Instituto por Direitos e Igualdade

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir das redes oficiais da coletiva.

Instituto por Direitos e Igualdade

O IDI se guia pela promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais, atuando sem discriminação política, racial, religiosa ou social. Atua também na defesa dos direitos dos encarcerados, dos grupos em vulnerabilidade social, da igualdade de gênero e no combate ao racismo.

Sobre

Instituto por Direitos e Igualdade

O Instituto por Direitos e Igualdade é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que tem como premissas a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, entendendo que está se dá a partir do acesso amplo a direitos universais, como renda, saúde, educação, previdência, lazer, trabalho e ciência e do reconhecimento da diversidade. Considerando a necessidade de mudanças estruturais na sociedade brasileira para concretização do projeto de construção dessa sociedade. Tem como missão Combater a violação de direitos humanos, especialmente entre famílias de pessoas encarceradas e egressos do sistema prisional e socioeducativo, a desigualdade social, o punitivismo e seus reflexos sociais, promovendo uma sociedade mais justa. Objetivos: • Combater o encarceramento e o punitivismo como lógica social e seus reflexos nas políticas públicas. • Promover políticas e formar redes que combatam a desigualdade nas expressões de gênero, raça, credo e social. • Combater às violações aos direitos humanos no sistema penitenciário e nos demais âmbitos • Promover a educação e a conscientização da população como forma de mobilização com vistas a transformar.

Thayná Trindade, Diretora IDI, para Elas Periféricas, Fundação Tide Setubal e Tik Tok

Propósitos

IDI - Propósitos

Missão

Mobilização; Luta pelo fim do punitivismo e seus reflexos sociais;  Conscientização; Combater a violação de direitos humanos.

Visão

Educação, Combate a qualquer tipo de desigualdade e violações; Transformação.

Valores

Justiça social; Direitos humanos; Empatia; Solidariedade; Laicidade.

Racismo e Suicídio da População Negra, por Thayná Trindade.

Thayná Trindade

O Racismo mata! Já abordei isso de diversas formas por aqui. Mas, uma delas é a morte autoinflingida causada por extremo sofrimento psíquico. Psiquicamente o racismo age através de mecanismos de violação consecutivas que, ao mesmo tempo em que revelam um padrão histórico de abuso racial, também envolvem memórias de uma violência coletiva. O choque racista é se defrontar no hoje com um passado racial que não passou, sendo reatualizado no presente na forma de violência, exercida por mecanismos diretos, indiretos ou sutis.

Setembro Amarelo se configura como o mês da conscientização sobre o suicídio e o quanto ele tem ceifado vidas brasileiras. Neste momento, abordarei as vidas negras que se foram. Importante iniciar dizendo que o suicídio é uma prática multifatorial que acontece por questões econômicas, sociais, biológicas e culturais. Ele se configura como desfecho de uma situação de sofrimento. Ninguém quer de fato se matar, deixar de viver é visto como uma solução para cessar a dor, quando não é mais possível para o sujeito vislumbrar saídas.

De acordo com o Ministério da Saúde, Adolescentes e jovens negros têm maior chance de cometer suicídio no Brasil. Jovens de 10 a 29 anos do sexo masculino apresentam um risco 50% maior do que jovens brancos na mesma faixa etária. Ou seja, além de serem os mais mortos pela política de segurança pública também são os jovens negros os que apresentam mais risco de cometer suicídio. E isso pode ser identificado por diversos fatores contingenciais ocasionados pelo racismo:

A maior parte da população pobre é negra, com negação deliberada de acesso a políticas públicas de educação, saúde, trabalho e renda de qualidade. A negação do negro como padrão de beleza e de amor em relacionamentos afetivos sexuais; a construção simbólica da identidade negra como inferior; O machismo e patriarcado acrescentados ao marcador racial que impõe que o homem negro seja o padrão de sensualidade e virilidade; A dificuldade de acesso a canais de saúde mental e de escuta psicológica, o preconceito de que quem busca apoio psicológico é “louco”, “fraco”. A negação da opressão, seguida de silenciamento e ausência de aparatos para combate ao sofrimento psíquico.

