Invasão de Livros

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 17h48min de 22 de setembro de 2023 por Nsmiranda (discussão | contribs)

Em 28 de novembro de 2010, as comunidades do Complexo do Alemão e da Penha foram invadidas pelas forças militares, numa megaoperação com helicópteros e tanques de guerra que marcou a criação das UPPs. Desde então, o dia 28 de novembro nunca foi o mesmo nas favelas.

Dez anos depois, no dia 28 de novembro de 2020, o Voz das Comunidades em parceria com a Bienal do livro distribui 15 mil livros pelas regiões Pedra do Sapo, Baiana, Favelinha, Inferno Verde, Palmeiras, Casinhas, Adeus, Prédios Acácias, Fazendinha, Mineiros, Matinha no Complexo do Alemão e Merendiba, Caixa d’água, Estradinha, Favelinha, Sereno e Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.  

Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de redes de comunicação oficiais.

Retirado do site Voz nas Comunidades[1] 

Sobre

Foto: Matheus Guimarães / Voz das Comunidades

Pelos becos e vielas, as obras doadas variavam entre os gêneros literários, títulos e classificação de idade. Para as crianças, livros como Amoras, do Emicida e Pequeno Príncipe Negro, do Rodrigo França; para o público infanto-juvenil, os livros dos ícones teen Larissa Manoela e Enaldinho; e com livros na temática do Na minha pele, do Lázaro Ramos e O Sol na cabeça, do Geovani Martins, os adultos e idosos também foram contemplados.

Invasão de livros. Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Na região conhecida como Palmeiras, no Complexo do Alemão, Marlene Tavares, de 70 anos, conta que a distribuição de livros dá uma perspectiva nova para os moradores. Segundo ela, o avanço prometido com as UPPs não aconteceu e isso atrapalha o desenvolvimento local.

“Aqui, poucos leem. Às vezes falta um incentivo à leitura. A criança tem que ler um livro de história, é bom, porque elas não estão evoluindo nada. Após as UPPs teve avanço em relação à violência, mas nos outros serviços sempre teve época ruim. O estudo faz muita falta”, afirma a moradora, que está no Alemão há mais de 20 anos.

Marlene Tavares / Foto: Jacqueline Fernandes / Voz das Comunidades

Brincadeira de criança

A manhã estava típica de verão carioca, as crianças pelas ruas, brincadeiras com água nos chuveirões e mangueiras. Entretanto, a euforia e alegria tomaram conta quando os livros chegaram. “Fora da escola eu nunca ganhei livro, é a primeira vez que eu estou ganhando aqui em cima”, disse Ana Clara, de 9 anos.

Para Ana Carolina, também de 9 anos, a sensação de felicidade surgiu ao ganhar o livro O diário de Larissa Manoela: A vida, a história e os segredos da jovem estrela. Ana afirma que aprende bastante com os livros e sempre desejou ter essa obra da atriz.

Morador e voluntário

Invasão de livros contou com mais de 60 voluntários, que se dividiram em seis equipes. Tiago Bastos, coordenador de produção do Voz e morador do Alemão, destacou a importância deste trabalho, uma vez que a pandemia deixou muitas pessoas sem o acesso às aulas. <article id="post-60753"> “Acho que essa ação foi muito importante porque demos, mais uma vez, incentivo ao estudo e à prática da leitura. Crianças que leem têm mais discernimento das coisas. Para um morador de favela isso é essencial. Eu fiquei muito comovido com a alegria das crianças em receber os livros, algo tão importante como a leitura sendo abraçado de forma espontânea. Isso me deixou muito feliz, com esperança no futuro dessas criançasFoi uma satisfação completa“, afirma Tiago.

Editoras que apoiaram a Invasão de livros

  • Astral Cultural
  • Arole Cultural
  • Ediouro
  • Editora Aruanda
  • Editora Estrela Cultural
  • Editora Máquina de Livros
  • Editora Rocco
  • Editora Saber e Ler / Instituto Sabrina Sato
  • FGV
  • Globo Livros
  • Grupo Companhia das Letras
  • Grupo Record
  • Harpercollins Brasil
  • Intrinseca
  • Leya Brasil
  • Lamparina Editora
  • Ler Editorial
  • Pallas
  • Panini
  • Sextante
  • The Gift Box Editora
  • Valentina

Fonte