Dançando para não dançar (projeto)
Introdução
Criado em 1995, o projeto Dançando Para Não Dançar, atende em torno de 800 jovens, de diversas favelas da cidade do Rio de Janeiro. As atividades desenvolvidas são estruturadas a partir do suporte socioeducativo aos jovens das favelas, seja pela capacitação para a dança, pela tentativa de articulação de núcleos familiares nos territórios, incentivo à escolarização ou debates em torno do desenvolvimento de uma consciência cidadã e melhoria qualidade de vida.
Histórico do Projeto
O projeto, desde o início, foi conduzido e elaborado pela bailarina e professora Thereza Aguilar, ainda nos anos 1990. Inspirado no Balé Nacional de Cuba, que transformou dezenas de órfãos e crianças vítimas de extrema pobreza em bailarinos famosos, vem revelando artistas de dança clássica em diversas comunidades carentes do Rio.
O início do projeto foi inspirador: no dia do teste para formação da primeira turma de balé clássico nos morros de Cantagalo e Pavão Pavãozinho, compareceram 250 crianças para as 40 vagas ofertadas. Em fevereiro de 1995, o “Dançando Para Não Dançar” conseguiu aprovar seis crianças do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, para a Escola de dança Maria Olenewa, da Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, antes frequentada exclusivamente por crianças da classe média e de pessoas com alto poder aquisitivo.
Depois disso, o Projeto expandiu-se e hoje está presente em 16 comunidades, além da sua sede, no Centro: Mangueira, Chapéu e Babilônia, Jacarezinho, Rocinha, Santa Marta, Borel, Cruzada, Vila Isabel, Santa Teresa, Salgueiro, Japeri, Morro do Telégrafo e Cerro Corá-Cosme Velho.
No final de 1997, o DPND levou o balé e a música clássica para um palco armado sob um viaduto na Mangueira, berço do samba. Na ocasião, Ana Botafogo dançou com os bailarinos do projeto. Em seguida, no ano de 1998, foi fundada a Associação Dançando Para Não Dançar, com o objetivo de ampliar o raio de atuação do projeto e dedicar-se mais à integração social de menores que vivem em situação de risco nas favelas da cidade. Como desdobramento do projeto, em 2007, surge a Companhia de mesmo nome que desde então vem realizando espetáculos abertos à população.
Atividades
Além das aulas de dança, as crianças têm aulas de línguas (inglês e alemão) e reforço escolar. A Associação oferece ainda assistência médica, odontológica, acompanhamento psicológico e fonoaudióloga, além de assistência social.
Desenvolvimento
Nos últimos anos, o projeto integrou várias crianças à Escola de Dança Maria Olenewa, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Dez desses alunos foram encaminhados para especialização em companhias e escolas de dança no Brasil e no exterior. Outras são monitores dentro do próprio projeto e uma ex aluna hoje é professora, formada por uma Universidade. O projeto vem despontando talentos e já tem alunas com sólida carreira profissional na Alemanha e em São Paulo.
A coordenação sabe que nem todos os jovens assistidos ingressarão no mercado de trabalho como bailarinos. Trabalha com a perspectiva de garantir a eles os direitos e as oportunidades iguais, onde sobressairão aqueles em que o desempenho e o talento nato estiverem como metas em suas vidas. Além do mais, os alunos poderão utilizar os conhecimentos adquiridos ao longo da aprendizagem, em profissões ligadas às demais atividades artísticas ou em atividades que possam melhorar a qualidade de vida de suas comunidades.
Vídeo do projeto
Fontes:
Site oficial:Dançando para Não Dançar
WikiDança - Dançando para não dançar