A Voz Calada: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Mesmo com todos os obstáculos e barreiras impostas pelo capitalismo, os jovens favelados que conseguem ascender socialmente ou academicamente encontrarão a barreira do aniquilamento e apagamento da produção negra pelo processo de embranquecimento cultural e a evasão escolar, provocada pelas múltiplas facetas do capitalismo.  
Mesmo com todos os obstáculos e barreiras impostas pelo capitalismo, os jovens favelados que conseguem ascender socialmente ou academicamente encontrarão a barreira do aniquilamento e apagamento da produção negra pelo processo de embranquecimento cultural e a evasão escolar, provocada pelas múltiplas facetas do capitalismo.  
  Autoria: Suzane30
  Autoria: Suzane30
Mesmo com todos os obstáculos e barreiras impostas pelo capitalismo os jovens favelados que conseguem ascender socialmente ou academicamente encontrarão a barreira do aniquilamento e apagamento da produção negra pelo processo de embranquecimento cultural e a evasão escolar, provocada pelas múltiplas facetas do capitalismo.  
Mesmo com todos os obstáculos e barreiras impostas pelo [[Favelas como resistência à cidade do Capital|capitalismo]] os jovens favelados que conseguem ascender socialmente ou academicamente encontrarão a barreira do aniquilamento e apagamento da produção negra pelo processo de embranquecimento cultural e a evasão escolar, provocada pelas múltiplas facetas do capitalismo.  


São raros os cursos que indiquem produções ou autores negros, contribuindo significativamente para pobreza do debate público, se são os negros a maioria é necessária e urgente a representatividade que contemple políticas de acesso à cultura, transformação social e combate ao racismo, essa discussão não é essencialista e sua abordagem não se trata de ler autores negros somente pela negritude mas da tentativa de mudança de uma sociedade irrealista e discriminatória, lemos, ouvimos, formulamos nossa base crítica e analista majoritariamente pelo ponto de vista e os saberes advindo das vivências de autores brancos diferentes e, de acordo com Djamila Ribeiro, fora do lugar da fala negra: "O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experiências distintas e outras perspectivas’’.             
São raros os cursos que indiquem produções ou [[Ainda posso falar (artigo)|autores negros]], contribuindo significativamente para pobreza do debate público, se são os negros a maioria é necessária e urgente a representatividade que contemple políticas de acesso à cultura, transformação social e [[Julho Negro - Contra o Racismo, a Militarização e o Apartheid (documentário)|combate ao racismo]], essa discussão não é essencialista e sua abordagem não se trata de ler autores negros somente pela negritude mas da tentativa de mudança de uma sociedade irrealista e discriminatória, lemos, ouvimos, formulamos nossa base crítica e analista majoritariamente pelo ponto de vista e os saberes advindo das vivências de autores brancos diferentes e, de acordo com Djamila Ribeiro, fora do lugar da fala negra: "O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experiências distintas e outras perspectivas’’.             


Quem melhor contaria uma história, anseios e desafetos se não aquele que a viveu? Não se pode creditar na ideia falsa da meritocracia que não existem autores negros sendo referendados por falta de opção ou que como aponta Djamila Ribeiro, em Lugar de fala<ref>RIBEIRO, Djamila. '''Lugar de fala'''. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.</ref>, não é importante somente o teor da fala, mas quem a propaga, pois, o ponto de vista falante influencia seu discurso. Cada qual possui uma interpretação pessoal do mundo que são baseadas nas suas experiências pessoais influenciando sua ótica sobre determinado assunto, é além da interpretação pessoal, é construção social permeada pela pelas diferentes opressões vividas.  
Quem melhor contaria uma história, anseios e desafetos se não aquele que a viveu? Não se pode creditar na ideia falsa da meritocracia que não existem autores negros sendo referendados por falta de opção ou que como aponta Djamila Ribeiro, em Lugar de fala<ref>RIBEIRO, Djamila. '''Lugar de fala'''. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.</ref>, não é importante somente o teor da fala, mas quem a propaga, pois, o ponto de vista falante influencia seu discurso. Cada qual possui uma interpretação pessoal do mundo que são baseadas nas suas experiências pessoais influenciando sua ótica sobre determinado assunto, é além da interpretação pessoal, é construção social permeada pela pelas diferentes opressões vividas.  
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== Ver também ==
== Ver também ==
[[Pequeno manual antirracista (livro)]]
[[Periferia Brasileira de Letras (PBL) - Uma rede nacional de coletivos literários periféricos (artigo)|Periferia Brasileira de Letras (PBL)]]


