O rapaz do recôncavo da guanabra

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A primeira vez que ouvi esse terma, estava na praia de Mauá, também baixada fluminense do Rio de Janeiro, e que também é chama de fundos da guanabra nos documentos históricos. Desde então, tenho me entitulado como "o rapaz do oeste do recôncavo da guanabara" para designar o meu território, Duque de Caxias. Que aliás, é bem melhor me referir a esse lugar como sendo o oeste do recôncavo da guanabara do que o nome de um assasino de populações negras e originárias nessa mesma região que carrega seu nome. O desejo por usar essa figura d elinguagem se dá pela insustenabilidade de carregar nas costas o peso de tanta gente assasina e sanguinária que o nome Duque de Caxias revela. Nomes clássicos como o homem da capa preta, o tal rei da baixada, também é outro motivo por fazer ventilar outros eufemismos que digam sobre duque de caxias sob outra ótica. Esse nome também revela a importância dos povos sambaquis, povos anteriores ao povos indígenas, que habitavam essa região da guanabara e que formavam montes de conchas para se roteger, daí o nome sambaqui, dado por indígenas tupinambás que passaram a habitar essas terras. Esse nome traz um outra memória que brota do chão, assim como as conchas históricas que ainda resistem no museu de percurso vivo de São Bento, justamente para fazer mostrar outras histórias, as que não sejam sobre mortes, violências, milícias e/ou cidade dormitório. Esse nome lembra dos tempos vindouros da baía de guanabara, onde tinham botos e baleias, antes da colonização, antes da chegada do homem branco, antes do desastre colocnial.