A Educação Popular na Favela Chapéu Mangueira
A Educação Popular no Chapéu Mangueira remonta as práticas educativas organizadas por Dona Marcela desde a década de 1970 num barraco de madeira improvisado para dar alguma assistência educacional para crianças e adolescentes daquela comunidade localizada no Leme, e vizinha do Morro da Babilônia, Rio de Janeiro.
Outra educadora popular que se somou com Dona Marcela foi Benedita da Silva (Deputada Federal e ex-Governadora do Rio de Janeiro). Nascida e criada na comunidade Benedita trabalhou por 13 anos de forma voluntárias nas atividades educacionais organizadas por Dona Marcela. Nos anos de 1990 as atividades foram institucionalizadas pela Prefeitura do Rio que batizou atual creche (EDI) da comunidade em Homenagem à Dona Marcela.
Nos últimos 10 anos as atividades de Educação Popular foram retomadas com a criação de um pré vestibular comunitário pela Maranhense Francilene do Carmo Cardoso e outros moradores da comunidade e que funcionou por 4 anos com aulas na associação de moradores, aprovando dezenas de estudantes em universidades públicas do Rio.
Após alguns anos sem nenhum projeto em funcionamento em 2022 foram retomadas atividades em educação popular na comunidade, dessa vez organizadas pelo Movimento SOS Educação Popular e pelo coletivo Além do Morro. Em plena pandemia de COVID-19 estes grupos se juntaram com outros moradores da comunidade para desenvolver atividades educacionais como reforço escolar e o pré vestibular, além de fazer uma programação cultural e artísticas para um cuidado coletivo das crianças e adolescentes que estavam sem poder frequentar escola por conta do lockdown da pandemia.
Após o lockdown o núcleo de pré-vestibular do SOS Educação Popule continua atuante no morro, com aulas que já ocorreram na Associação de Moradores, Casa da Árvore (Antigo Galpão das Artes) e na Igreja Batista da Ladeira Ary Barroso. Em todos os anos em funcionamento o núcleo de educação popular conseguiu aprovar estudantes para UERJ, UNIRIO, UFF e UFRJ.
Uma parceria sempre importante para as atividades de educação popular tem sido com Nego “Breu”, cozinheiro e empreendedor popular que toca o Chapéu do Chef, restaurante encrustada dentro da comunidade e reconhecido em toda a cidade pela comida excelente e por seu papel social na alimentação de moradores de rua.
A estudante de ciências sociais Mariana Freitas, cria do Chapéu Mangueira é hoje uma das coordenadores do pré-vestibular da comunidade, que pretende expandir as atividades com mais estudantes a serem aprovados no enem e pré-vestibulares, agora que as atividades voltaram para a Casa da Árvore.