[[O futuro negro nas mãos de um Estado branco (artigo)]]
[[Pretinhas Leitoras]]


[[Máquina de moer gente preta - a responsabilidade da branquitude (relatório)]]
[[Máquina de moer gente preta - a responsabilidade da branquitude (relatório)]]


[[Ainda posso falar (artigo)]]
[[Pequeno manual antirracista (livro)]]
<references />
[[Categoria:Temática - Relações Étnico-Raciais]]
[[Categoria:Literatura]]
[[Categoria:Literaturas afrodescendentes]]
[[Categoria:Capitalismo]]
[[Categoria:Justiça racial]]
[[Categoria:Educação]]

Edição atual tal como às 17h29min de 9 de novembro de 2023

Mesmo com todos os obstáculos e barreiras impostas pelo capitalismo, os jovens favelados que conseguem ascender socialmente ou academicamente encontrarão a barreira do aniquilamento e apagamento da produção negra pelo processo de embranquecimento cultural e a evasão escolar, provocada pelas múltiplas facetas do capitalismo.

Autoria: Suzane30

Mesmo com todos os obstáculos e barreiras impostas pelo capitalismo os jovens favelados que conseguem ascender socialmente ou academicamente encontrarão a barreira do aniquilamento e apagamento da produção negra pelo processo de embranquecimento cultural e a evasão escolar, provocada pelas múltiplas facetas do capitalismo.

São raros os cursos que indiquem produções ou autores negros, contribuindo significativamente para pobreza do debate público, se são os negros a maioria é necessária e urgente a representatividade que contemple políticas de acesso à cultura, transformação social e combate ao racismo, essa discussão não é essencialista e sua abordagem não se trata de ler autores negros somente pela negritude mas da tentativa de mudança de uma sociedade irrealista e discriminatória, lemos, ouvimos, formulamos nossa base crítica e analista majoritariamente pelo ponto de vista e os saberes advindo das vivências de autores brancos diferentes e, de acordo com Djamila Ribeiro, fora do lugar da fala negra: "O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experiências distintas e outras perspectivas’’.

Quem melhor contaria uma história, anseios e desafetos se não aquele que a viveu? Não se pode creditar na ideia falsa da meritocracia que não existem autores negros sendo referendados por falta de opção ou que como aponta Djamila Ribeiro, em Lugar de fala[1], não é importante somente o teor da fala, mas quem a propaga, pois, o ponto de vista falante influencia seu discurso. Cada qual possui uma interpretação pessoal do mundo que são baseadas nas suas experiências pessoais influenciando sua ótica sobre determinado assunto, é além da interpretação pessoal, é construção social permeada pela pelas diferentes opressões vividas.

Como um homem branco, privilegiado, símbolo do poder e virilidade na sociedade ocidental poderia descrever a luta da mulher negra, mãe solo, latino-americana e marginalizada? Não é só o lugar de fala é o palco que precisa ser montado para ouvir essa voz calada, esmagada e subnutrida pelo glutão capitalista moedor e usurpador de sonhos. Dar voz as minorias no sentido literal da palavra é ouvir sua voz, buscar entender o que e como se pode transformar essa realidade, é lê-la, consumí-la absorvendo e interseccionalizando os fatores.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Periferia Brasileira de Letras (PBL)

Pretinhas Leitoras

Máquina de moer gente preta - a responsabilidade da branquitude (relatório)

Pequeno manual antirracista (livro)

  1. RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.