Campanha Jovem Negro Vivo: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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[[File:Jovem negro vivo.png|frameless|left|middle]]A [https://anistia.org.br/entre-em-acao/peticao/chegadehomicidios/ Campanha '''Jovem Negro Vivo''']&nbsp;foi&nbsp;idealizada e lançada em 2012 pela <u>Anistia Internacional Brasil</u>&nbsp;como forma de&nbsp;manifesto pelo fim da violência contra juventude negra.&nbsp; &nbsp; “T''emos dois objetivos. O principal é desnaturalizar esse alto índice de homicídios e dos jovens negros em particular; o outro é romper a indiferença das pessoas em relação a isso”, explica o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello. De acordo com o Mapa da Violência, realizado com base em dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, morreram 80% mais jovens negros do que brancos em 2002. E, em 2012, a diferença mais que dobrou: 169%.'' <p style="text-align: justify;">''A taxa de jovens brancos vítimas de homicídio foi de 30,1 para cada 100 mil jovens brancos. Já a de negros foi de 80,7 por 100 mil. “As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas''”, afirma o manifesto.</p>  
 
[[File:Jovem negro vivo.png|frameless|left|middle|Jovem negro vivo.png]]A [https://anistia.org.br/entre-em-acao/peticao/chegadehomicidios/ Campanha '''Jovem Negro Vivo''']&nbsp;foi&nbsp;idealizada e lançada em 2012 pela <u>Anistia Internacional Brasil</u>&nbsp;como forma de&nbsp;manifesto pelo fim da violência contra juventude negra.&nbsp; &nbsp; “T''emos dois objetivos. O principal é desnaturalizar esse alto índice de homicídios e dos jovens negros em particular; o outro é romper a indiferença das pessoas em relação a isso”, explica o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello. De acordo com o Mapa da Violência, realizado com base em dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, morreram 80% mais jovens negros do que brancos em 2002. E, em 2012, a diferença mais que dobrou: 169%.''
<p style="text-align: justify;">''A taxa de jovens brancos vítimas de homicídio foi de 30,1 para cada 100 mil jovens brancos. Já a de negros foi de 80,7 por 100 mil. “As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas''”, afirma o manifesto.</p>  
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= O manifesto =
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<article><p style="text-align: justify;">O Brasil é o país onde mais se mata no mundo, superando muitos países em situação de guerra. Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.</p> <p style="text-align: justify;">Mais absurdo que estes números, só a indiferença.</p> <p style="text-align: justify;">A morte não pode ser o destino de tantos jovens, especialmente quando falamos de jovens negros. As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas.</p> <p style="text-align: justify;">'''O destino de todos os jovens é viver.'''</p> <p style="text-align: justify;">'''Você se importa?'''</p> <p style="text-align: justify;">Eu me importo!</p> <p style="text-align: justify;">Quero que as autoridades brasileiras assegurem aos jovens negros seu direito a uma vida livre de preconceito e de violência. E priorizem políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana, entre outras.</p> <p style="text-align: justify;">'''Eu quero ver os jovens vivos!'''</p> <p style="text-align: justify;">'''Chega de homicídios!'''</p> </article>  
<p style="text-align: justify;">O Brasil é o país onde mais se mata no mundo, superando muitos países em situação de guerra. Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.</p> <p style="text-align: justify;">Mais absurdo que estes números, só a indiferença.</p> <p style="text-align: justify;">A morte não pode ser o destino de tantos jovens, especialmente quando falamos de jovens negros. As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas.</p> <p style="text-align: justify;">'''O destino de todos os jovens é viver.'''</p> <p style="text-align: justify;">'''Você se importa?'''</p> <p style="text-align: justify;">Eu me importo!</p> <p style="text-align: justify;">Quero que as autoridades brasileiras assegurem aos jovens negros seu direito a uma vida livre de preconceito e de violência. E priorizem políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana, entre outras.</p> <p style="text-align: justify;">'''Eu quero ver os jovens vivos!'''</p> <p style="text-align: justify;">'''Chega de homicídios!'''</p>  
= Repercussões =
= Repercussões =
