Pocinho - Morro da Providência: mudanças entre as edições
Sem resumo de edição |
(Coloquei "veja também") |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
Autora: <bdi>[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Elen_Ferreira&action=edit&redlink=1 Elen Ferreira].</bdi> | |||
== Sobre == | |||
Pocinho - Morro da Providência - Rio de Janeiro / RJ | Pocinho - Morro da Providência - Rio de Janeiro / RJ | ||
Linha 7: | Linha 7: | ||
== Veja também == | == Veja também == | ||
*[[Teleférico do Morro da Providência]] | *[[Teleférico do Morro da Providência]] | ||
*[[Morro da Providência]] | *[[Morro da Providência]] | ||
*[[Museu a céu aberto do Morro da Providência]] | *[[Museu a céu aberto do Morro da Providência]] | ||
*[[SOS Providência]] | *[[SOS Providência]] | ||
*[[Casas Marcadas (documentário)]] | *[[Casas Marcadas (documentário)]] | ||
[[Category:Providencia]][[Category:Memória]][[Category:Temática - Urbanização]][[Category:Água]] | [[Category:Providencia]][[Category:Memória]][[Category:Temática - Urbanização]][[Category:Água]] |
Edição das 20h14min de 10 de maio de 2022
Autora: Elen Ferreira.
Sobre
Pocinho - Morro da Providência - Rio de Janeiro / RJ
No alto da primeira favela do Brasil em meados dos anos 90, a população favelada local sofria com a falta estrutural de saneamento básico que lhes poderia conferir água limpa em suas casas. Por vezes a falta deste bem era generalizada e obrigava dezenas de pessoas, moradoras das partes mais altas da comunidade a procurar maneiras de sobreviver em meio à secura da vida, locomovendo-se por grandes distâncias em busca de uma garrafa pet de dois litros cheia de água. E Justamente na Rua da Grota, uma das regiões de mais difícil acesso da Providência, se via crianças, mulheres e homens de todas as idades subindo com latas d’água na cabeça, nos braços, em recipientes de diferentes formas. Neste contexto, vem à memória social local a importância de um poço natural, localizado na Rua da Grota próximo ao número 60. Era o quintal de uma família que há muito morava na favela e gentilmente cedia aos demais o acesso ordenado ao poço forjado pela natureza no local. Ali, a água escoava naturalmente das pedras rochosas que sustentavam as grossas paredes que o envolviam. Em tempo de secura, o poço que contava com cerca de 50 cm de profundidade, naturalmente construído pelo tempo e em meio às rochas, era preenchido por água limpa, enfeitado por vezes - em razão dos pequeninos matos que se assemelhavam aos trevos de quatro folhas. Sorte. Não havia outra palavra melhor para descrever a importância de encontrar água em meio às pedras. Durante mais de duas décadas o pocinho, como era afetuosamente conhecido, saciou a sede de moradores locais em semanas de falta d’água, nos dias de verão. Nos demais dias, o local apenas recebia a água natural e não podia ser utilizado para nenhum outro fim, pois era um bem compartilhado por todos. O espaço tornara-se acolhedor às crianças que em meio à realidade tão dura, se surpreendiam com aquela demonstração de cuidado natural e sentiam-se importantes quando uma por vez, deslizava seus dedos e enchia seus potes com água, levando-a até suas casas. Após grande contribuição para a existência dos moradores da região, o local foi cimentado e não há hoje, ainda, nenhuma menção à memória coletiva do espaço.