Passinho dos Maloka: mudanças entre as edições
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Estilo de dança ligado ao brega-funk originado no subúrbio de recife, o qual se caracteriza por coreografias com movimentos de braço e virilha, simulando movimentos sexuais. Tem como passos marcantes a sarrada, a puxada, o laço e o ombrinho, misturando caracteres do funk, brega e swinguera, simbolizando um grito de identidade e visibilidade. | Estilo de dança ligado ao brega-funk originado no subúrbio de recife, o qual se caracteriza por coreografias com movimentos de braço e virilha, simulando movimentos sexuais. Tem como passos marcantes a sarrada, a puxada, o laço e o ombrinho, misturando caracteres do funk, brega e swinguera, simbolizando um grito de identidade e visibilidade. | ||
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Edição atual tal como às 10h06min de 21 de junho de 2023
Passinho do Maloka é um estilo de dança originado nas periferias de Recife, Pernambuco, influeciado pelo brega-funk no qual a simulação de movimentos sexuais é estimulada.
Autoria: Lucia Maria Sibaldes a partir de texto produzido por Joseildo Henrique Conceição publicado originalmente na revista New Order.
Definição[editar | editar código-fonte]
Estilo de dança ligado ao brega-funk originado no subúrbio de recife, o qual se caracteriza por coreografias com movimentos de braço e virilha, simulando movimentos sexuais. Tem como passos marcantes a sarrada, a puxada, o laço e o ombrinho, misturando caracteres do funk, brega e swinguera, simbolizando um grito de identidade e visibilidade.
O “passinho dos maloka” de Recife: Um grito de identidade e visibilidade[editar | editar código-fonte]
Autor: Joseildo Henrique Conceição.
Publicado originalmente na revista New Order.
O chamado “passinho dos maloka”, escrito assim mesmo, sem concordância, é um estilo de dança diretamente ligado ao ritmo intitulado brega-funk recifense (considerado uma mutação natural do movimento musical chamado brega que já era sucesso local) e tem virado uma febre entre os jovens de bairros periféricos da região metropolitana de Recife. O que no início eram apenas coreografias concebidas para clipes de mc’s como Shevchenko e Elloco, Mc Cego, Troinha, entre outros, inspirados nos passinhos de funk da região sudeste, hoje há, por trás dessa manifestação, um grito de resistência, identidade e necessidade de visibilidade e rearranjo social. Os adeptos desse tipo de dança, que também se caracteriza pelas vestimentas, estão descendo o morro e ocupando o asfalto com festas onde acontecem batalhas de passinho (grupos de dança competem entre si mostrando passos inéditos e característicos e desenvoltura corporal).
O termo “maloka” tem origem do vocábulo “maloqueiro”, utilizado de forma pejorativa para se referir aos jovens de periferia envolvidos em criminalidade. O uso do nome para intitular o movimento busca desmistificar a ideia de que todo favelado é um traficante em potencial. Eles querem ser reconhecidos por aquilo que gostam, então passam horas por dia ensaiando novas coreografias. Esse tempo dedicado à dança os afasta de situações como uso de drogas, por exemplo. O movimento é bastante aberto, há a participação de jovens de diferentes idades, independente de sexo e de orientação sexual, a comunidade em geral é bem-vinda. Exemplo disso são as boates LGBTs de Recife, muitas dedicam parte da festa para tocar apenas o ritmo brega-funk, outras possuem edições dedicadas apenas ao ritmo. Além das batalhas já mencionadas, os grupos compartilham suas coreografias nas redes sociais. Esse reboliço todo do ritmo em foco tem gerado o surgimento de novos grupos de dança, mas também tem funcionado como incentivo para o aparecimento de novos mc’s, produtores audiovisuais, produtores de eventos e influenciadores digitais.
A sociedade não dá a devida atenção, incentivo e nem espaço para as manifestações oriundas de periferias. A hegemonia cultural das classes sociais mais altas contribui com a marginalização interligando uma expressão cultural à violência e ataque à segurança pública. Na mídia, o roteiro para assuntos periféricos quase sempre permeia aspectos negativos, e o Estado negligencia direitos básicos que são garantidos pela constituição e pela declaração de direitos humanos. A visão governamental busca sempre privilegiar os centros das cidades e suas populações, nunca as favelas, resta então a esses territórios se inovarem e buscarem soluções para serem bem vistos e desconstruir a imagem criada há anos de que não há cultura no morro.
A imagem do jovem marginal estereotipado tem sido combatida pelos próprios jovens de comunidades, mas ainda há a dificuldade de aceitação do ritmo e do seu reconhecimento como cultura. Historicamente uma nova manifestação só é valorizada e aceita quando a elite se apropria da mesma. O blues é um exemplo disso, como cita Baco em um trecho da música Bluesman.
“O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues,
O funk é blues, o soul é blues […]
Tudo que quando era preto era do demônio e depois virou branco e foi aceito eu vou chamar de Blues”.
O embranquecimento de um ritmo é o que o torna aceito, mas a galera do passinho do Recife não precisa que sua cultura de periferia sofra apropriação, esse movimento é a identidade deles, é a voz, é o grito no megafone (mesmo cansado e com rouquidão) de que a favela existe e que favela também tem cultura. E isso nada mais é que engajamento político-social. Se estiver chamando atenção e incomodando a classe dominante, então está dando certo.