<p style="text-align: justify;">Após três anos de campanha, o manifesto recolheu mais de 60 mil assinaturas.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">Dezenas de coletivos e grupos foram mobilizados em treze cidades do país na luta contra a violência e por juventudes potentes e engajadas em todo Brasil mostrando que se importam e se unem por uma juventude negra viva.</p> <p style="text-align: justify;">O manifesto Jovem Negro Vivo exige das autoridades brasileiras&nbsp;políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana e a garantia de uma vida livre de discriminação e violência.&nbsp;Através dele ficou claro a importância das juventudes de todo país se mobilizaram pela pauta de enfrentamento ao racismo, valorização da vida e o desenvolvimento de suas potencialidades em seus espaços locais.</p>  
<p style="text-align: justify;">Após três anos de campanha, o manifesto recolheu mais de 60 mil assinaturas.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">Dezenas de coletivos e grupos foram mobilizados em treze cidades do país na luta contra a violência e por juventudes potentes e engajadas em todo Brasil mostrando que se importam e se unem por uma juventude negra viva.</p> <p style="text-align: justify;">O manifesto Jovem Negro Vivo exige das autoridades brasileiras&nbsp;políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana e a garantia de uma vida livre de discriminação e violência.&nbsp;Através dele ficou claro a importância das juventudes de todo país se mobilizaram pela pauta de enfrentamento ao racismo, valorização da vida e o desenvolvimento de suas potencialidades em seus espaços locais.</p>  
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<p style="text-align: justify;">A música&nbsp;[http://https//www.youtube.com/watch?v=QnCs2nsZGRk ‘Duas de Cinco’, do rapper Criolo,]&nbsp;foi cedida gentilmente para trilha do vídeo preparado para o lançamento da Jovem Negro Vivo. Dezenas de artistas comprometidos com a causa somaram suas vozes na mobilização, levando a mensagem da campanha para milhares de pessoas que acompanham e prestigiam seus trabalhos.&nbsp;Camila Pitanga, Emicida, Gilberto Gil, Karol Conka, Nanda Costa, Lenine e o atleta Diogo Silva estão entre os que participaram.</p> <p style="text-align: justify;">No marco dos três anos da campanha que foi lançada difundindo a ideia de que a morte de tantos jovens negros parecia de alguma forma invisível para parte da sociedade, a Anistia lança a&nbsp;‘[https://anistia.org.br/campanhas/quilom-box/ QuilomBOX]’,&nbsp;coletânea de materiais direcionados a grupos de juventude negra e das periferias para potencializar seus trabalhos de mobilização pela causa.</p> <p style="text-align: justify;">Vários vídeos e materiais foram produzidos compartilhando metodologias e estratégias para atuar nas temáticas de juventudes, racismo, violência e direitos humanos.</p> <p style="text-align: justify;">''“Os estados e o governo federal falharam gravemente na luta pela redução dos altos índices de homicídios contra jovens negros e por uma política de segurança que vise preservar a vida de todas e todos. As juventudes mobilizadas durante a campanha Jovem Negro Vivo estão mais preparadas para pressionarem o poder público por seus direitos e para se articularem como forma de resistir as violações de direitos”'', concluiu Jurema Werneck.</p>  
<p style="text-align: justify;">A música&nbsp;[http://https//www.youtube.com/watch?v=QnCs2nsZGRk ‘Duas de Cinco’, do rapper Criolo,]&nbsp;foi cedida gentilmente para trilha do vídeo preparado para o lançamento da Jovem Negro Vivo. Dezenas de artistas comprometidos com a causa somaram suas vozes na mobilização, levando a mensagem da campanha para milhares de pessoas que acompanham e prestigiam seus trabalhos.&nbsp;Camila Pitanga, Emicida, Gilberto Gil, Karol Conka, Nanda Costa, Lenine e o atleta Diogo Silva estão entre os que participaram.</p> <p style="text-align: justify;">No marco dos três anos da campanha que foi lançada difundindo a ideia de que a morte de tantos jovens negros parecia de alguma forma invisível para parte da sociedade, a Anistia lança a&nbsp;‘[https://anistia.org.br/campanhas/quilom-box/ QuilomBOX]’,&nbsp;coletânea de materiais direcionados a grupos de juventude negra e das periferias para potencializar seus trabalhos de mobilização pela causa.</p> <p style="text-align: justify;">Vários vídeos e materiais foram produzidos compartilhando metodologias e estratégias para atuar nas temáticas de juventudes, racismo, violência e direitos humanos.</p> <p style="text-align: justify;">''“Os estados e o governo federal falharam gravemente na luta pela redução dos altos índices de homicídios contra jovens negros e por uma política de segurança que vise preservar a vida de todas e todos. As juventudes mobilizadas durante a campanha Jovem Negro Vivo estão mais preparadas para pressionarem o poder público por seus direitos e para se articularem como forma de resistir as violações de direitos”'', concluiu Jurema Werneck.</p>  
==== '''Acesse a plataforma da coletânea Quilombox&nbsp;[https://anistia.org.br/campanhas/quilom-box/ aqui]''' ====
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Fontes:
Fontes:

