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A Comunidade Anita Garibaldi, também conhecida como “Favela do Jagatá” ou somente “Jagatá”, é uma comunidade localizada na Região de Bonsucesso, | A [[Comunidade Anita Garibaldi]], também conhecida como “Favela do Jagatá” ou somente “Jagatá”, é uma comunidade localizada na Região de Bonsucesso, no município de Guarulhos, no estado de São Paulo. Nos anos 2000, foi uma das maiores ocupações organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). | ||
Autoria: Peterson Mendes Paulino | Autoria: Peterson Mendes Paulino | ||
== História == | == História == | ||
A formação do Anita Garibaldi está relacionada à atuação dos movimentos por moradia na cidade de Guarulhos. O planejamento para a ocupação do terreno de aproximadamente 1.139.000 mil metros quadrados, começou | A formação do Anita Garibaldi está relacionada à atuação dos movimentos por [[moradia]] na cidade de Guarulhos. O planejamento para a ocupação do terreno de aproximadamente 1.139.000 mil metros quadrados, começou alguns anos antes, em 1998, a partir da experiência de outras ocupações do [[Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)]]. Na madrugada do dia 19 de Maio de 2001, cerca de 300 famílias ocuparam o terreno, dando início ao assentamento Anita Garibaldi. | ||
[[Arquivo:449971699 2645867722261949 3731252704446448111 n.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|480x480px|Assembléia dos assentados do Anita Garibaldi. Sem Data. Fotografia: Anita Garibaldi (Facebook) ]] | [[Arquivo:449971699 2645867722261949 3731252704446448111 n.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|480x480px|Assembléia dos assentados do Anita Garibaldi. Sem Data. Fotografia: Anita Garibaldi (Facebook) ]] | ||
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De acordo com o estudo do geógrafo Nilton César Gama (2010), a região da Zona Leste de Guarulhos foi uma das que mais ocorreram movimentos de ocupação, sendo a do Anita Garibaldi uma das mais expressivas. (Gama, 2010, p. 179). Ao passo que ocorreu a ocupação, a repressão policial se iniciou com mandados de reintegração de posse e ameaças aos assentados. Paralelamente a isso, a imprensa da cidade de Guarulhos começou a disseminar boatos sobre o acampamento, colocando como um local de “prostituição”, “drogas” e “violência”. | De acordo com o estudo do geógrafo Nilton César Gama (2010), a região da Zona Leste de Guarulhos foi uma das que mais ocorreram movimentos de ocupação, sendo a do Anita Garibaldi uma das mais expressivas. (Gama, 2010, p. 179). Ao passo que ocorreu a ocupação, a repressão policial se iniciou com mandados de reintegração de posse e ameaças aos assentados. Paralelamente a isso, a imprensa da cidade de Guarulhos começou a disseminar boatos sobre o acampamento, colocando como um local de “prostituição”, “drogas” e “violência”. | ||
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No processo de ocupação do terreno, houve a participação de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) que auxiliaram no processo de estruturação do acampamento. O acampamento era composto por uma farmácia, cozinha comunitária, escola comunitária, e os lotes eram divididos com o auxílio dos jovens da FAUUSP. <blockquote> | No processo de ocupação do terreno, houve a participação de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) que auxiliaram no processo de estruturação do acampamento. O acampamento era composto por uma farmácia, cozinha comunitária, escola comunitária, e os lotes eram divididos com o auxílio dos jovens da FAUUSP. <blockquote> | ||
[[Arquivo:559766 126738294174917 1984747078 n.jpg|miniaturadaimagem|597x597px|Comunidade Anita Garibaldi em meados dos anos 2000. Fotografia: Anita Garibaldi (Facebook) ]] | |||
Em 2018, a prefeitura de Guarulhos deu início ao processo de regularização fundiário do terreno. De acordo com a reportagem do Jornal Guarulhos Hoje (2018), a regularização de terreno foi a primeira da história da cidade. </blockquote> | Em 2018, a prefeitura de Guarulhos deu início ao processo de regularização fundiário do terreno. De acordo com a reportagem do Jornal Guarulhos Hoje (2018), a regularização de terreno foi a primeira da história da cidade. </blockquote> | ||
