Bloco Afro Angola Janga
Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir das redes oficiais do bloco.
O Bloco Afro Angola Janga é um bloco afro de Belo Horizonte/MG dedicado ao empoderamento e à emancipação do povo negro através de suas práticas e repertórios. Fundado em setembro de 2015, partindo da idealização de seus cofundadores, Nayara Garófalo e Lucas Jupetipe, lideranças negras em suas respectivas comunidades, diante da percepção da necessidade de enegrecer e periferizar a nova conjuntura do crescente carnaval de Belo Horizonte.
História
O nome do bloco foi escolhido por se tratar do nome real do Quilombo dos Palmares, assim chamado pelos livros de história. Porém, seus moradores, os quilombolas, chamavam-no Angola Janga (pequena Angola), numa alusão a um espaço em nosso país em que eles pudessem se sentir em casa: um quilombo que tenta criar um ambiente de atmosfera favorável para o desenvolvimento de pessoas negras através do trabalho coletivo.
Objetivando oportunizar uma espécie de quilombo urbano, em que conhecimentos e habilidades fossem compartilhados entre irmãos em prol do crescimento individual e da comunidade, o Bloco foi pensado e projetado para ser um espaço de manutenção, preservação e divulgação da cultura e filosofia afrobrasileira.
Atualmente conta com cerca de 200 integrantes e uma bateria de 100 pessoas que realizam diversas funções, entre apresentações, ações em escolas, faculdades, universidades, periferias e vilas. Essas funções envolvem atendimentos gratuitos realizados por um Núcleo de Psicologia e Relações Raciais, projetos educacionais e pedagógicos propostos por um Núcleo de Educadores, atendimentos gratuitos por um Núcleo de Advogados e oficinas gratuitas e semanais de temas relevantes ao povo negro.
O Angola Janga trabalha para intermediar aos negros a cultura que a eles pertence e a qual muitos não tiveram acesso. Com uma levada que vai do “axé” ao funk, o Bloco passeia, em seu show, por diversos exemplares da produção musical negra antiga e recente. Samba reggae, ijexá, samba afro, funk de protesto, hip hop, pagodão baiano e ritmos mineiros são alguns dos apresentados, com uma energia e estética inesquecíveis para quem vê.
Cortejo em 2016 em BH:
Propósitos
- MISSÃO: Criar mais um espaço negro na cidade, em função do apagamento cada vez maior dos negros, especialmente periféricos, no Carnaval de Belo Horizonte, bem como na sociedade em geral.
- VISÃO: Oportunizar uma espécie de quilombo urbano, em que conhecimentos e habilidades possam ser compartilhados entre irmãos em prol do crescimento individual e coletivo da comunidade.
- VALORES: Intermediar os negros à cultura que a eles pertence e que na qual muitos não tiveram acesso. O desejo é que essa fantasia seja eterna!