Centro Comunitário do Rosarinho: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(editando)
 
(EDITANDO)
Linha 27: Linha 27:


O evento é uma realização da CECOR, com curadoria de Elisa Victor. Apoio da UFRB e Social Media.
O evento é uma realização da CECOR, com curadoria de Elisa Victor. Apoio da UFRB e Social Media.
[[Arquivo:AÇOES SOCIAIS.png|miniaturadaimagem|AÇOES SOCIAIS]]
Também é possível contar com:
Oficinas de arte, sopão comunitário, ações em torno de arrecadação de alimentos a fim de colaborar no combate à fome da população em vulnerabilidade social e diversas outras atividades  que querem cooperar para inclusão e desenvolvimento local.
=== História local ===
=== Igreja do Rosarinho ===
'''Igreja de Nossa Senhora do Sagrado Coração do Monte Formoso – Igreja do Rosarinho'''
[[Arquivo:IGREJA DO ROSARINHO.png|centro|miniaturadaimagem|IGREJA DO ROSARINHO]]
'''Centro de Resistência'''
A igreja de nome extenso é mais conhecida como Igreja do Rosarinho ou ainda, Igreja dos Nagôs. Construída em 1846, é considerada um centro de resistência do povo negro, que ainda era impedido de participar dos cultos católicos em outros templos católicos. Os responsáveis pela sua construção também fundaram um dos primeiros terreiros de candomblé de que se tem notícia na região. Em uma vista panorâmica da cidade é fácil encontrá-la no topo da Ladeira do Rosarinho, um dos bairros com a maior presença negra desde o início de seu povoamento.
As irmandades religiosas eram importantes núcleos de associação, e por muitas vezes norteavam a vida social nos séculos passados. Boa parte dos eventos que faziam parte do calendário festivo estavam relacionados às atividades católicas. De acordo com o pesquisador Ricardo Amorim, “as irmandades se tornaram palcos de intensa concorrência popular. Era o espaço em que se congregava a fé de diferentes modos. As festas eram suntuosas, bem como os funerais”. A sociedade baiana enxergava aí a oportunidade de demonstrar sua devoção aos santos e santas, além de realizar ações de caridade.
Essas atividades, no entanto, não eram permitidas à população negra. Negros libertos e escravizados deveriam ser convertidos ao catolicismo, deixando de professar sua religião de origem, mas eram proibidos de entrar nas igrejas. Porém, isso não os impediu de criar suas próprias irmandades. Nelas, a ideia de coletividade e ajuda mútua tinha um significado ainda maior, pois várias delas também tinham como objetivo a libertação de irmãos escravizados. Além disso, essas irmandades representavam resistência ao regime escravista e os irmãos podiam compartilhar entre si memórias, tradições e culturas das suas nações de origem. Por isso, em 1846, homens e mulheres negros libertos construíram a Igreja de Nossa Senhora do Sagrado Coração do Monte Formoso, que depois também ficou conhecida como Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. A escolha do local não foi ao acaso. O Monte Formoso, que mais tarde passou a ser chamado de Alto do Rosarinho, era um dos principais locais da Vila de Cachoeira onde os negros libertos fixavam moradia, tornando-se assim uma localidade com identidade essencialmente negra, afastada da elite branca.
Lá, os irmãos e irmãs realizavam cultos à Nossa Senhora e a outros santos católicos, mas não deixavam de reverenciar também os orixás e inkisis. Nos fundos daquela igreja foi fundado um dos primeiros terreiros de candomblé da região, e boa parte das irmãs associadas passaram a integrar posteriormente a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, uma das primeiras formadas unicamente por mulheres negras.
Com o passar dos anos, a irmandade foi perdendo força e a igreja teve sua estrutura comprometida, ficando fechada por muito tempo. Somente em 2006 foi revitalizada através do Programa Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No interior da igreja já não havia vestígios de altar, elementos decorativos ou qualquer tipo de adorno. Foram necessárias ações de estabilização da edificação, e a restauração total do altar-mor, sacristia, a nave, o ossuário, a assembleia de cardeais e a sala do capítulo. Com as obras de restauro, foram colocadas também rampas de acesso em todos os espaços da igreja, para permitir o acesso de portadores de necessidades especiais.
FONTE: https://cachoeirabahia.com/?page_id=178
Referências:
AMORIM, Rodrigo do Nascimento. '''Práticas sociais e religiosas em Cachoeira entre os anos de 1840-1883: Um estudo sobre a Irmandade do Bom Jesus da Paciência'''. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.
== Redes Sociais ==
[https://www.facebook.com/CECOR-100250398359824/ Facebook]
[https://www.instagram.com/rosarinhocecor/ Instagram]
[https://w.prosas.com.br/empreendedores/71067-cecor-centro-comunitario-do-alto-do-rosarinho FONTE]

Edição das 15h13min de 19 de maio de 2022

Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir das redes oficiais da coletiva.

