Ação de Mulheres pela Equidade (AME)
Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir das redes oficiais do coletivo.
A AÇÃO DE MULHERES PELA EQUIDADE - Promoção de Saúde, Educação, Arte, Cultura e Esporte a seguir denominada AME, é uma associação civil sem fins lucrativos, de direito privado, de caráter social, educacional e cultural, apartidária, de duração indeterminada.
Sobre
A AME tem por objetivo a promoção da saúde e prevenção de agravos que afetam as populações em seus diferentes segmentos, e que essas atividades tenham finalidades de relevância pública e social que visem a promoção de ações de equidade.
Atuando desde os anos 2000 na pauta racial, do feminismo negro, da educação e de Direitos Humanos. Desde então, foram realizadas atividades pontuais no âmbito da sociedade civil, organismos internacionais ou de governo, o que lhes confere uma experiência e capacidade técnica para realizar as atividades junto à população, em especial as mulheres residentes de zonas de baixa mobilidade social.[1]
Propósitos
- Missão: Promover a equidade.
- Visão: Promoção de saúde e prevenção de agravos que afetam as populações em seus diferentes segmentos.
- Valores: Pauta racial, do feminismo negro, da educação e de Direitos Humanos.
Projetos
Campanha por Vidas
A Campanha Por Vidas[2] nasceu em julho de 2020 com o propósito de potencializar a atuação de organizações de interesse público (ONGs/OSCs/projetos), que fazem um trabalho de extrema importância neste momento de pandemia, mas também carecem de suporte devido à falta de recursos.
Diante disso, a campanha de arrecadação itinerante possui o objetivo de apoiar 5 organizações, uma de cada região do Brasil, a enfrentar os desafios socioeconômicos de populações e territórios em situação de vulnerabilidade, compreendendo a diversidade do Brasil e as singularidades de cada região.
A campanha por vidas pela dignidade menstrual se juntou a Ação de Mulheres pela Equidade (AME) para arrecadar 300 kits de higiene menstrual para mulheres de Brasília – DF. Segundo relatório elaborado pelo movimento Girl Up. Intitulado o "Impacto da pobreza menstrual no Brasil", aponta que 28% das mulheres jovens já deixaram de ir às aulas por não conseguirem comprar um absorvente. 48% delas, ou seja, quase a metade das entrevistadas, esconderam que o motivo foi a falta de absorventes. Uma em cada 4 adolescentes no Brasil não tem acesso a absorvente durante o período menstrual.
Dos muitos tabus associados ao gênero, certamente o da menstruação é um daqueles que mais interfere no bem-estar das mulheres. Para além dos bordões cômicos que relacionam o ciclo menstrual ao temperamento das mulheres, prática que reflete o viés machista por trás do tabu, o tema é constantemente associado a vergonha, asco e a inferioridade feminina.
Compreendendo a urgência e importância de combater esse cenário e de promover melhores acessos à higiene menstrual de meninas/mulheres/homens trans, a Campanha Por Vidas se juntou à AME (Ação de Mulheres pela Equidade) na sua última edição, Centro-Oeste.
“Por isso, iremos arrecadar R$ 22.913,1 para distribuir e doar kits de dignidade menstrual para 300 meninas, mulheres e homens trans residentes em 3 áreas periféricas no Distrito Federal, visando promover ações de incidência política e empoderamento para essas pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade econômica e social, para que após a realização dessas atividades, possam ser de fato protagonistas de suas histórias”.
O objetivo desta edição foi contribuir com as ações de promoção de Direitos humanos relacionados ao tema de pobreza menstrual com meninas, mulheres e homens trans em situação de vulnerabilidade social para garantir o acesso às informações e aos insumos de higienização, visando assim, reduzir as situações de desconforto causado pela ausência desses insumos durante o período menstrual.
Mulheres, homens trans e ou pessoas com útero, vão menstruar em algum momento de suas vidas, e esse ciclo permanecerá durante um bom tempo. A pobreza menstrual é um fenômeno complexo, multidimensional e transdisciplinar caracterizado principalmente pelos seguintes pilares:
- Falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual tais como absorventes descartáveis, absorventes de tecido reutilizáveis, coletores menstruais descartáveis ou reutilizáveis, calcinhas menstruais, etc., além de papel higiênico e sabonete, entre outros;
- Questões estruturais como a ausência de banheiros seguros e em bom estado de conservação, saneamento básico (água encanada e esgotamento sanitário), coleta de lixo;
- Falta de acesso a medicamentos para administrar problemas menstruais e/ ou carência de serviços médicos;
- Insuficiência ou incorreção nas informações sobre a saúde menstrual e autoconhecimento sobre o corpo e os ciclos menstruais;
- Tabus e preconceitos sobre a menstruação que resultam na segregação de pessoas que menstruam de diversas áreas da vida social;
- Questões econômicas como, por exemplo, a tributação sobre os produtos menstruais e a mercantilização dos tabus sobre a menstruação com a finalidade de vender produtos desnecessários e que podem fazer mal à saúde;
- Efeitos deletérios da pobreza menstrual sobre a vida econômica e desenvolvimento pleno dos potenciais das pessoas que menstruam.
Elas Periféricas
A AME participa do projeto “Elas Perifericas”, edital voltado à potencialização de iniciativas lideradas por mulheres negras que têm atuação em áreas periféricas de todo o Brasil e causam efeitos transformadores nos seus respectivos territórios: