Associação de Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa (AMOCAVIM): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A associação presta serviços às mulheres profissionais do sexo da comunidade. Na área da saúde, a organização tem alcançado resultados significativos na prevenção do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
A Associação de Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa (AMOCAVIM) presta serviços às mulheres profissionais do sexo da comunidade. Na área da saúde, a organização tem alcançado resultados significativos na prevenção do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
  Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas, a partir de informações contidas nas redes de comunicação.<ref>https://www.fundobrasil.org.br/projeto/associacao-de-moradores-e-amigos-da-vila-mimosa/</ref>
  Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de fontes descritas na sessões fontes e referências<ref>https://www.fundobrasil.org.br/projeto/associacao-de-moradores-e-amigos-da-vila-mimosa/</ref>.
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Os primeiros produtos da oficina foram 34 fantasias carnavalescas para a agremiação carnavalesca Acadêmicos do Engenho da Rainha, peças apresentadas em exposição na TEIA, encontro de economia solidária promovido pelo Ministério da Cultura. Entre as mulheres participantes, 38 destacaram-se e deram início a um grupo de produção de fantasias carnavalescas para as escolas de samba do Rio de Janeiro.
Os primeiros produtos da oficina foram 34 fantasias carnavalescas para a agremiação carnavalesca Acadêmicos do Engenho da Rainha, peças apresentadas em exposição na TEIA, encontro de economia solidária promovido pelo Ministério da Cultura. Entre as mulheres participantes, 38 destacaram-se e deram início a um grupo de produção de fantasias carnavalescas para as escolas de samba do Rio de Janeiro.


== Um condomínio chamado Vila Mimosa ==
== "Um condomínio chamado Vila Mimosa" ==
Por Siro Darlan | dez 6, 2021  
Reprodução da matéria "Um condomínio chamado Vila Mimosa - V" | dez 6, 2021  
 
Autoria: Siro Darlan. Com a colaboração de Fabíola Leoni, Luis Paulo Fraga, Rafa el Nagib e Victor Barroco.
As irmãs Mônica e Cristina: “somos confundidas com prostitutas”.
Sexo, comércio e preconceito.De manhã, um condomínio como outro qualquer. A paz das vilas, residentes trocando produtos, fofocas e vivências, além da inocência de um futebol de rua e de degustações nos diversos bares ao redor. Existe, inclusive, uma associação de moradores. Escurece. Reflete-se então o mais antigo reduto de prostituição e ainda um dos mais emblemáticos do país, a Vila Mimosa. Surge a clientela: homens de terno, homens de chinelos, mulheres com amigas e sem amigas; até mesmo uma garotada que se junta apenas para tomar cerveja. Os becos tornam-se ainda mais densos, com um “quê” de proibição. Meninas, mulheres e até senhoras arriscam-se nas vilas, em busca de um trocado. Muitas ainda com o sonho de uma vida melhor.
 
''Com a colaboração de Fabíola Leoni, Luis Paulo Fraga, Rafa el Nagib e Victor Barroco.''
 
=== ''Sexo, comércio e preconceito.'' ===
De manhã, um condomínio como outro qualquer. A paz das vilas, residentes trocando produtos, fofocas e vivências, além da inocência de um futebol de rua e de degustações nos diversos bares ao redor. Existe, inclusive, uma associação de moradores. Escurece. Reflete-se então o mais antigo reduto de prostituição e ainda um dos mais emblemáticos do país, a Vila Mimosa. Surge a clientela: homens de terno, homens de chinelos, mulheres com amigas e sem amigas; até mesmo uma garotada que se junta apenas para tomar cerveja. Os becos tornam-se ainda mais densos, com um “quê” de proibição. Meninas, mulheres e até senhoras arriscam-se nas vilas, em busca de um trocado. Muitas ainda com o sonho de uma vida melhor.


