Bancada Negra de Porto Alegre: mudanças entre as edições
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Daiana (PCdoB) foi eleita em sua primeira candidatura. Formada pela UFRGS, é educadora social e sanitarista. Lésbica e periférica, a vereadora possui forte atuação comunitária no Morro Santana, conhecido bairro de Porto Alegre que concentra diversas vilas da cidade. Daiana e Bruna integram a primeira e única bancada partidária totalmente negra e feminina da CMPA. | Daiana (PCdoB) foi eleita em sua primeira candidatura. Formada pela UFRGS, é educadora social e sanitarista. Lésbica e periférica, a vereadora possui forte atuação comunitária no Morro Santana, conhecido bairro de Porto Alegre que concentra diversas vilas da cidade. Daiana e Bruna integram a primeira e única bancada partidária totalmente negra e feminina da CMPA. | ||
Edição das 13h43min de 17 de janeiro de 2022
Nas eleições municipais de 2020, a cidade de Porto Alegre - capital do Rio Grande do Sul - elegeu, pela primeira vez em sua história, uma bancada formada por vereadoras e vereadores negros em sua Câmara Municipal. A casa legislativa já havia contado com a presença de outros parlamentes negros. No entanto, seus mandatos foram exercidos de maneira solitária - não havendo outros colegas de mesma cor. A inédita bancada de cinco vereadores reuniu mais de 40 mil votos nas eleições proporcionais da cidade e, dentre os eleitos, possuem a candidata mais votada da eleição, Karen Santos (PSOL), além de três de seus integrantes figurarem as dez melhores votações daquele ano - o que ilustra a expressiva adesão a tais candidaturas. O grupo eleito possui certo alinhamento político, se concentrando no espectro de esquerda da capital gaúcha - e, apesar de terem apoiado candidatas diferentes no primeiro turno das eleições majoritárias, todos declararam apoio à candidata Manuela D'Ávila (PCdoB) no segundo turno daquele em Porto Alegre. Essas semelhanças possibilitaram ao grupo uma atuação conjunta de seus mandatos, tendo a questão da raça como eixo central dos posicionamentos da bancada.
Conheça os integrantes da bancada negra de Porto Alegre[1]
Karen Santos
Com 15.702 votos, a professora de Educação Física Karen Santos, 32 anos, foi eleita a vereadora mais votada da capital dos gaúchos. Integrante do movimento Alicerce (grupo que utiliza a legenda do PSOL para participar das disputas parlamentares), Karen atuou no movimento estudantil, tendo integrado a Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DCE UFRGS).
Matheus Gomes
Historiador, Matheus é formado pela UFRGS e fez parte do movimento pró-cotas na mesma universidade. Ganhou destaque nas manifestações de junho de 2013, tornando-se uma personalidades dos movimentos que integravam o Bloco de Lutas pelo Transporte Público à época. Atuou no DCE UFRGS e é militante do movimento negro. O vereador, está filiado ao PSOL, legenda na qual foi eleito. Sua votação foi bastante expressiva, tendo sido o quinto vereador mais votado de Porto Alegre.
Laura Sito
Laura é formada em jornalismo pela UFRGS e, no momento de sua campanha, encontrava-se grávida. Em significativa parte de sua militância esteve inserida no movimento estudantil, além de ser militante feminista e do movimento negro. A vereadora, eleita pelo PT, já havia atuado na casa legislativa da cidade, tendo sido eleita suplente nas eleições de 2012. Nessa oportunidade, apresentou o projeto que institui o Programa Municipal de Enfrentamento e Prevenção Doméstica e Familiar, Sexual e de Gênero Contra a Mulher nas escolas municipais.
Bruna Rodrigues
Bruna é mãe e estudante de Administração Pública e Social pela UFRGS. Nascida na Grande Cruzeiro - tradicional complexo de vilas da capital gaúcha -, a vereadora do PCdoB tem sua trajetória marcada por lutas em torno das pautas comunitárias, tendo presidido a União das Associações de Moradores de Porto Alegre (UAMPA). Suas pautas estão relacionadas a luta das periferias por acesso a serviços públicos, como saúde e educação.
Daiana Santos
Daiana (PCdoB) foi eleita em sua primeira candidatura. Formada pela UFRGS, é educadora social e sanitarista. Lésbica e periférica, a vereadora possui forte atuação comunitária no Morro Santana, conhecido bairro de Porto Alegre que concentra diversas vilas da cidade. Daiana e Bruna integram a primeira e única bancada partidária totalmente negra e feminina da CMPA.
Ameaças contra a bancada negra em Porto Alegre[2]
Desde o início da legislatura, a bancada vem sendo hostilizada por colegas de vereança, bem como por militantes da extrema direita da cidade. O grupo já recebeu ameaças de morte via e-mail, às quais foram denunciadas pelos mesmos na Delegacia de Crimes Cibernéticos de Porto Alegre.