Violência verbal
A violência verbal diz respeito à linguagem hostil e agressiva utilizada com a intenção de ofender.
De acordo com a filosofa Judith Butler (2021), a violência não se limita apenas a atos físicos, mas também pode se manifestar de maneiras simbólicas, culturais e discursivas. Para a autora as normas sociais e culturais têm o poder de regular e controlar nossos corpos e identidades. Nesse cenário a linguagem desempenha um papel fundamental impondo normas de gênero, sexualidade, entre outros, limitando a liberdade e a expressão das pessoas.
Deste modo, a violência verbal pode ser vista como parte de um sistema mais amplo de normas e práticas que regulam e disciplinam corpos e identidades, reforçando hierarquias de poder e marginalizando certos grupos. Ao admitirmos a materialidade da língua, entendemos que há recursos linguísticos e discursivos que se empregam de modo a ferir outrem, e, ao fazê-lo, coloca-se o outro no lugar de inferioridade e de depreciação. Devemos, nesse ponto, nos lembrar novamente de Judith Butler, ao dizer que “ser ferido pela fala é sofrer uma perda de contexto, isto é, não saber onde se está”. Por isso, há um efeito e uma intenção em cada ato de fala.
AS PRÁTICAS DISCURSIVAS DA VIOLÊNCIA NAS MÍDIAS DIGITAIS: MARIELLE FRANCO, PRESENTE... NO ESPAÇO DISCURSIVO ÊMICO Autores : Anderson Ferreira; Cristiane da Silva Ferreira; Ramon Silva Chaves. Disponível em:
AS PRÁTICAS DISCURSIVAS DA VIOLÊNCIA NAS MÍDIAS DIGITAIS
FONTES:
BUTLER, Judith. Discurso de ódio uma política do performativo. São Paulo Ed. Unesp, 2021. p. 123-172.