Luiz Antonio Machado da Silva - um intelectual da mais "fina estampa" nas ciências sociais brasileiras (artigo): mudanças entre as edições
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Este artigo recupera parte do legado de Luiz Antonio Machado da Silva para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Machado se dedicou, durante mais de cinquenta anos, às Ciências Sociais brasileiras e à Sociologia Urbana. Abriu novas perspectivas para os estudos da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades) e, entre os diversos temas que estudou profundamente, analisou a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, o sentido e os usos da categoria de informalidade, além de estar alerta aos efeitos do surgimento da criminalidade violenta em um contexto urbano dilacerado pela crise do trabalho. | |||
Autoras: Palloma Menezes, Márcia Pereira Leite e Marcella Araújo. | Autoras: Palloma Menezes, Márcia Pereira Leite e Marcella Araújo. | ||
Publicado originalmente em: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v.23, 2021. | |||
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Neste artigo, recuperamos parte do legado de Luiz Antonio Machado da Silva, vitimado pela Covid-19 em 2020, para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Esse foi o campo ao qual Machado se dedicou durante mais de cinquenta anos de pesquisas e estudos, abrindo novos caminhos e perspectivas analíticas para o estudo da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades – pensadas a partir do Rio de Janeiro, cidade onde vivia e realizava suas pesquisas). Machado analisou, em diferentes contextos, a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, procurando compreender as experiências de vida, as estratégias de sobrevivência, assim como a luta política e os desafios das camadas populares urbanas. Também se dedicou a analisar, especialmente a partir dos anos 1990, os efeitos do esgarçamento do mundo do trabalho e da regulação estatal que outrora o acompanhava, garantindo um mínimo de direitos e alguma integração social. Assim, dirigiu seus esforços analíticos para compreender o sentido e os usos da categoria de informalidade nesse contexto e, sobretudo, mostrou-se atento e preocupado com os efeitos do surgimento da criminalidade violenta no seio de um urbano dilacerado pela crise do trabalho, como fundamento social dos tempos de desconstrução de nosso paradigma institucional e político de integração social. Sendo impossível dar conta da grandiosidade de sua obra, as autoras buscaram reconstruir parte de sua trajetória de pesquisa e de sua contribuição analítica para a Sociologia Urbana em diferentes contextos. Também se enfatiza uma face pouco conhecida de Machado: a de intelectual público que sempre buscou intervir no debate público sobre o lugar das classes populares urbanas na cidade. | Neste artigo, recuperamos parte do legado de [[Luiz Antonio Machado da Silva (homenagens)|Luiz Antonio Machado da Silva]], vitimado pela Covid-19 em 2020, para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Esse foi o campo ao qual Machado se dedicou durante mais de cinquenta anos de pesquisas e estudos, abrindo novos caminhos e perspectivas analíticas para o estudo da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades – pensadas a partir do Rio de Janeiro, cidade onde vivia e realizava suas pesquisas). Machado analisou, em diferentes contextos, a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, procurando compreender as experiências de vida, as estratégias de sobrevivência, assim como a luta política e os desafios das camadas populares urbanas. Também se dedicou a analisar, especialmente a partir dos anos 1990, os efeitos do esgarçamento do mundo do trabalho e da regulação estatal que outrora o acompanhava, garantindo um mínimo de direitos e alguma integração social. Assim, dirigiu seus esforços analíticos para compreender o sentido e os usos da categoria de [[informalidade]] nesse contexto e, sobretudo, mostrou-se atento e preocupado com os efeitos do surgimento da [[Violência urbana, Segurança Pública e Favelas - O Caso do Rio de Janeiro Atual (resenha)|criminalidade violenta]] no seio de um urbano dilacerado pela crise do trabalho, como fundamento social dos tempos de desconstrução de nosso paradigma institucional e político de integração social. Sendo impossível dar conta da grandiosidade de sua obra, as autoras buscaram reconstruir parte de [[Sol na cabeça e correria sob os pés: vida e produção de Luiz Antonio Machado da Silva (artigo)|sua trajetória de pesquisa]] e de sua contribuição analítica para a Sociologia Urbana em diferentes contextos. Também se enfatiza uma face pouco conhecida de Machado: a de intelectual público que sempre buscou intervir no debate público sobre o lugar das classes populares urbanas na cidade. | ||
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Edição das 23h05min de 6 de setembro de 2023
Este artigo recupera parte do legado de Luiz Antonio Machado da Silva para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Machado se dedicou, durante mais de cinquenta anos, às Ciências Sociais brasileiras e à Sociologia Urbana. Abriu novas perspectivas para os estudos da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades) e, entre os diversos temas que estudou profundamente, analisou a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, o sentido e os usos da categoria de informalidade, além de estar alerta aos efeitos do surgimento da criminalidade violenta em um contexto urbano dilacerado pela crise do trabalho.
Autoras: Palloma Menezes, Márcia Pereira Leite e Marcella Araújo.
Publicado originalmente em: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v.23, 2021.
Resumo
Neste artigo, recuperamos parte do legado de Luiz Antonio Machado da Silva, vitimado pela Covid-19 em 2020, para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Esse foi o campo ao qual Machado se dedicou durante mais de cinquenta anos de pesquisas e estudos, abrindo novos caminhos e perspectivas analíticas para o estudo da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades – pensadas a partir do Rio de Janeiro, cidade onde vivia e realizava suas pesquisas). Machado analisou, em diferentes contextos, a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, procurando compreender as experiências de vida, as estratégias de sobrevivência, assim como a luta política e os desafios das camadas populares urbanas. Também se dedicou a analisar, especialmente a partir dos anos 1990, os efeitos do esgarçamento do mundo do trabalho e da regulação estatal que outrora o acompanhava, garantindo um mínimo de direitos e alguma integração social. Assim, dirigiu seus esforços analíticos para compreender o sentido e os usos da categoria de informalidade nesse contexto e, sobretudo, mostrou-se atento e preocupado com os efeitos do surgimento da criminalidade violenta no seio de um urbano dilacerado pela crise do trabalho, como fundamento social dos tempos de desconstrução de nosso paradigma institucional e político de integração social. Sendo impossível dar conta da grandiosidade de sua obra, as autoras buscaram reconstruir parte de sua trajetória de pesquisa e de sua contribuição analítica para a Sociologia Urbana em diferentes contextos. Também se enfatiza uma face pouco conhecida de Machado: a de intelectual público que sempre buscou intervir no debate público sobre o lugar das classes populares urbanas na cidade.