Geovani Martins: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Geovani Martins conta que morava em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando sua mãe mudou-se com ele para o Vidigal, favela na Zona Sul da cidade<sup>[https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/16/cultura/1568657421_834925.html 2]</sup>. A mudança para o Vidigal o aproximou de eventos e equipamentos culturais concentrados nessa parte do Rio de Janeiro, antes distantes de sua residência. Em sua trajetória acadêmica, Geovani não concluiu o ensino médio, mas teria adquirido o gosto pela leitura devido aos incentivos de sua mãe<sup>[https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/16/cultura/1568657421%20834925.html 3]</sup>.
Geovani Martins conta que morava em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando sua mãe mudou-se com ele para o Vidigal, favela na Zona Sul da cidade<sup>[https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/16/cultura/1568657421_834925.html 2]</sup>. A mudança para o Vidigal o aproximou de eventos e equipamentos culturais concentrados nessa parte do Rio de Janeiro, antes distantes de sua residência. Em sua trajetória acadêmica, Geovani não concluiu o ensino médio, mas teria adquirido o gosto pela leitura devido aos incentivos de sua mãe<sup>[https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/16/cultura/1568657421%20834925.html 3]</sup>.


"Meu processo de formação foi em Bangu. Quando mudei para a Zona Sul, achei a separação entre morro e asfalto muito mais evidente. Acho que essa sensação de estranhamento que tive ao mudar é a gênese dos contos, deixou o meu olhar mais atento para as diferenças" (Martins, 2018)
'''''Meu processo de formação foi em Bangu. Quando mudei para a Zona Sul, achei a separação entre morro e asfalto muito mais evidente. Acho que essa sensação de estranhamento que tive ao mudar é a gênese dos contos, deixou o meu olhar mais atento para as diferenças (Martins, 2018)'''''


Em 2015, Geovani recebeu um convite para a Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP), evento para o qual retornou em 2017 com seu primeiro livro quase pronto. Nele, foi indicado pelo escritor Antonio Prata para um dos editores da Companhia das Letras. Antes de seguir a carreira de escritor, Geovani trabalhou como garçom e "homem-placa". Esses trabalhos, inclusive, aparecem como ocupações de seus personagens em ''O Sol na Cabeça'' e ''Via Ápia''.
Em 2015, Geovani recebeu um convite para a Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP), evento para o qual retornou em 2017 com seu primeiro livro quase pronto. Nele, foi indicado pelo escritor Antonio Prata para um dos editores da Companhia das Letras. Antes de seguir a carreira de escritor, Geovani trabalhou como garçom e "homem-placa". Esses trabalhos, inclusive, aparecem como ocupações de seus personagens em ''O Sol na Cabeça'' e ''Via Ápia''.
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== Obras ==
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"Esse livro tem a função de tentar discutir que política é essa de guerra às drogas que mata mais do que o consumo das drogas. É uma coisa paralela que estou sempre trabalhando, entre um capítulo e outro. Tento contar a história de um panorama sobre quantas camadas de violência estamos falando. São pequenas coisas que vão acontecendo, pequenos espaços que os personagens vão perdendo. Medos, inseguranças que surgem a partir dessa chegada." (Martins, 2022)
"Esse livro tem a função de tentar discutir que política é essa de guerra às drogas que mata mais do que o consumo das drogas. É uma coisa paralela que estou sempre trabalhando, entre um capítulo e outro. Tento contar a história de um panorama sobre quantas camadas de violência estamos falando. São pequenas coisas que vão acontecendo, pequenos espaços que os personagens vão perdendo. Medos, inseguranças que surgem a partir dessa chegada." (Martins, 2022)


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== Referências ==
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TORRES,  Bolívar.  Quem  é  o  jovem  Geovani  Martins,  a  nova  aposta  da  literatura nacional. O  Globo,  Rio  de  Janeiro,  02  de  mar. de 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/quem-o-jovem-geovani-martins-nova-aposta-da-literatura-nacional-22448355. Acesso em: 01 de abr. 2024.
TORRES,  Bolívar.  Quem  é  o  jovem  Geovani  Martins,  a  nova  aposta  da  literatura nacional. O  Globo,  Rio  de  Janeiro,  02  de  mar. de 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/quem-o-jovem-geovani-martins-nova-aposta-da-literatura-nacional-22448355. Acesso em: 01 de abr. 2024.
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Resumo[editar | editar código-fonte]

Geovani Martins é um escritor carioca nascido em 1991. Ele publicou a coletânea de contos O Sol na Cabeça (2018) e o romance Via Ápia (2022) pela editora Companhia das Letras. Em seus livros, explora o cotidiano dos moradores de favelas e periferias cariocas, tratando de temas como violência policial, desigualdades econômicas, busca por empregos, lazer, preconceito racial e o uso e comércio de drogas ilícitas.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Geovani Martins conta que morava em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando sua mãe mudou-se com ele para o Vidigal, favela na Zona Sul da cidade2. A mudança para o Vidigal o aproximou de eventos e equipamentos culturais concentrados nessa parte do Rio de Janeiro, antes distantes de sua residência. Em sua trajetória acadêmica, Geovani não concluiu o ensino médio, mas teria adquirido o gosto pela leitura devido aos incentivos de sua mãe3.

