A demora e a escassez do auxílio à renda tornaram quase impossível que os moradores se isolem em suas casas. Muitos—começando por autoridades públicas nacionais e locais—estão confiando em um conceito equivocado de imunidade de rebanho, já que cientistas deixam claro que essa não é uma opção para a Covid-19 nesta fase da pandemia. Na última semana, as autoridades decidiram reabrir a economia, incluindo bares e restaurantes, apesar das crescentes taxas de contágio e infecção, o que gerou um aumento no número de casos em diversas favelas cariocas

O resultado é uma crise, com disseminação do coronavírus em crescimento, porém sem um verdadeiro senso da gravidade da situação ou informação sobre onde estão os focos da doença.

Vídeo sobre o Painel[editar | editar código-fonte]

Respostas à Covid-19 Partem da Sociedade Civil nas Favelas[editar | editar código-fonte]

Nesse contexto, a responsabilidade pela prevenção e mitigação da pandemia foi deixada para a sociedade civil. E devido à extrema vulnerabilidade de seus territórios, as organizações de favelas, em particular, assumiram a tarefa. Desde março, centenas de grupos comunitários implementaram campanhas amplas de comunicação usando diversas estratégias, desde alto-falantes e graffiti, à mensagens de WhatsApp e podcasts, para informar os moradores sobre o vírus. Eles lançaram campanhas de financiamento coletivo e mobilizaram suas redes para fornecer milhares de cestas básicas aos mais atingidos pela paralisação da economia. Eles instalam pias públicas onde o acesso à água é insuficiente e publicam diariamente informações sobre o andamento da pandemia em seus territórios através de portais de notícias comunitárias e feeds de mídias sociais.

Alguns coletivos perfiféricos baseados em favelas com experiência em levantamento de dados também criaram seus próprios painéis com dados de monitoramento da doença nas comunidades, para tentar superar o déficit de informações e por terem consciência do papel dos dados em salvar vidas. O Voz das Comunidades atualiza um painel diariamente com informações de uma dúzia de favelas, a partir dos dados oficiais. A Redes da Maré registra a partir de um canal direto com os moradores os casos e mortes suspeitos e lança semanalmente o Boletim De Olho no Corona!.  

Nessa iniciativa, dezenas de organizações da sociedade civil estão juntas para responder com mais eficácia ao vácuo de dados.

O Problema dos Dados[editar | editar código-fonte]

Nesse contexto, a responsabilidade pela prevenção e mitigação da pandemia foi deixada para a sociedade civil. E devido à extrema vulnerabilidade de seus territórios, as organizações de favelas, em particular, assumiram a tarefa. Desde março, centenas de grupos comunitários implementaram campanhas amplas de comunicação usando diversas estratégias, desde alto-falantes e graffiti, à mensagens de WhatsApp e podcasts, para informar os moradores sobre o vírus. Eles lançaram campanhas de financiamento coletivo e mobilizaram suas redes para fornecer milhares de cestas básicas aos mais atingidos pela paralisação da economia. Eles instalam pias públicas onde o acesso à água é insuficiente e publicam diariamente informações sobre o andamento da pandemia em seus territórios através de portais de notícias comunitárias e feeds de mídias sociais.

Alguns coletivos perfiféricos baseados em favelas com experiência em levantamento de dados também criaram seus próprios painéis com dados de monitoramento da doença nas comunidades, para tentar superar o déficit de informações e por terem consciência do papel dos dados em salvar vidas. O Voz das Comunidades atualiza um painel diariamente com informações de uma dúzia de favelas, a partir dos dados oficiais. A Redes da Maré registra a partir de um canal direto com os moradores os casos e mortes suspeitos e lança semanalmente o Boletim De Olho no Corona!.  

Nessa iniciativa, dezenas de organizações da sociedade civil estão juntas para responder com mais eficácia ao vácuo de dados.

Introduzindo o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas[editar | editar código-fonte]

Em resposta a esse enorme problema de coleta de dados, e inspirada pelas iniciativas do Voz das Comunidades, Redes da Maré e outros coletivos e grupos que realizam contagens de dados locais, uma coalizão crescente de organizações da sociedade civil baseadas em favelas e que as apoiam se reuniu em torno da pandemia da Covid-19 e hoje lança o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas.

A organização Comunidades Catalisadoras (ComCat), que apoia mobilizadores de favelas em suas lutas há vinte anos, desenvolveu uma parceria com a Esri para criar o painel, disponível em www.favela.info. O Painel Unificador visa consolidar dados sobre casos prováveis ​​e confirmados (combinados em laranja) e mortes (em vermelho) das fontes comunitárias mencionadas acima, dezenas de relatores de favelas em toda a cidade, painéis publicados pelo governo e clippings de notícias. Ele também permite que os moradores relatem seus sintomas diretamente usando um algoritmo de verificação de sintomas, cujos resultados também aparecem no painel (em amarelo).

Veja o painel no www.favela.info.

O objetivo principal do painel é apoiar os esforços de prevenção realizados por movimentos comunitários, para informarem seus vizinhos e pressionarem por políticas públicas necessárias, além de fornecer uma visão mais precisa do impacto da pandemia nas favelas. À medida que os moradores adicionam dados de seus sintomas à plataforma, pontos quentes de contágio se tornarão visíveis, informando áreas que requerem maior atenção e esforços de campanha para que famílias fiquem em casa. Com a participação dos relatores e outras fontes, a precisão dos dados de casos e óbitos confirmados também aumentará em relação aos dados publicamente disponíveis para as favelas, gerando uma visão mais clara do verdadeiro alcance da pandemia nas favelas do Rio. No processo de desenvolvimento do painel, os organizadores também estão aprimorando o mapa público de favelas disponibilizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, considerando as imprecisões observadas pelos relatores de favelas ao reportar seus dados de Covid-19.

Embora a sociedade civil seja limitada no que pode fazer para controlar uma pandemia no contexto da negligência histórica e acumulada ao longo de gerações pelo setor público nas favelas da cidade, o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas é mais uma ferramenta que temos para diagnosticar a situação e agir de maneira mais adequada.

Coletivas de apresentação dos dados[editar | editar código-fonte]

1ª Coletiva - Lançamento do Painel Unificador (09/07/20)[editar | editar código-fonte]

 

2ª Coletiva (13/08/20)[editar | editar código-fonte]

Realização do Projeto[editar | editar código-fonte]

Realização: Comunidades Catalisadoras (ComCat)

Parceiros: Coletivo Conexões Periféricas-RPData_Labe | Fala Roça | Favela Vertical | Fórum Grita Baixada | Frente de Mobilização da Maré | Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde-ICICT/Fiocruz | Mulheres de Frente | Observatório de Favelas | PerifaConnection | Redes da Maré | SOS Providência | TETO | Voz das Comunidades

Desenvolvimento e atualizações: Esri - Environmental Systems Research Institute

Dados Demográficos: Prefeitura Rio e IBGE 2010

Tecnologia de integração: Integromat

#DadosSalvamVidas #Covid19NasFavelas #PainelUnificadorCovidNasFavelas

Contatos[editar | editar código-fonte]

Local/português: covid19nasfavelas@comcat.org +55-21-991976444

Redes da Maré: +55-21-98886-0892

Internacional/inglês: press@catcomm.org +55-21-991976444

  1. Para acessar o painel, clique aqui!