Abayomi Juristas Negras (coletiva): mudanças entre as edições
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Surgiu a chance de participar do edital do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco, iniciativa do Fundo Baobá em parceria com Instituto Ibirapitanga, Fundação Ford, Open Society Foundations e Fundação Kellogg. | Surgiu a chance de participar do edital do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: [[Marielle Franco]], iniciativa do Fundo Baobá em parceria com Instituto Ibirapitanga, Fundação Ford, Open Society Foundations e Fundação Kellogg. | ||
Hoje, elas fazem questão de afirmar que o foco do grupo não é apenas a educação e a tarefa de preparar as mulheres para disputar e conquistar espaços no campo da Justiça, mas cuidar também dos aspectos físicos, emocionais, espirituais e psicológicos de cada uma durante esse percurso. “Nós as ajudamos a entender os desafios que vão enfrentar no campo da Justiça, por exemplo, pois ainda é um espaço muito embranquecido, falamos de feminismo negro e as ajudamos a entender que o nosso lugar, como mulheres negras, é onde quisermos estar”, afirma Sabrina Santos. | Hoje, elas fazem questão de afirmar que o foco do grupo não é apenas a educação e a tarefa de preparar as mulheres para disputar e conquistar espaços no campo da Justiça, mas cuidar também dos aspectos físicos, emocionais, espirituais e psicológicos de cada uma durante esse percurso. “Nós as ajudamos a entender os desafios que vão enfrentar no campo da Justiça, por exemplo, pois ainda é um espaço muito embranquecido, falamos de feminismo negro e as ajudamos a entender que o nosso lugar, como mulheres negras, é onde quisermos estar”, afirma Sabrina Santos. | ||
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Edição das 10h30min de 27 de setembro de 2023
Criada em agosto de 2019, a Coletiva ABAYOMI Juristas Negras nasceu para confrontar estrategicamente o racismo estrutural e institucional nos órgãos que compõem o sistema de justiça brasileiro.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de informações retiradas das redes de comunicação oficiais da coletiva.
Sobre
O grupo é formado por advogadas afrofeministas que atuam para quebrar as políticas de silêncio racial, preparando juristas negras para se tornarem juízas, procuradoras, promotoras, delegadas e demais posições estratégicas de poder.
Trata-se de uma coletiva de afroempreendedorismo social cuja missão é combater estrategicamente o racismo estrutural, ofertando capacitação, aperfeiçoamento, empoderamento e treinamento de alta qualidade a baixo custo, de forma a criar condições efetivas de inclusão da população negra em espaços de poder e saber, com foco na ocupação de cargos nos órgãos que compõem o Sistema de Justiça Brasileiro.
Propósitos
Missão
Quebrar as políticas de silêncio racial, preparando juristas negras para se tornarem juízas, procuradoras, promotoras, delegadas e demais posições estratégicas de poder.
Visão
Combate ao racismo estrutural, ofertando capacitação, aperfeiçoamento, empoderamento e treinamento de alta qualidade a baixo custo.
Valores
Confrontar estrategicamente o racismo estrutural e institucional nos órgãos que compõem o sistema de justiça brasileiro.
Atividades
As atividades do coletivo contam com:
Metodologia para Concursos Públicos (em grupo)
Esta Metodologia envolve a prestação de serviços como mentoring, coaching, treinamento estratégico e estudo em grupo afrocentrado.
Metodologia para OAB - 1ª fase
Esta Metodologia envolve a prestação de serviços como mentoring, coaching, treinamento estratégico e estudo em grupo afrocentrado.
Metodologia para Concursos Públicos (individual)
Conquiste sua aprovação com coaching individual, videoconferências para sanar dúvidas e plano de estudos adaptado à sua rotina.
Força coletiva ancestral e sororidade[1]
Foi a partir do ativismo negro que um projeto começou com o propósito de unir forças e discutir, entre outros temas, questões relacionadas à mulher negra. A iniciativa pulou rapidamente do campo das ideias para o de realizações para virar uma potência com foco em estimular a educação no campo da justiça. Assim começou a história do grupo Abayomi Juristas Negras, de Pernambuco.
