A cor púrpura - Djonga (música): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Nascido na Favela do Índio, em Belo Horizonte, Djonga foi criado nas ruas dos bairros São Lucas e Santa Efigênia, na Região Leste da capital mineira. É filho de Ronaldo Marques e Rosângela Pereira Marques. Sua avó Maria Eni Viana é tida como uma grande referência em sua vida.
Nascido na Favela do Índio, em Belo Horizonte, Djonga foi criado nas ruas dos bairros São Lucas e Santa Efigênia, na Região Leste da capital mineira. É filho de Ronaldo Marques e Rosângela Pereira Marques. Sua avó Maria Eni Viana é tida como uma grande referência em sua vida.


Com grande influência da família, Djonga tomou gosto por música desde cedo, tendo crescido ouvindo diversos estilos musicais e artistas — de Milton Nascimento aos Racionais MCs, de Cartola à Mariah Carey. Com o tempo, foi tomando suas predileções musicais — principalmente por funk e rap — e se inspirando na obra de Cazuza, Janis Joplin, Elis Regina, Elza Soares, Jimi Hendrix, MC Smith e, sobretudo, Mano Brown.
Com grande influência da família, Djonga tomou gosto por música desde cedo, tendo crescido ouvindo diversos estilos musicais e artistas — de Milton Nascimento aos [[Racionais MC's|Racionais MCs]], de Cartola à Mariah Carey. Com o tempo, foi tomando suas predileções musicais — principalmente por funk e rap — e se inspirando na obra de Cazuza, Janis Joplin, Elis Regina, Elza Soares, Jimi Hendrix, MC Smith e, sobretudo, Mano Brown.


Chegou a cursar história na Universidade Federal de Ouro Preto até o sétimo período, ficando próximo de se formar. No entanto, começou a fazer sucesso como rapper e decidiu seguir a carreira, abandonando a faculdade.
Chegou a cursar história na Universidade Federal de Ouro Preto até o sétimo período, ficando próximo de se formar. No entanto, começou a fazer sucesso como rapper e decidiu seguir a carreira, abandonando a faculdade.

Edição das 17h11min de 26 de dezembro de 2022

Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir da canção desenvolvida pelo Djonga.
A cor púrpura

Em "A Cor Púrpura" e "Em Quase Tudo", o artista reflete sobre a masculinidade a partir das relações com seu pai e seu filho, tentando desmontar padrões de comportamento nocivos.

Sobre o artista

Gustavo Pereira Marques (Belo Horizonte, 4 de junho de 1994), mais conhecido pelo nome artístico Djonga, é um rapper, escritor e compositor brasileiro. Considerado um dos nomes mais influentes do rap na atualidade, o artista chama a atenção por sua lírica afiada, marginalizada e agressiva e por suas fortes críticas sociais nas letras.

Nascido na Favela do Índio, em Belo Horizonte, Djonga foi criado nas ruas dos bairros São Lucas e Santa Efigênia, na Região Leste da capital mineira. É filho de Ronaldo Marques e Rosângela Pereira Marques. Sua avó Maria Eni Viana é tida como uma grande referência em sua vida.

Com grande influência da família, Djonga tomou gosto por música desde cedo, tendo crescido ouvindo diversos estilos musicais e artistas — de Milton Nascimento aos Racionais MCs, de Cartola à Mariah Carey. Com o tempo, foi tomando suas predileções musicais — principalmente por funk e rap — e se inspirando na obra de Cazuza, Janis Joplin, Elis Regina, Elza Soares, Jimi Hendrix, MC Smith e, sobretudo, Mano Brown.

Chegou a cursar história na Universidade Federal de Ouro Preto até o sétimo período, ficando próximo de se formar. No entanto, começou a fazer sucesso como rapper e decidiu seguir a carreira, abandonando a faculdade.