Meu processo de formação foi em Bangu. Quando mudei para a Zona Sul, achei a separação entre morro e asfalto muito mais evidente. Acho que essa sensação de estranhamento que tive ao mudar é a gênese dos contos, deixou o meu olhar mais atento para as diferenças (Martins, 2018)

Em 2015, Geovani recebeu um convite para a Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP), evento para o qual retornou em 2017 com seu primeiro livro quase pronto. Nele, foi indicado pelo escritor Antonio Prata para um dos editores da Companhia das Letras. Antes de seguir a carreira de escritor, Geovani trabalhou como garçom e "homem-placa". Esses trabalhos, inclusive, aparecem como ocupações de seus personagens em O Sol na Cabeça e Via Ápia.

Obras[editar | editar código-fonte]

O Sol na Cabeça[editar | editar código-fonte]

O primeiro livro de Geovani foi O Sol na Cabeça, uma coletânea de contos lançada em 2018 pela Companhia das Letras. Composto por trezes contos, o livro narra experiências de jovens e crianças em diversas partes do Rio de Janeiro, passando por Jacarezinho, Rocinha, Bangu, Padre Miguel, Gávea e Barra da Tijuca. Ainda em seu ano de lançamento, foi anunciado que o livro viraria filme, contando com a direção do cineasta Karim Aïnouz4.

Via Ápia[editar | editar código-fonte]

Publicado em 2022, Via Ápia é o segundo livro de Geovani pela Companhia das Letras. A obra narra as experiências de cinco jovens moradores da Rocinha em meio ao processo de instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela, entre os anos de 2011 e 2012. O nome do livro homenageia uma das ruas mais movimentadas do bairro, também chamada de Via Ápia. Em entrevista para a Revista Vogue5, Geovani apontou algumas das principais questões do seu livro:

"Esse livro tem a função de tentar discutir que política é essa de guerra às drogas que mata mais do que o consumo das drogas. É uma coisa paralela que estou sempre trabalhando, entre um capítulo e outro. Tento contar a história de um panorama sobre quantas camadas de violência estamos falando. São pequenas coisas que vão acontecendo, pequenos espaços que os personagens vão perdendo. Medos, inseguranças que surgem a partir dessa chegada." (Martins, 2022)

Referências[editar | editar código-fonte]

Companhia das Letras. Geovani Martins. Disponível em: https://www.companhiadasletras.com.br/colaborador/05880/geovani-martins. Acesso em: 01 de abr. 2024.

COSTA, Bruno. Via Ápia: segundo livro de Geovani Martins narra a vida de jovens moradores da Rocinha. Revista Vogue, 29 de set, 2022. Disponível em: https://vogue.globo.com/cultura/livros/noticia/2022/09/via-apia-segundo-livro-de-geovani-martins.ghtml. Acesso em: 01 de abr. 2024

GORTÁZAR, Naiara Galarraga. Geovani Martins: “Percebi que era negro na Flip, porque era o único”. El País, 17 de set. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/16/cultura/1568657421_834925.html. Acesso em: 01 de abr. 2024.

REIS FILHO, M. de M. Cidades, Possibilidades e Violências: o Rio de Janeiro em O Sol na Cabeça (2018). ILUMINURAS, Porto Alegre, v. 22, n. 58, 2021. DOI: 10.22456/1984-1191.118005. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/118005. Acesso em: 1 abr. 2024.

SILVA, Michel Fala Roça. Novo livro de Geovani Martins, ‘Via Ápia’ fala sobre juventude e vida na Rocinha. Fala Roça, 07 de out. 2022. Disponível em: https://falaroca.com/geovani-martins-via-apia-livro/. Acesso em: 01 de abr. 2024.

STYCER, Clarissa. O filme de O Sol na Cabeça. O Globo, 18 de abr. 2018. Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/o-filme-de-o-sol-na-cabeca.html. Acesso em: 01 de abr. 2024.

TORRES, Bolívar. Quem é o jovem Geovani Martins, a nova aposta da literatura nacional. O Globo, Rio de Janeiro, 02 de mar. de 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/quem-o-jovem-geovani-martins-nova-aposta-da-literatura-nacional-22448355. Acesso em: 01 de abr. 2024.