O levantamento, do Ministério da Saúde (MS), revela não somente uma disparidade racial, como também a necessidade de políticas públicas mais eficientes para a população negra. Não é possível sanar o racismo com uma única política reparatória, é necessário articulação de diferentes ações interseccionais. A discriminação por classe social, falta de perspectivas, violência, insegurança, desigualdade, falta de opções de cultura e desemprego também contribuem para esse resultado.

A Política Nacional de Saúde da População Negra (PNSIPN), criada em 2009 para garantir a equidade e a efetivação do direito à saúde de negras e negros, ainda é pouco aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS). O negacionismo do racismo institucional impede com que as políticas nacionais de combate ao racismo sejam implementadas.

Produzir saúde mental para as pessoas negras é um ato político. Não é uma tarefa fácil, exige ação coletiva e autoconhecimento. Exige se desvincular de um ato colonial que não passou. Mas essa tarefa pode ser executada coletivamente.

Projetos atuais

Conheça o Instituto Por Direitos e Igualdade

Observatório de famílias de pessoas encarceradas

Observatório de famílias de pessoas encarceradas


A sociedade não conhece o universo das famílias de pessoas do sistema prisional, socioeducativo e egressos do Estado do Rio de Janeiro. Não sabe como vivem, condições de educação, emprego, transporte, acesso à saúde. Sabemos o quanto elas vivem situações de exclusão e violência sistêmica.

Por isso, o Instituto Por Direitos e Igualdade propôs uma pesquisa para a obtenção de dados sistematizados e permanentemente atualizados sobre como vivem essas famílias e a construção de uma plataforma digital chamada Observatório de Direitos das Famílias de Pessoas Encarceradas -ODFPEN que permite amplo acesso a estes dados que precisam ser vistos e debatidos.

Estes dados serão uma forma de conhecer as demandas deste público, historicamente invisibilizado e a base para a proposta de políticas públicas para seu acesso a direitos". diz Thayná Trindade, presidente do Instituto.

Este projeto teve a honra de ser eleito por votação popular no dia 21 de agosto de 2021 para ser beneficiado e pela Emenda Participativa do mandato do Deputado Glauber Braga, como foco em projetos de desencarceramento da população do Estado do Rio de Janeiro. A verba ainda não foi liberada mas a equipe já se dedica a realizar as etapas de planejamento e criação de parcerias para a execução do projeto.

Centro de Acolhimento Psicosocial

Centro de Acolhimento Psicosocial

A equipe de diretores e voluntários do Instituto Por Direitos e Igualdade agradece imensamente todo o apoio que recebemos no dia 1/04/2022, na votação de projetos populares que concorreram a uma Emenda Participativa do mandato do Dep. Glauber Braga.

O tema dos projetos era o cuidado com a Saúde e o combate ao encarceramento em massa da população negra periférica numa perspectiva abolicionista.

A votação contou com mais de 100 pessoas, presencialmente e online, e o projeto Centro de Acolhimento Psicossocial a egressos e familiares de pessoas encarceradas, proposto pelo Instituto por Direitos e Igualdade foi aprovada por 83% dos votantes!

O projeto atenderá famílias e egressos(as) do Estado do Rio de Janeiro contribuindo para o acesso a direitos básicos de saúde e sociais com foco na redução da precariedade, exclusão, invisibilidade e reincidência na reclusão na trajetória destas famílias.

É uma honra e uma grande responsabilidade para nossa equipe e parceiros sermos escolhidos no voto popular para gerir este investimento.

É fundamental oferecer acesso a cuidados básicos em saúde para essa população constantemente negada de seus direitos.

A descrição do projeto, objetivos, metodologia, indicadores, orçamento, cronograma etc. serão divulgados em breve e acompanhados para total transparência seguindo todos os critérios e boas práticas de gestão. A verba será liberada apenas em 2023.

Quem quiser participar como apoiador(a) da construção desse projeto em 2022, será bem-vind@. Basta entrar em contato com o IDI por e-mail, redes sociais ou whatsapp e avaliarmos juntos as oportunidades para contribuir.