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== Documentários sobre a Comunidade Anita Garibaldi == | == Documentários sobre a Comunidade Anita Garibaldi == | ||
''' | '''Anita Garibaldi, um acampamento.(2013)''' Youtube. 14 min. Disponível em: [https://www.youtube.com/watch?v=rXAx7OPnxN0 Anita Garibaldi, um acampamento] | ||
'''Ocupação Anita Garibaldi. (2001).''' Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). 9 min. Filme. Disponível em: [https://www.youtube.com/watch?v=Qdl7Xyzs3iY Ocupação Anita Garibaldi] | |||
== Referências Bibliográficas == | == Referências Bibliográficas == | ||
BENOIT, Héctor A. “'''O assentamento Anita Garibaldi”'''. Boitempo, v.1, n.14. 2002. Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/entrevista6entrevista1.pdf>. Acesso em: 07 Junho, 2024. | BENOIT, Héctor A. “'''O assentamento Anita Garibaldi”'''. Boitempo, v.1, n.14. 2002. Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/entrevista6entrevista1.pdf>. Acesso em: 07 Junho, 2024. | ||
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SANTOS, Carlos José Ferreira dos. '''Guarulhos: espaços identitários sob a mundialização'''. São Paulo, 2004. 252 p. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo FAU – Universidade de São Paulo – USP. Disponível em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11112022-125904/pt-br.php>. Acesso em: 07 Julho, 2024 | SANTOS, Carlos José Ferreira dos. '''Guarulhos: espaços identitários sob a mundialização'''. São Paulo, 2004. 252 p. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo FAU – Universidade de São Paulo – USP. Disponível em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11112022-125904/pt-br.php>. Acesso em: 07 Julho, 2024 | ||
== Ver também == | |||
* [[União por Moradia Popular do Rio de Janeiro]] | |||
* [[Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1]] | |||
* [[De teto e chão não abrimos mão]] | |||
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]] | |||
[[Categoria:Temática - Associativismo e Movimentos Sociais]] | |||
[[Categoria:Ocupações]] | |||
[[Categoria:Moradia]] | |||
[[Categoria:Movimento dos Trabalhadores Sem Teto]] | |||
[[Categoria:Guarulhos]] | |||
[[Categoria:São Paulo]] |
Edição das 18h27min de 24 de setembro de 2024
A Comunidade Anita Garibaldi, também conhecida como “Favela do Jagatá” ou somente “Jagatá”, é uma comunidade localizada na Região de Bonsucesso, no município de Guarulhos, no estado de São Paulo. Nos anos 2000, foi uma das maiores ocupações organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Autoria: Peterson Mendes Paulino
História
A formação do Anita Garibaldi está relacionada à atuação dos movimentos por moradia na cidade de Guarulhos. O planejamento para a ocupação do terreno de aproximadamente 1.139.000 mil metros quadrados, começou alguns anos antes, em 1998, a partir da experiência de outras ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Na madrugada do dia 19 de Maio de 2001, cerca de 300 famílias ocuparam o terreno, dando início ao assentamento Anita Garibaldi.
De acordo com o estudo do geógrafo Nilton César Gama (2010), a região da Zona Leste de Guarulhos foi uma das que mais ocorreram movimentos de ocupação, sendo a do Anita Garibaldi uma das mais expressivas. (Gama, 2010, p. 179). Ao passo que ocorreu a ocupação, a repressão policial se iniciou com mandados de reintegração de posse e ameaças aos assentados. Paralelamente a isso, a imprensa da cidade de Guarulhos começou a disseminar boatos sobre o acampamento, colocando como um local de “prostituição”, “drogas” e “violência”.
No processo de ocupação do terreno, houve a participação de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) que auxiliaram no processo de estruturação do acampamento. O acampamento era composto por uma farmácia, cozinha comunitária, escola comunitária, e os lotes eram divididos com o auxílio dos jovens da FAUUSP.
