O labor de retazos da despatriarcalização: mudanças entre as edições
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'''TROTTE, Alyssa Ribeiro Perpeto. O “labor de retazos” da despatriarcalização: A atuação dos movimentos Mujeres Creando e Confederación Bartolina Sisa na disputa pela tessitura de alternativas políticas generificadas na Bolívia. 2024. 182f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.''' | |||
[[Arquivo:Foto retirado do acervo do Mujeres Creando.png|miniaturadaimagem|Picho “No se puede descolonizar, sin despatriarcalizar”.Fonte:: Mujeres Creando, 2023.]] | |||
A presente dissertação busca contribuir para análise e mapeamento da ação política das mulheres e de suas produções de alternativas políticas generificadas para a América Latina, com recorte para o projeto da despatriarcalização na República Plurinacional da Bolívia. Meu objetivo é investigar o projeto da despatriarcalização, mobilizado e protagonizado por mulheres dissemelhantes que compõem os movimentos sociais Mujeres Creando e Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias de Bolivia – Bartolina Sisa, buscando mapear seu(s) significado(s) frente aos desafios, tensões e nuances naquilo que intitulo como disputa pela tessitura de alternativas políticas generificadas na Bolívia. Para isso, partimos da seguinte pergunta: Quais são os significados que a despatriarcalização assume no processo de sua disputa entre a Confederação Bartolinas Sisa e o Mujeres Creando? A hipótese central foi de que a despatriarcalização é constantemente (re)significada, a depender dos atores que a reivindicam. Portanto, compreendo a despatriarcalização como um fenômeno escalar dotado de mobilidade de sentidos desde sua concepção até sua difusão. A fim de verificar esta hipótese, foi realizado um estudo bibliográfico e documental, além de uma pesquisa empírica através de entrevistas semiestruturadas. Tendo isso em vista, construo e sistematizo a análise do tema a partir de escalas, onde foi possível constatar a despatriarcalização como uma alternativa (re)produzida e (re)significada por mulheres bolivianas em três níveis que se co-constituem: no internacional, no local e no cotidiano. Usufruindo do diálogo com duas mulheres bolivianas nesta tentativa de fazer e refazer o mundo, aponto como a despatriarcalização se caracteriza não apenas à nível de Estado, da política externa ou das reinvindicações e do confronto para movimentos sociais, mas um tema que estende seus tentáculos no ordinário. | A presente dissertação busca contribuir para análise e mapeamento da ação política das mulheres e de suas produções de alternativas políticas generificadas para a América Latina, com recorte para o projeto da despatriarcalização na República Plurinacional da Bolívia. Meu objetivo é investigar o projeto da despatriarcalização, mobilizado e protagonizado por mulheres dissemelhantes que compõem os movimentos sociais Mujeres Creando e Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias de Bolivia – Bartolina Sisa, buscando mapear seu(s) significado(s) frente aos desafios, tensões e nuances naquilo que intitulo como disputa pela tessitura de alternativas políticas generificadas na Bolívia. Para isso, partimos da seguinte pergunta: Quais são os significados que a despatriarcalização assume no processo de sua disputa entre a Confederação Bartolinas Sisa e o Mujeres Creando? A hipótese central foi de que a despatriarcalização é constantemente (re)significada, a depender dos atores que a reivindicam. Portanto, compreendo a despatriarcalização como um fenômeno escalar dotado de mobilidade de sentidos desde sua concepção até sua difusão. A fim de verificar esta hipótese, foi realizado um estudo bibliográfico e documental, além de uma pesquisa empírica através de entrevistas semiestruturadas. Tendo isso em vista, construo e sistematizo a análise do tema a partir de escalas, onde foi possível constatar a despatriarcalização como uma alternativa (re)produzida e (re)significada por mulheres bolivianas em três níveis que se co-constituem: no internacional, no local e no cotidiano. Usufruindo do diálogo com duas mulheres bolivianas nesta tentativa de fazer e refazer o mundo, aponto como a despatriarcalização se caracteriza não apenas à nível de Estado, da política externa ou das reinvindicações e do confronto para movimentos sociais, mas um tema que estende seus tentáculos no ordinário. | ||
Palavras-Chave: Despatriarcalização. Gênero. Mujeres Creando. Confederación Bartolinas Sisa. Alternativas políticas. | Palavras-Chave: Despatriarcalização. Gênero. Mujeres Creando. Confederación Bartolinas Sisa. Alternativas políticas. |
Edição das 15h52min de 26 de julho de 2024
Dissertação de Mestrado
Introdução
Dissertação apresentada como requisito parcial para defesa de mestrado para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no dia 25 de março de 2024, e aprovada pela banca, conduzidas pelo orientador Prof. Bruno de Moura Borges (PPGRI-UERJ), Prof. Jana Tabak Chor (PGGRI-UERJ) e Simone da Silva Ribeiro Gomes (PPGS-UFPEL).
Epígrafe
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar – Fernando Birri, 1994.
Resumo
TROTTE, Alyssa Ribeiro Perpeto. O “labor de retazos” da despatriarcalização: A atuação dos movimentos Mujeres Creando e Confederación Bartolina Sisa na disputa pela tessitura de alternativas políticas generificadas na Bolívia. 2024. 182f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
A presente dissertação busca contribuir para análise e mapeamento da ação política das mulheres e de suas produções de alternativas políticas generificadas para a América Latina, com recorte para o projeto da despatriarcalização na República Plurinacional da Bolívia. Meu objetivo é investigar o projeto da despatriarcalização, mobilizado e protagonizado por mulheres dissemelhantes que compõem os movimentos sociais Mujeres Creando e Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias de Bolivia – Bartolina Sisa, buscando mapear seu(s) significado(s) frente aos desafios, tensões e nuances naquilo que intitulo como disputa pela tessitura de alternativas políticas generificadas na Bolívia. Para isso, partimos da seguinte pergunta: Quais são os significados que a despatriarcalização assume no processo de sua disputa entre a Confederação Bartolinas Sisa e o Mujeres Creando? A hipótese central foi de que a despatriarcalização é constantemente (re)significada, a depender dos atores que a reivindicam. Portanto, compreendo a despatriarcalização como um fenômeno escalar dotado de mobilidade de sentidos desde sua concepção até sua difusão. A fim de verificar esta hipótese, foi realizado um estudo bibliográfico e documental, além de uma pesquisa empírica através de entrevistas semiestruturadas. Tendo isso em vista, construo e sistematizo a análise do tema a partir de escalas, onde foi possível constatar a despatriarcalização como uma alternativa (re)produzida e (re)significada por mulheres bolivianas em três níveis que se co-constituem: no internacional, no local e no cotidiano. Usufruindo do diálogo com duas mulheres bolivianas nesta tentativa de fazer e refazer o mundo, aponto como a despatriarcalização se caracteriza não apenas à nível de Estado, da política externa ou das reinvindicações e do confronto para movimentos sociais, mas um tema que estende seus tentáculos no ordinário.
Palavras-Chave: Despatriarcalização. Gênero. Mujeres Creando. Confederación Bartolinas Sisa. Alternativas políticas.