Ecomuseu: mudanças entre as edições
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O Ecomuseu é um museu da Favela, da Comunidade, do Complexo, de um bairro ou de uma expressão artística, cultural ou política da periferia. Ele também pode ser chamado de Museu Comunitário e outros nomes com práticas semelhantes. Na sua maioria, o Museu Tradicional tem o foco no patrimônio, nos objetos e nas coleções construídas, em grande parte, sem necessidade de vínculo com o território onde está o museu, embora se encontrem exceções. | O Ecomuseu é um museu da Favela, da Comunidade, do Complexo, de um bairro ou de uma expressão artística, cultural ou política da periferia. Ele também pode ser chamado de Museu Comunitário e outros nomes com práticas semelhantes. Na sua maioria, o Museu Tradicional tem o foco no patrimônio, nos objetos e nas coleções construídas, em grande parte, sem necessidade de vínculo com o território onde está o museu, embora se encontrem exceções. | ||
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A experiência coletiva de acesso à memória no Ecomuseu, nos Museus Comunitários e em outros lugares de memória e de educação tem acentuado a “Tensão” na cidade e mobilizado moradores e lideranças a exigirem o “Direito à Favela”. Um exemplo concreto se deu em torno das remoções. A união de várias comunidades fez nascer coletivos de favelas que pressionam diferentes setores do governo e da sociedade e criticam ações arbitrárias contra a memória dos moradores que têm suas casas destruídas e as famílias removidas para áreas degradas e distantes do ciclo social e de trabalho. Um dos tópicos do Ecomuseu é a história de resistência da favela contada e vivida pelos próprios moradores. | A experiência coletiva de acesso à memória no Ecomuseu, nos Museus Comunitários e em outros lugares de memória e de educação tem acentuado a “Tensão” na cidade e mobilizado moradores e lideranças a exigirem o “Direito à Favela”. Um exemplo concreto se deu em torno das remoções. A união de várias comunidades fez nascer coletivos de favelas que pressionam diferentes setores do governo e da sociedade e criticam ações arbitrárias contra a memória dos moradores que têm suas casas destruídas e as famílias removidas para áreas degradas e distantes do ciclo social e de trabalho. Um dos tópicos do Ecomuseu é a história de resistência da favela contada e vivida pelos próprios moradores. | ||
Referências Bibliográficas: | |||
Chagas, Mário. (1994). Millôr Fernandes e a Nova Museologia. Caderno de Museologia. 2. 67-71. | |||
Delambre, Dell. (2013). Museologia do Afeto. In Gol para o Planeta [https://www.youtube.com/watch?v=6PZI0TM0KtM https://www.youtube.com/watch?v=6PZI0TM0KtM] Acedido em 07 de setembro de 2014. | |||
Moutinho, Mário. (2007). Evolving definition of sociomuseology: proposal for reflection. Cadernos de Sociomuseologia, 28, 39-44. | |||
Rivière, Georges. (1985). The Ecomuseum – an evolutive definition. Museum. XXXVII, 148, 182-183. | |||
Varine, Hugues. (2000). Ecomuseu. In Revista Ciências e Letras, Fapa, Porto Alegre/RS, 27, pp. 62-69. | |||
[[Category:Ecomuseu]][[Category:Memória]][[Category:Favelas]] | |||
Edição das 19h05min de 3 de setembro de 2019
Autor: Dell Delambre.
O Ecomuseu é um museu da Favela, da Comunidade, do Complexo, de um bairro ou de uma expressão artística, cultural ou política da periferia. Ele também pode ser chamado de Museu Comunitário e outros nomes com práticas semelhantes. Na sua maioria, o Museu Tradicional tem o foco no patrimônio, nos objetos e nas coleções construídas, em grande parte, sem necessidade de vínculo com o território onde está o museu, embora se encontrem exceções.
No Ecomuseu, a prioridade é a comunidade, o território, a produção coletiva e o significado que os moradores do local dão ao seu território e o que eles escolhem como suas representações nesse espaço: rodas de memória, festas de jongo, pontos de cultura e outras expressões sem o nome de Ecomuseu. O Eco que vem de Oikos, “casa” no grego, é a própria favela como um museu a céu aberto e em movimento.
O primeiro Ecomuseu tem a data de 1971 na França e se chamava Museu do Homem e da Indústria. Mais tarde, em 1974, seu nome seria mudado para “Ecomuseu Le Creusot- Montceau.” No Rio de Janeiro, há vários Museus Comunitários e Ecomuseus com experiências próprias; dentre eles, cito o Ecomuseu de Santa Cruz, Museu da Maré, Museu de Favela (Pavão, Pavãozinho e Cantagalo), Museu do Orto, Museu Sankofa Memória e História da Rocinha, Museu das Remoções (Comunidade da Vila Autódromo), Ecomuseu Nega Vilma (Pico do Santa Marta. Atualmente Virtual), Museu Chácara do Céu, Museu Vivo de São Bento, Ecomuseu de Sepetiba, Ecomseu do Sertão Carioca, Ecomuseu Amigos do Rio Joana, dentre outros.
A experiência coletiva de acesso à memória no Ecomuseu, nos Museus Comunitários e em outros lugares de memória e de educação tem acentuado a “Tensão” na cidade e mobilizado moradores e lideranças a exigirem o “Direito à Favela”. Um exemplo concreto se deu em torno das remoções. A união de várias comunidades fez nascer coletivos de favelas que pressionam diferentes setores do governo e da sociedade e criticam ações arbitrárias contra a memória dos moradores que têm suas casas destruídas e as famílias removidas para áreas degradas e distantes do ciclo social e de trabalho. Um dos tópicos do Ecomuseu é a história de resistência da favela contada e vivida pelos próprios moradores.
Referências Bibliográficas:
Chagas, Mário. (1994). Millôr Fernandes e a Nova Museologia. Caderno de Museologia. 2. 67-71.
Delambre, Dell. (2013). Museologia do Afeto. In Gol para o Planeta https://www.youtube.com/watch?v=6PZI0TM0KtM Acedido em 07 de setembro de 2014.
Moutinho, Mário. (2007). Evolving definition of sociomuseology: proposal for reflection. Cadernos de Sociomuseologia, 28, 39-44.
Rivière, Georges. (1985). The Ecomuseum – an evolutive definition. Museum. XXXVII, 148, 182-183.
Varine, Hugues. (2000). Ecomuseu. In Revista Ciências e Letras, Fapa, Porto Alegre/RS, 27, pp. 62-69.