Rede Nacional de Mães e Familiares
Verbete criado pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de notícias contidas nas redes.
O objetivo é denunciar o genocídio do povo negro, as chacinas em favelas, o aumento do número de homicídios no país e buscar respostas do Estado em relação a cada um desses casos. É a oportunidade de ouvir diferentes relatos que, juntos, mostram como essas mortes não são “acidentes”, mas sim um projeto político de extermínio colocado em curso.
Sobre
Os mortos e encarcerados sistematicamente no Brasil têm idade, cor e endereço: jovens, negros e periféricos. A injustiça desse cenário extrapola o disparar das armas e o fechar das grades. Familiares, amigos e mães também sofrem e clamam por Justiça.
A letalidade policial brasileira supera seu próprio recorde ano após ano. Segundo o Monitor da Violência, 6.160 pessoas foram mortas por policiais no País em 2018 – 935 a mais que em 2017. Os sistemas prisional e socioeducativo descumprem os direitos fundamentais da pessoa humana e deixam de cumprir seus reais propósitos.
As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mães e familiares para lutar por direitos, justiça, reparação e memória em todo o Brasil.
Para as mães que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias, maio representa o mês de luta e de busca por responsabilização do Estado pela política de terrorismo que vitimiza uma população bastante especifica: jovens, negros e pobres. É também o mês em que, desde 2016, mães e familiares se reúnem anualmente.
Os Encontros da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado têm o objetivo de fortalecer a luta por Justiça daqueles que perderam seus familiares, dando visibilidade às violações de direitos perpetradas pelo Estado. É um importante momento de troca de experiências entre os familiares, que vivem o cotidiano de ameaça e repressão e buscam a construir a memória de seus filhos.
Em 2020, Fortaleza será a casa do 5º Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado.
Luto para nós é verbo
A letalidade policial, no Brasil, supera seu próprio recorde ano após ano e, no Brasil, tem um alvo bem definido: jovens, negros e pobres. As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mulheres, mães, irmãs, tias e familiares para lutar por justiça, reparação e memória.
Neste vídeo-artigo produzido por Natasha Neri e roteirizado por Juliana Farias, respectivamente, diretora e roteirista do premiado documentário "Auto de Resistência", vencedor do É Tudo Verdade de 2018, as autoras captam o testemunho destas mulheres incansáveis em sua essência mais profunda.
Vídeo Artigo
Direção: Natasha Neri
Roteiro: Juliana Farias
Fotografia: Neo Nabuco e Karla da Costa
Montagem: Renato Martins
Imagens adicionais: Airton Martins
Assistente de montagem: Luiz Martins