Morro do Salgueiro

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O Morro do Salgueiro é uma favela localizada no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro, muito conhecida por ser o berço de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.

Autor: Gabriel Nunes.
Morro do Salgueiro, Maurício Hora..jpg

História[editar | editar código-fonte]

Morro do Salgueiro.jpg

No final do Século XIX, o local fazia parte da Chácara do Trapicheiro. Em 1885 começou a ser povoado por ex-trabalhadores das plantações de café do Vale do Paraíba e de zonas vizinhas. Com o falecimento do Conde de Bonfim e de seu filho, o Barão de Mesquita, o local foi loteado pelo Barão de Itacuruçá, genro do Barão de Mesquita, e as terras foram negociadas para pequenos proprietários. 

Recebeu o nome em meados da década de 1920 em referência ao português Domingos Alves Salgueiro, comerciante instalado na Tijuca e que era proprietário de 30 barracos no local e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca,logo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro. Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste.

São essas pessoas que passam a construir mais e mais barracos. Às casas que ali estavam, juntaram-se novos lares, sempre levantados em regime de mutirão.

E assim surgiram o Sossego (local mais sossegado), o Campo (devido ao campo de futebol) e o Pedacinho do Céu (por ser a parte mais alta, onde os barracos ficam mais isolados do mundo). Tinha também o Canto do Vovô, Sunga, Caminho Largo, Trapicheiro, Portugal Pequeno, Sempre Tem, Anjo da Guarda, Terreirão, Grota, Rua Cinco, Carvalho da Cruz e Buate.

Sua ocupação se acelerou a partir da década de 1940 com a chegada demigrantesdos mais diversos estados e do interior do estado, contribuindo com a formação de uma das grandes favelas da Zona Norte da capital fluminense.

Luta e samba[editar | editar código-fonte]

A luta social também faz parte da história do morro do Salgueiro. Foi lá que surgiu a primeira associação de moradores do Rio de Janeiro, no início de 1934,quando os habitantes do morro foram ameaçados de despejo, os 7000 moradores da favela utilizaram principalmente a escola de samba Azul-e-Branco, como instrumento político para ganhar na justiça uma ação que previa a remoção da favela. Liderados pelo sambista Antenor Gargalhada, saíram vitoriosos na batalha jurídica e continuaram a conviver pacificamente no morro do Salgueiro.

Em 1934, Antenor Gargalhada, presidente da escola de samba, que mais tarde iria se fundir à Depois eu Digo, atuou como um dos primeiros líderes comunitários que se têm notícia na cidade, e sua escola, como uma verdadeira associação de moradores.O morro do Salgueiro foi o berço feliz de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.

Escola de samba[editar | editar código-fonte]

Quadra do Salgueiro.jpg

Originária do Morro do Salgueiro, atualmente é sediada na Rua Silva Teles,no bairro do Andaraí, onde também funciona a Vila Olímpica do Salgueiro.

A Acadêmicos do Salgueiro desfilou pela primeira vez em 1954, conquistando o terceiro lugar, à frente da super campeã Portela. Em 1963, pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba apresentava um enredo centrado em uma personalidade feminina, Xica da Silva. A escola inovou, mais uma vez, ao apresentar uma ala de passo marcado. Coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ala trazia casais dançando um minueto. Em 1993, com o enredo "Peguei um Ita no Norte" a escola foi protagonista de um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca: durante o desfile, o público presente no Sambódromo cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão "Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade".

Fortemente ligada com a tradição afro-brasileira em termos da escolha dos enredo e da criação musical destes, a Academia conseguiu a criação de melodias impressionantes e cantos emocionais entre a própria comunidade, como o samba de 2019 que trouxe o Orixá "Xango" como enredo do seu desfile. A escola possui o lema "Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente". É apelidada de "Academia do samba", e sua bateria é denominada "A Furiosa".

Imagens do Salgueiro[editar | editar código-fonte]

Antenor Gargalhada[editar | editar código-fonte]

Considerado um dos maiores sambistas da época de ouro da MPB, os anos 1930. Também era estimado batuqueiro e partideiro. Destacou-se também ao defender os moradores locais contra uma ação de despejo impetrada por um italiano que comprou o morro e queria expulsar todo mundo. Morreu prematuramente aos 32 anos em 1941 vitimado pela tuberculose. Devido a seu falecimento a escola de samba Azul e Branco em sinal de luto não desfilou no carnaval deste ano.

ANTENOR GARGALHADA - Nascido Antenor Santíssimo de Araújo.jpg

Desfile de 1955[editar | editar código-fonte]

No segundo ano após a fusão das três escolas do Morro do Salgueiro, a Academia do Samba desfilou, em 1955, contando o enredo “Epopeia do Samba”, embalado por um samba composto por Bala, Duduca e José Ernesto Aguiar.
Bailando com o pavilhão do Salgueiro ainda em seu modelo antigo, o casal Ananias e Eni.

Salgueiro em 1955 com o enredo Epopeia do Samba. Carnavalesco Hildebrando Moura. Foto Arquivo Nacional..jpg

Espaço Cultural Calça Larga[editar | editar código-fonte]

Espaço de reunião e lazer de moradores e sambistas no alto do morro.

Espaço Cultural Calça Larga.jpg

Referência bibliográfica[editar | editar código-fonte]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Morro_do_Salgueiro

http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/b001058.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acad%C3%AAmicos_do_Salgueiro#Primeiros_anos