“Inicialmente, nos conhecemos em um evento na OAB Pernambuco no dia da mulher negra em julho de 2019. A professora universitária e procuradora federal Chiara Ramos expôs a vontade de ter amigas negras, pois sempre foi a única nos espaços em que circulava”, relembra Patrícia Oliveira, uma das oito integrantes e diretora. No coletivo, cada uma delas tem uma função específica, como captação de recursos, administração etc.
Chiara montou um grupo em uma rede social e propôs uma reunião em sua casa. Na época, explicou a vontade de criar um quilombo para unir potencialidades. “Ela também falou da dificuldade de ver mulheres negras em espaços na justiça”, relembra Patrícia. Ainda durante a reunião viram como seria importante dar nome e forma ao grupo para debater racismo e outras questões essenciais. O nome Abayomi, o mesmo da boneca, foi sugerido pela também advogada Lígia Verner. À medida que falavam sobre a iniciativa de Chiara Ramos, despertaram o interesse de outras mulheres. “Muitas se identificaram com as pautas discutidas e o grupo cresceu. Em pouco tempo, éramos mais de 30 abayomis”, relembra Débora Gonçalves.
Surgiu a chance de participar do edital do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco, iniciativa do Fundo Baobá em parceria com Instituto Ibirapitanga, Fundação Ford, Open Society Foundations e Fundação Kellogg.
Hoje, elas fazem questão de afirmar que o foco do grupo não é apenas a educação e a tarefa de preparar as mulheres para disputar e conquistar espaços no campo da Justiça, mas cuidar também dos aspectos físicos, emocionais, espirituais e psicológicos de cada uma durante esse percurso. “Nós as ajudamos a entender os desafios que vão enfrentar no campo da Justiça, por exemplo, pois ainda é um espaço muito embranquecido, falamos de feminismo negro e as ajudamos a entender que o nosso lugar, como mulheres negras, é onde quisermos estar”, afirma Sabrina Santos.
No momento, o Coletivo Abayomi atua em três frentes: Metodologia Abayomi de aprovação em concursos públicos ou Mada (com mentoria, coaching, treinamento estratégico e estudo em grupo afrocentrado), a Metodologia Abayomi de Aprovação na Primeira fase da OAB e Coaching Individual para aprovação.
O método que elas chamam de Mada foi idealizado por Chiara Ramos – ela é conhecida por ter disputado e passado em vários concursos públicos difíceis quando concluía a universidade. Em função disso, criou uma estratégia de estudo para ajudar outras a conquistarem o mesmo sonho.
Elas não cobram mensalidade por esses programas. Quem pode, contribui com valores entre 100 e 150 reais para viabilizar a participação de mulheres que não têm como custear as despesas de transporte, por exemplo, pois antes da pandemia as reuniões eram presenciais. Hoje, aproximadamente 60% das alunas são bolsistas.
Com a pandemia, a agenda de atividades se ampliou. Agora, via redes sociais – o que ajudou a aumentar a base de seguidores de 900 para quase 7 mil. “Realizamos uma mentoria com encontros semanais e metas estabelecidas”, explica Débora. “Fazemos também simulados, promovemos debates com juízes e procuradores e publicamos artigos científicos”, confirma Sabrina.
Mas as atividades não param por aí. Além da mentoria de como estudar, as mulheres têm aulas de zumba, reiki, acompanhamento com psicóloga. “Falamos sobre afroempreendedorismo, damos dicas de direito para concursos, exibimos vídeos sobre cultura africana, feminismo negro, motivação”, fala Sabrina. Além de ajudar a mulher negra a fortalecer sua educação para realizar o sonho de ser aprovada em concursos da área jurídica, o objetivo do Coletivo Abayomi é empoderar essa mulher para conquistar seu espaço de direito na sociedade.
A grande dificuldade, agravada pela pandemia, é conseguir patrocinadores que abracem a causa. “Como não temos fins lucrativos, procuramos quem deseja investir nesse projeto”, conta Débora. Por isso, elas já pensam em implementar em breve algumas mudanças, como oferecer em contrapartida ao dinheiro investido cursos específicos sobre cultura antirracista e direito administrativo, entre outras ideias que são assuntos de conhecimento do grupo de oito advogadas da Abayomi. Em breve, elas também terão aulas de coaching.