Vídeo

Letra

Querido Deus

Uma pessoa me tocou sem eu querer

E ainda me convenceu que eu gostava

Molhou com seu suor minha pele infantil

E secou minhas lágrimas sempre que eu chorava

É, numa tarde chuvosa tudo começou

Ó, um sorriso amarelo sempre que acabava

E temente ao Senhor, gente que sempre louva

Igual quem roubou o Luva, mano, sem palavras

Ei, querido Deus

Uma pessoa me tocou sem eu querer

Usava farda e foi um tapa na cara

É, 15 anos depois e ainda não sei porquê

Tava eu e mó bondão, tinha uma mão pra cada

Pra mim foi tipo: Acorda, isso aqui num é sua casa

Foi tipo: Entende, neguin, nem sua casa é sua casa

Foi tipo: Entende bem, ó, você pra nós é coisa

Vai tá sempre no erro e não importa a causa

É, querido Deus

Um homem matou outro homem por coisas que mamãe diz que são coisas de homem

Esse foi o primeiro contato verdadeiro

Que eu tive com o que me parece que é ser um homem

Um garoto me tocou e era um chute, um soco

Disse: Meu pai que me ensinou, achei aquilo um saco

Até tentei resolver de um jeito um pouco fofo

Quando pude perceber, tinha me adaptado

E foi assim que eu me vi

Tu é igual nós

Dói igual em todo mundo, mano

E foi assim que eu me vi

Tu é igual nós

Dói igual em todo mundo, mano

E querido Deus

Hoje eu sou o bala, o rumo dos flash

O dono da bola, no meu bolso, cash

No meu pulso, um Aqua, Lange meia Lua

No pé, o 12 mola, joga aqui, que é olé

As paty dando: Olá, balão com Marlboro é

O que traz a braba

Pra elas, o preto, pra eles, o cara

Não curei minhas ferida, eu só escondi as marca

Hoje nós não pipoca e resolve no pipoco

Num gosta de fofoca, num olha mulher dos outro

Tipo nem cumprimenta, mas se fica bem louco

É uma olhada nojenta, piada de mau gosto

No meio de tanta puta, eu escolhi a dedo

Aquela que mais me olhava com olhar de medo

Manos que não questionem a minha hierarquia

Prefiram morrer que correr e saibam guardar segredo

É, querido Deus

Aqui em casa, somos três agora

Nós somos quatro agora

E um de nós me disse que alguém o tocou

Foi uma mordida, ele tava na escola

É, foi gente querida, foi tipo gente nossa

Foi gente igual ele, tipo, foi gente nova

Mas pega esse moleque e faz seu nome, neguin

Filho meu não vai ficar de piada na roda

Ele mexe a cabeça em sinal de negativo

O silêncio fala, o mundo chama pra fora

Nasci de novo, será o fim de um ciclo?

Querido Deus

Acho que alguém me tocou agora

E foi assim que eu me vi

Tu é igual nós

Dói igual em todo mundo, mano

E foi assim que eu me vi

Tu é igual nós

Dói igual em todo mundo, mano

Ficha Técnica

Voz: Djonga e Sarah Guedes

Produção: Rapaz do Dread

Mix/Master: Arthur Luna Beccaris

Produção Executiva: A Quadrilha

Direção Criativa: Djonga e Alvaro Benevente (Alvinho) Lyric

Vídeo: Alvaro Benevente (Alvinho)

Capa: Foto: Marconi Henrique (@coniiin)

Assistente de Fotografia: Hugo Blender (@estadodamente) e Leonardo Mota (@psicopapa)

Modelos: Gabriela Martins (@grl.gaby) e Rayane Caldeira (@raycaldeira)

Produção: Gabriel Pacheco e Paulo Correa

Assitente de Produção: Maria Luiza Tamietti (@malutamietti), Luiza Alves (@luavs_) e Leonardo Roberto (@leogordo244)

Figurino : Eduardo Dhug(@dhug2_zl)

Assistente de figurino: Amanda agomide (@mandssmands), Sophia Zorzi (@zorzisophia) e Gisele Reis (@giselereisx)

Cabelo: Gisele Reis (@giselereisx) Maquiagem: Gisele Reis (@giselereisx)

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Favela é Resistência em sua essência

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