Em 2018, a prefeitura de Guarulhos deu início ao processo de regularização fundiário do terreno. De acordo com a reportagem do Jornal Guarulhos Hoje (2018), a regularização de terreno foi a primeira da história da cidade.
Logradouros
As ruas do Anita Garibaldi homenageiam lideranças politicas e sociais nas áreas da educação, meio ambiente, na luta contra a escravidão e a Ditadura Militar, e se relacionam também com a memória das conquistas dos moradores pela terra e pelo direito à moradia digna. Dentre os nomes dos logradouros estão: Rua Paulo Freire, Rua Zumbi dos Palmares, Travessa Hélder Câmara, Rua Carlos Lamarca, Rua Terra Nossa, Praça da Vitória, etc.
Transporte
Atualmente não há linhas de ônibus que circulam dentro da comunidade. Os moradores acessam os ônibus pela Avenida Florestan Fernandes, logradouro que corta o Anita Garibaldi e o Jardim Santa Paula, ou se deslocam para a Avenida José Rangel Filho no Ponte Alta.
As linhas próximas de ônibus da comunidade são: 441 JARDIM SANTA PAULA / JARDIM SANTA CLARA (Via Taboão), Linha 490EX TERMINAL SÃO JOÃO -TERMINAL PIMENTAS (VIA LAVRAS E JD. PONTE ALTA), Linha 420- JD. SANTA PAULA / CENTRO (via Monteiro) e Linha 410- JD. SANTA PAULA / CENTRO (via Dutra).
Imagens do Anita Garibaldi
Documentários sobre a Comunidade Anita Garibaldi
Anita Garibaldi, um acampamento.(2013) Youtube. 14 min. Disponível em: Anita Garibaldi, um acampamento
Ocupação Anita Garibaldi. (2001). Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). 9 min. Filme. Disponível em: Ocupação Anita Garibaldi
Referências Bibliográficas
BENOIT, Héctor A. “O assentamento Anita Garibaldi”. Boitempo, v.1, n.14. 2002. Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/entrevista6entrevista1.pdf>. Acesso em: 07 Junho, 2024.
FREITAS, Carolina. 20 anos do MTST: Um formigueiro contra o neoliberalismo. Esquerda Online. São Paulo, 10 de Dezembro de 2017. Disponível em: <https://mtst.org/mtst/20-anos-do-mtst-um-formigueiro-contra-o-neoliberalismo/>.
GAMA, Nilton César de Oliveira. O processo de conformação da periferia urbana no município de Guarulhos: os loteamentos periféricos como (re)produção de novas espacialidades e lugar de reprodução da força de trabalho. 2010. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-04022010-100806/en.php>. Acesso em: 07 Julho, 2024.
GUARULHOS HOJE. Prefeitura inicia regularização fundiária do Anita Garibaldi. Guarulhos, 2018. Disponível em: <https://www.guarulhoshoje.com.br/2018/05/24/prefeitura-inicia-regularizacao-fundiaria-do-anita-garibaldi/> Acesso em: 07 Julho, 2024.
PAULINO, Peterson Mendes. Comunidade Anita Garibaldi: História, Lutas Sociais e Resistência na Periferia de Guarulhos. Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico. Guarulhos, 2024. Disponível em: < https://aapah.org.br/comunidade-anita-garibaldi/>. Acesso em: 07 Julho, 2024.
RODRIGUES, Jaime (Org.) Dicionário Histórico de Nomes das ruas de Guarulhos. 2° edição, 2020. Guarulhos. Departamento de História/EFLCH/UNIFESP. 302 p. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/15coEKOp3rHNbparSUJpswVfrwwvD-3X3/view>. Acesso em: 07 de Julho, 2024.
SANTOS, Carlos José Ferreira dos. Guarulhos: espaços identitários sob a mundialização. São Paulo, 2004. 252 p. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo FAU – Universidade de São Paulo – USP. Disponível em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11112022-125904/pt-br.php>. Acesso em: 07 Julho, 2024