“Só o fato de ser um coletivo de mulheres negras já é desafiador porque o sistema de Justiça não está pautado pelas nossas causas nem preocupado com a nossa inclusão”, desabafa Patrícia. Então, são espaços que precisam ser demarcados todos os dias. “Hoje, nós nos desdobramos para estudar e passar em um concurso e, assim, ajudarmos outras a passarem também”, completa Débora.
Ao contrário de pará-las, as dificuldades parecem ser o motor que as impulsiona. Sabrina afirma que, no processo de conhecimento de sua ancestralidade, foi importante aderir à cultura de quilombo das abayomis. “Quando encontrei essas mulheres, elas me trouxeram toda a potência e o poder que vem do conhecimento da nossa ancestralidade”, afirma.
Por isso, elas insistem que o objetivo é continuar estimulando mulheres que queiram, com sua presença e conquistas, romper com as barreiras impostas pelo racismo. “Ninguém tem o direito de impor crenças que limitem você nem de dizer o que você pode ou não fazer e os espaços que deve ocupar”, desabafa Patrícia. É justamente isso que elas fazem: ajudam as mulheres a descobrir o potencial que cada uma tem.
Mídia
Abayomi na mídia:
- Yahoo - Nosso corpo é arma política, fala antes de abrirmos a boca, diz cofundadora do coletivo Juristas Negras
- Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial -Nosso corpo é arma política, fala antes de abrirmos a boca, diz cofundadora do coletivo Juristas Negras
- Poder Judiciário do Rio de Janeiro - Resultado da 9ª edição do Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos
- Folha de S. Paulo - Plano de cota racial na OAB abre brecha para que negros sigam fora das diretorias
- Metrópoles - Câmara abre comissão para acompanhar caso do espancamento de João Beto
- Kurier Tecnologia - Negros no Poder Judiciário
- Jornal Hoje - Grupo de juízes faz manifesto contra cartilha antirracismo
- G1 - Dia da Consciência Negra marca a luta contra o racismo e pela igualdade
- TV Globo - Mulheres negras se unem para estudar e entrar no MP e no Judiciário
- Fundo Baobá - Força Coletiva, Ancestral e Sororidade
- Mundo Negro - Juristas negras se juntam e preparam mulheres negras para ocupar cargos jurídicos
- Geledes - Juristas negras e a luta por espaços no mundo do Direito
- JC NE10 - Congresso online celebra protagonismo de mulheres negras
- Folha PE - Juristas negras e a luta por espaços no mundo do Direito
- Notícia Preta - Evento online promovendo protagonismo de mulheres negras está com inscrições abertas
- Rádio Jornal - Congresso no Recife celebra o Mês da Mulher Negra Latina-americana e Caribenha
- OAB/PE - OAB/PE realiza o Congresso Mulheres Negras: entre a dororidade e a multipotencialidade, que promove o protagonismo das mulheres negras
- ANAFE - Anafe apoia evento de juristas negras
- MPF - Evento online promove o protagonismo das mulheres negras
- CBN Recife - Mulheres negras promovem Congresso online para discutir questões de gênero e de racismo
- DPE - Inscrições abertas para Congresso online voltado ao protagonismo de mulheres negras apoiado pelo DPE
- ANADEP - Inscrições abertas para Congresso online voltado ao protagonismo de mulheres negras apoiado pelo DPE
- CEERT - Congresso online celebra protagonismo de mulheres negras
- Leia Já - Concurso dos sonhos: como escolher a solução ideal
- Marco Zero Conteúdo - O coletivo de juristas negras que quer promover justiça para o povo negro
- G1 Pernambuco - Grupo de estudos de mulheres negras mira vagas no Judiciário e Ministério Público para combater o racismo
- G1 Pernambuco - Mulheres negras se unem para estudar e entrar no MP e no Judiciário
- Metrópolis PE - Edição Especial: Consciência Negra
- Rádio Black Time - Coletivo de juristas negras realiza evento sobre Direito Antidiscriminatório no Recife-PE
- TV Nova Nordeste - I Talk de Direito Antidiscriminatório
Redes sociais
- Youtube
- Site oficial
- E-mail: abayomijuristasnegras@gmail.com