Apesar do trabalho com as profissionais do sexo funcionar 24 horas por dia, a noite definiu o estereótipo do local. A Vila Mimosa é formada por quatro galpões com diversos prostíbulos travestidos de bares ou boates que, além de sexo, vendem bebidas baratas.
Apesar do trabalho com as profissionais do sexo funcionar 24 horas por dia, a noite definiu o estereótipo do local. A Vila Mimosa é formada por quatro galpões com diversos prostíbulos travestidos de bares ou boates que, além de sexo, vendem bebidas baratas.
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Fonte: https://blogdosirodarlan.com/um-condominio-chamado-vila-mimosa-v/</blockquote>
Fonte: https://blogdosirodarlan.com/um-condominio-chamado-vila-mimosa-v/</blockquote>


== Fontes e Redes Sociais ==
== Redes Sociais ==
[https://www.instagram.com/vilamimosanoinsta/ Instagram]
[https://www.instagram.com/vilamimosanoinsta/ Instagram]


https://brazilfoundation.org/project/associacao-de-moradores-do-condominio-e-amigos-da-vila-mimosa-amocavim-friends-and-residents-association-of-vila-mimosa-2/
== Fontes ==
[https://brazilfoundation.org/project/associacao-de-moradores-do-condominio-e-amigos-da-vila-mimosa-amocavim-friends-and-residents-association-of-vila-mimosa-2/ Brazil Foundation]


https://www.fundobrasil.org.br/projeto/associacao-de-moradores-e-amigos-da-vila-mimosa/
[https://www.fundobrasil.org.br/projeto/associacao-de-moradores-e-amigos-da-vila-mimosa/ Fundo Brasil]


https://blogdosirodarlan.com/um-condominio-chamado-vila-mimosa-v/
[https://blogdosirodarlan.com/um-condominio-chamado-vila-mimosa-v/ Blog do Siro Darlan]


== Ver também ==
== Ver também ==

Edição atual tal como às 12h11min de 28 de novembro de 2023

A Associação de Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa (AMOCAVIM) presta serviços às mulheres profissionais do sexo da comunidade. Na área da saúde, a organização tem alcançado resultados significativos na prevenção do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de fontes descritas na sessões fontes e referências[1].
Amigos da Vila Mimosa – Amocavim

Objetivos e público prioritário[editar | editar código-fonte]

Com as propostas de cunho informativo e educativo, a organização pretende desempenhar o papel de informar as trabalhadoras sexuais de seus direitos civis políticos e sociais, direitos trabalhistas e direitos sexuais. O apoio visa ainda garantir testagem de HIV, Sífilis e hepatites, de distribuição de kit prevenção e a realização de oficinas e eventos culturais.

Contexto[editar | editar código-fonte]

A Vila Mimosa é reconhecida historicamente como lócus de existência e resistência à luta das trabalhadoras sexuais, mulheres, negras, de baixa renda e suas famílias, demais moradores, ambulantes e comerciantes. A maioria desses tem sua fonte de renda garantida pelo comércio local. Dentre as inúmeras características da Vila Mimosa, a principal singularidade é a existência e a permanência das trabalhadoras sexuais. A identidade dos moradores da Vila Mimosa apresenta-se em uma diversidade cultural e em uma pluralidade. Moradores convivem com as diferenças culturais e sociais de maneiras distintas. Sendo assim, a Associação de moradores do condomínio e amigos da Vila Mimosa, tem relação direta, sendo a responsável pela articulação política e social de toda a comunidade.

Sobre a organização[editar | editar código-fonte]

Desde 1987, a Associação de moradores da Vila Mimosa atua com a produção desfiles, ensaios, oficinas e apresentações com profissionais drag queens, organização e documentação do acervo e resgate da memória local em plataformas digitais. A associação presta serviços às mulheres profissionais do sexo da comunidade. Na área da saúde, a organização tem alcançado resultados significativos na prevenção do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Damas da Camélia[editar | editar código-fonte]

A Associação de Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa atuava no desenvolvimento de projetos voltados para mulheres em situação de prostituição. Na área de saúde, a entidade conseguiu resultados expressivos na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e HIV/Aids. A associação foi diversificando e ampliando sua atuação, estabelecendo parcerias importantes com o Ministério da Cultura e a Unesco. Com o apoio da Brazil Foundation, a associação treinou 60 mulheres como costureiras e aderecistas especializadas na indústria do carnaval. Elas aprenderam a confeccionar fantasias e roupas em geral.

Os primeiros produtos da oficina foram 34 fantasias carnavalescas para a agremiação carnavalesca Acadêmicos do Engenho da Rainha, peças apresentadas em exposição na TEIA, encontro de economia solidária promovido pelo Ministério da Cultura. Entre as mulheres participantes, 38 destacaram-se e deram início a um grupo de produção de fantasias carnavalescas para as escolas de samba do Rio de Janeiro.

"Um condomínio chamado Vila Mimosa"[editar | editar código-fonte]

Reprodução da matéria "Um condomínio chamado Vila Mimosa - V" | dez 6, 2021

Autoria: Siro Darlan. Com a colaboração de Fabíola Leoni, Luis Paulo Fraga, Rafa el Nagib e Victor Barroco.

Sexo, comércio e preconceito.De manhã, um condomínio como outro qualquer. A paz das vilas, residentes trocando produtos, fofocas e vivências, além da inocência de um futebol de rua e de degustações nos diversos bares ao redor. Existe, inclusive, uma associação de moradores. Escurece. Reflete-se então o mais antigo reduto de prostituição e ainda um dos mais emblemáticos do país, a Vila Mimosa. Surge a clientela: homens de terno, homens de chinelos, mulheres com amigas e sem amigas; até mesmo uma garotada que se junta apenas para tomar cerveja. Os becos tornam-se ainda mais densos, com um “quê” de proibição. Meninas, mulheres e até senhoras arriscam-se nas vilas, em busca de um trocado. Muitas ainda com o sonho de uma vida melhor.

Apesar do trabalho com as profissionais do sexo funcionar 24 horas por dia, a noite definiu o estereótipo do local. A Vila Mimosa é formada por quatro galpões com diversos prostíbulos travestidos de bares ou boates que, além de sexo, vendem bebidas baratas.

Os quartos são sujos e bem pequenos. As mulheres que ali trabalham têm entre 18 e 50 anos, sem carteira assinada. O preço varia e pode-se encontrar garotas que cobram apenas R$ 20,00 por período de 20 minutos. Durante todo o tempo, elas rondam as ruas e becos. Algumas trabalham somente durante o horário comercial, porque são casadas.

Cerca de 1.500 garotas trabalham no local de dia e de noite. Há ainda na região uma capela, oficinas mecânicas, a garagem de uma empresa de ônibus, um posto de saúde e prédios residenciais.

Presidente da AMOCAVIM (Associação de Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa) há 11 anos, Dona Graça (foto abaixo), que preferiu não dizer o nome completo, tem 53 anos, desconfia de muita gente e é proprietária de um dos 70 bares existentes no local.

A história dela com o lugar começou há cerca de 30 anos, quando a Vila ainda era onde hoje fica a sede da Prefeitura, no Estácio – local popularmente conhecido como “Piranhão”, por ter antes abrigado as profissionais da Vila Mimosa.

Ela conta que a Vila tem alguns projetos em andamento com o Ministério da Cultura, como o “Dama das Camélias”, que consiste em aulas de português e matemática para as meninas que lá trabalham.

Outro é a construção de uma sede da FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro). Dona Graça diz que o local é legalizado e conta com ata e estatuto há mais de 10 anos.

Salto alto, pés calejados, um cigarro na mão e uma marca roxa na perna esquerda. Suzana (os nomes foram trocados para preservar a privacidade dos entrevistados) mostra-se satisfeita e objetiva ao trafegar entre os visitantes do local. Morando com colegas de trabalho, a jovem de 21 anos veio do Espírito Santo. “A vida aqui é dura, mas não tem mesmo outro jeito. Uns dias, a coisa tá boa. Você já entende quem vem procurando. Tem dias que é tudo ruim. Não sou muito feliz, mas pra mim tá bom”, suspira.

