Data Labe
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Por Fabiana Batista | NPC
Laboratório de dados e narrativas na favela da Maré, criado em 2016, o Data Labe surgiu nas dependências do Observatório de Favelas, em parceria com a Escola de Dados. Já em 2018, tornou- se uma associação autônoma e, atualmente, caminha com as próprias pernas. Em uma perspectiva de três eixos: jornalismo, formação e monitoramento e geração de dados, profissionais de diferentes áreas da comunicação -gestores, jornalistas, designers e pesquisadores- formam uma equipe de jovens de origem popular que acreditam no futuro democrático de narrativas diversas e desenvolvem reportagens, pesquisas, mapeamentos, consultorias, relatórios analíticos, oficinas, campanhas e eventos.
Dentre os conteúdos, que levam em conta as potências e complexidades dos territórios populares e de seus moradores, os temas mais presentes são contextualizados no Complexo da Maré, como a reportagem “Por que tem tanto lixo nas ruas da maré”, que buscam trazer informação com profundidade e análises fundamentais para o cotidiano do morador da comunidade.
Mas não é só no formato de texto que o laboratório trás conteúdos, há também canais de podcast, um novo formato online e de áudio, para quem quer se inteirar indo para o trabalho ou, até, faxinando a casa. Estes são separados em programas separados em temáticas com episódios super interessantes. Alguns deles são: “Abordagem policial”, “Outra Alimentação é possível”, “Temporada especial do Data_Lábia”, sendo este último um compilado de cinco episódios sobre as lutas históricas de moradores da Maré pelo saneamento. São mais de 20 assuntos diferentes abordados de forma didática, criativa e com muita sensibilidade.
Já as pesquisas de dados são fundamentais para o georreferenciamento que buscam mapear iniciativas. Três dos mapas disponíveis são o “Mapa da Comunicação Comunitária”, feito a partir de questionário, que mapeia veículos de comunicação comunitária de todo o país; O “QuilomBox”, contruído de forma colaborativa por jovens negros e negras mobilizados em todo país, esta é uma iniciativa da campanha #JovemNegroVivo. E, por último, mas não menos importante, o “Guia Cultural de Favelas”, um mapa colaborativo, que reúne práticas culturais produzidas em favelas cariocas.
Já deu para perceber que é muito conteúdo interessante sendo feito e disponibilizado de forma gratuita. De forma a democratizar ainda mais a produção de conhecimento, o Laboratório conta com a colaboração constante de todos que quiserem participar de algum conteúdo. Seja acessando os mapas, divulgando os conteúdos e até, a partir de um contato de WhatsApp denunciando descasos do poder público com as favelas. Este é o caso do “Cocozap”, “um número de WhatsApp que recebe fotos, vídeos e narrativas sobre lixo e esgoto de modo a localizar e ilustrar os desafios de um cotidiano de desigualdades em termos de acesso a serviços públicos”
Com produção e análise de dados, o Data_Lab tem a intenção de construir diagnósticos que possam ser utilizados nas lutas cotidianas do Complexo da Maré e, ainda, disponibilizar ferramentas para que cada vez mais seja possível reivindicar os direitos da favela.