Edição das 17h29min de 9 de janeiro de 2020

Jovem negro vivo.png

A Campanha Jovem Negro Vivo foi idealizada e lançada em 2012 pela Anistia Internacional Brasil como forma de manifesto pelo fim da violência contra juventude negra.    “Temos dois objetivos. O principal é desnaturalizar esse alto índice de homicídios e dos jovens negros em particular; o outro é romper a indiferença das pessoas em relação a isso”, explica o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello. De acordo com o Mapa da Violência, realizado com base em dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, morreram 80% mais jovens negros do que brancos em 2002. E, em 2012, a diferença mais que dobrou: 169%.

A taxa de jovens brancos vítimas de homicídio foi de 30,1 para cada 100 mil jovens brancos. Já a de negros foi de 80,7 por 100 mil. “As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas”, afirma o manifesto.

 

O manifesto

O Brasil é o país onde mais se mata no mundo, superando muitos países em situação de guerra. Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.

Mais absurdo que estes números, só a indiferença.

A morte não pode ser o destino de tantos jovens, especialmente quando falamos de jovens negros. As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas.

O destino de todos os jovens é viver.

Você se importa?

Eu me importo!

Quero que as autoridades brasileiras assegurem aos jovens negros seu direito a uma vida livre de preconceito e de violência. E priorizem políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana, entre outras.

Eu quero ver os jovens vivos!

Chega de homicídios!

Repercussões

Após três anos de campanha, o manifesto recolheu mais de 60 mil assinaturas. 

Dezenas de coletivos e grupos foram mobilizados em treze cidades do país na luta contra a violência e por juventudes potentes e engajadas em todo Brasil mostrando que se importam e se unem por uma juventude negra viva.

O manifesto Jovem Negro Vivo exige das autoridades brasileiras políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana e a garantia de uma vida livre de discriminação e violência. Através dele ficou claro a importância das juventudes de todo país se mobilizaram pela pauta de enfrentamento ao racismo, valorização da vida e o desenvolvimento de suas potencialidades em seus espaços locais.

Apoios e o futuro da campanha Jovem Negro Vivo

A música ‘Duas de Cinco’, do rapper Criolo, foi cedida gentilmente para trilha do vídeo preparado para o lançamento da Jovem Negro Vivo. Dezenas de artistas comprometidos com a causa somaram suas vozes na mobilização, levando a mensagem da campanha para milhares de pessoas que acompanham e prestigiam seus trabalhos. Camila Pitanga, Emicida, Gilberto Gil, Karol Conka, Nanda Costa, Lenine e o atleta Diogo Silva estão entre os que participaram.

No marco dos três anos da campanha que foi lançada difundindo a ideia de que a morte de tantos jovens negros parecia de alguma forma invisível para parte da sociedade, a Anistia lança a ‘QuilomBOX’, coletânea de materiais direcionados a grupos de juventude negra e das periferias para potencializar seus trabalhos de mobilização pela causa.

Vários vídeos e materiais foram produzidos compartilhando metodologias e estratégias para atuar nas temáticas de juventudes, racismo, violência e direitos humanos.

“Os estados e o governo federal falharam gravemente na luta pela redução dos altos índices de homicídios contra jovens negros e por uma política de segurança que vise preservar a vida de todas e todos. As juventudes mobilizadas durante a campanha Jovem Negro Vivo estão mais preparadas para pressionarem o poder público por seus direitos e para se articularem como forma de resistir as violações de direitos”, concluiu Jurema Werneck.

Acesse a plataforma da coletânea Quilombox aqui

 

Fontes:

Anistia Internacional

Revista Fórum