Já Verônica, 29 anos, virou chefe de um grupo de meninas, além de também ser prostituta. Ela convidou a equipe de repórteres para conhecer o bar do qual é proprietária. O local tem dois andares, com quatro ou cinco quartos apertados e abafados. Ao entrar, a chefe grita: “Tranquem a porta que a reportagem está subindo”. Meninas tomavam banho juntas na hora. “Aqui é um lugar de passagem. Sonho em fazer faculdade de Direito. O mais difícil para mim é aguentar o preconceito da família”, desabafa Verônica.

“Prostituta é a profissão mais antiga do mundo e nós não temos nenhum direito trabalhista. Isso tiraria a gente da clandestinidade e ajudaria a diminuir o preconceito”, conclui.

Danilo Moura, de 25 anos, conta que já foi ao local com amigos apenas para conhecer. “Chegando lá, sentamos em um barzinho e começamos a beber. Lógico que lá pelas tantas você acaba mexendo com as prostitutas, mas só de zoação mesmo. Elas andam de calcinha por todos os lugares. O lugar é frequentado por pessoas de todas as classes sociais, todas as idades. Você vê de tudo, literalmente tudo. Você vê que aquilo é o fundo do poço da sociedade, tem um clima pesado demais, é horrível”, diz o jovem.

A presidente da AMOCAVIM, afirma que os frequentadores também vêm de lugares distantes, fora do município do Rio. Apesar do grande número de pessoas nos fins de semana, Graça reclama que o comércio por ali anda em baixa. “Aqui é um comércio também, né? Vendem de tudo: bebida, roupa e não só a prostituição. Tem muita menina que vende artesanato, que faz outras coisas. Mas a situação está ruim para todo mundo”, analisa.

Ela relata ainda que a relação com os moradores da região é tranquila, embora, no passado, não tenha sido muito amigável.

“O pessoal dali já está acostumado. Antigamente eles achavam um absurdo. Hoje eles abriram comércio para ganhar dinheiro, porque a Vila Mimosa foi para ali, né? Aquilo ali era morto antes da Vila”, diz Graça.

A baiana Mônica Sampaio, de 30 anos, é doméstica e mora nas proximidades da Vila Mimosa com a irmã. Ela veio morar no Rio há seis anos. O lugar onde vive é um grande galpão dividido em outras cinco casas, onde moram outras famílias. A doméstica diz que não sabia da existência da Vila. Conta que a primeira vez em que tomou conhecimento da fama do local estava com a cunhada a caminho da casa de uma amiga.

“Para chegar lá, a gente teve que passar pela Vila. Quando ia andando, eu via as mulheres peladas na frente da rua. Aí, eu me perguntei o que era aquilo. Nem sabia o que era zona quando cheguei. Lá na Bahia isso tem outro nome…”, observa.

Homenageando as trabalhadoras do sexo, segue o relato de Judite, 51 anos:

“Judite trabalha desde 19 anos – tem 51 anos. Escolheu trabalha com sexo porque na época era nova demais não tinha recursos, parou de estudar porque tinha dois filhos e esse era o meio mais fácil para sustentar seus três filhos. Não é casada. O que ganha na Vila Mimosa é suficiente para sustentar a família. Estudou até 6ª serie. Nunca foi abusada por ninguém, nem na família, nem em seu trabalho. Trocaria por outro trabalho se pudesse ganhar o mesmo que ganha na prostituição. Já passou por situações estranhas como a de homens que gostam de coisinha trás e são obrigadas a satisfazê-los para ganhar mais dinheiro por que há homens que pagam mais para fazer o contrário”. Fonte: https://blogdosirodarlan.com/um-condominio-chamado-vila-mimosa-v/

Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

Instagram

Fontes[editar | editar código-fonte]

Brazil Foundation

Fundo Brasil

Blog do Siro Darlan

Ver também[editar | editar código-fonte]

Associação de Prostitutas do Estado do Piauí (Teresina – PI)

Associação Missão Resplandecer (Duque de Caxias – RJ)