Sexualidade de adolescentes com deficiência e condição crônica
Autoria: Larissa Oliveira da Silva
A sexualidade de adolescentes com deficiência é um tema fundamental dentro da agenda da Saúde Coletiva e Pública, além de ser parte dos direitos humanos, da inclusão social e da educação sexual. Historicamente, a sexualidade das pessoas com deficiência é tratada com receio e cautela, muitas vezes negligenciada e adjetivada como "anormal". Ao negar a possibilidade dos adolescentes com deficiência e condição crônica de exercerem sua sexualidade, deixando orientações sobre a questão em segundo plano e focando na doença, conforme o modelo biomédico da saúde, pejudica o cuidado integral e informações sobre tema pertinentes, como as violências que estão suscetíveis todas as pessoas, mas que precisam de um atenção a mais com essa população.
A adolescência de pessoas com deficiência e condições crônicas apresenta particularidades. O comprometimento decorrente dessas questões de saúde afetar aspectos físicos e outros, demandando internações, afastamento da rotina diária e um tratamento prolongado. Além dos desafios inerentes ao tratamento, esses adolescentes enfrentam os impactos de um sistema capitalista que frequentemente associa seus corpos à inutilidade. Essa perspectiva gera um impacto social significativo e oneroso, influenciando não apenas a vida cotidiana e as relações interpessoais, mas também o acesso ao trabalho e a vivência da sexualidade.
A deficiência pode afetar a vivência da sexualidade de diferentes formas, dependendo de fatores como o tipo de deficiência (física, intelectual, sensorial ou múltipla), o ambiente social e o suporte recebido. No caso de adolescentes com deficiência intelectual, por exemplo, há um risco maior de infantilização, enquanto adolescentes com deficiências motoras podem enfrentar barreiras físicas para a intimidade.
A educação sexual é essencial e para todos os adolescentes, independente das questões de saúde que apresentam e convivem. É necessária para a compreensão saudável do corpo, entender o consentimento e as relações interpessoais. Além disso, é urgente uma maior atenção para políticas públicas voltadas para esses adolescentes e que assegurem o direito ao cesso à sáude integral, incluindo a sexual e reprodutiva, maior autonomia e respeito.
Referências Bibliográficas:
BASTOS, O. M.; DESLANDES, S. F. Sexualidade e o adolescente com deficiência mental: uma revisão bibliográfica. Ciência & Saúde Coletiva¸ v. 10, n. 2, pp. 389-397, abr. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/XkbPwRjxXcxcXwyp5knsyNk/?lang=pt#.
BASTOS, O. M.; DESLANDES, S. F. Adolescer com deficiência mental: a ótica dos pais. Ciências & Saúde Coletiva, n. 1, pp. 79-87, jan. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/wR83TWCBGkkjmNKkdCFF5BH/?format=pdf&lang=pt.
SILVA, L. de L. T.; VECCHIA, B. P.; BRAGA, P. P. Adolescer em pessoas com doenças crônicas: uma análise compreensiva. Revista Baiana de Enfermagem, [S. l.], v. 30, n. 2, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/14281.