Centro Comunitário do Rosarinho

Centro Comunitário do Alto do Rosarinho (CECOR), uma organização sem fins lucrativos localizada em Cachoeira - Bahia.

Sobre

Centro Comunitário do Rosarinho - Sobre


Somos um Centro Comunitário, localizado no bairro Alto do Rosarinho, lugar tombado pelo IPHAN, em Cachoeira, no Recôncavo da Bahia. Atuamos no enfretamento das adversidades socioeconômicas em nossa comunidade, além de promover outras ações ligadas a autonomia, cultura, a advocacy etc.  O Cecor é resultado de um longo processo de envolvimento dos seus fundadores com o movimento comunitário na comunidade do Rosarinho e, também, na cidade. Nossa missão é a de promover a construção de uma rede de desenvolvimento através de projetos que articulem diferentes atores sociais comprometidos com a transformação estrutural da comunidade e de nossa cidade, e que produzam conhecimentos e ações relativas aos espaços populares, que interfiram na lógica de organização da cidade e combatam todas as formas de violência.

Propósitos

Missão

Defesa dos Direitos Humanos; Desenvolvimento Comunitário; Educação.

Visão

Emprego e Renda; Formação para o trabalho; Cultura;

Valores

Solidariedade; Equidade; Combate à Violência.

Projetos e Atividades

Projetos e Atividades

CineClube CECOR - Edição CineClubinho.

A mostra tem o objetivo de proporcionar o desenvolvimento da consciência e, consequentemente, da cidadania em crianças através da imagem cinematográfica.

O evento é uma realização da CECOR, com curadoria de Elisa Victor. Apoio da UFRB e Social Media.

AÇOES SOCIAIS

Também é possível contar com:

Oficinas de arte, sopão comunitário, ações em torno de arrecadação de alimentos a fim de colaborar no combate à fome da população em vulnerabilidade social e diversas outras atividades que querem cooperar para inclusão e desenvolvimento local.

História local

Igreja do Rosarinho

Igreja de Nossa Senhora do Sagrado Coração do Monte Formoso – Igreja do Rosarinho

IGREJA DO ROSARINHO

Centro de Resistência

A igreja de nome extenso é mais conhecida como Igreja do Rosarinho ou ainda, Igreja dos Nagôs. Construída em 1846, é considerada um centro de resistência do povo negro, que ainda era impedido de participar dos cultos católicos em outros templos católicos. Os responsáveis pela sua construção também fundaram um dos primeiros terreiros de candomblé de que se tem notícia na região. Em uma vista panorâmica da cidade é fácil encontrá-la no topo da Ladeira do Rosarinho, um dos bairros com a maior presença negra desde o início de seu povoamento.

As irmandades religiosas eram importantes núcleos de associação, e por muitas vezes norteavam a vida social nos séculos passados. Boa parte dos eventos que faziam parte do calendário festivo estavam relacionados às atividades católicas. De acordo com o pesquisador Ricardo Amorim, “as irmandades se tornaram palcos de intensa concorrência popular. Era o espaço em que se congregava a fé de diferentes modos. As festas eram suntuosas, bem como os funerais”. A sociedade baiana enxergava aí a oportunidade de demonstrar sua devoção aos santos e santas, além de realizar ações de caridade.

Essas atividades, no entanto, não eram permitidas à população negra. Negros libertos e escravizados deveriam ser convertidos ao catolicismo, deixando de professar sua religião de origem, mas eram proibidos de entrar nas igrejas. Porém, isso não os impediu de criar suas próprias irmandades. Nelas, a ideia de coletividade e ajuda mútua tinha um significado ainda maior, pois várias delas também tinham como objetivo a libertação de irmãos escravizados. Além disso, essas irmandades representavam resistência ao regime escravista e os irmãos podiam compartilhar entre si memórias, tradições e culturas das suas nações de origem. Por isso, em 1846, homens e mulheres negros libertos construíram a Igreja de Nossa Senhora do Sagrado Coração do Monte Formoso, que depois também ficou conhecida como Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. A escolha do local não foi ao acaso. O Monte Formoso, que mais tarde passou a ser chamado de Alto do Rosarinho, era um dos principais locais da Vila de Cachoeira onde os negros libertos fixavam moradia, tornando-se assim uma localidade com identidade essencialmente negra, afastada da elite branca.

Lá, os irmãos e irmãs realizavam cultos à Nossa Senhora e a outros santos católicos, mas não deixavam de reverenciar também os orixás e inkisis. Nos fundos daquela igreja foi fundado um dos primeiros terreiros de candomblé da região, e boa parte das irmãs associadas passaram a integrar posteriormente a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, uma das primeiras formadas unicamente por mulheres negras.

Com o passar dos anos, a irmandade foi perdendo força e a igreja teve sua estrutura comprometida, ficando fechada por muito tempo. Somente em 2006 foi revitalizada através do Programa Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No interior da igreja já não havia vestígios de altar, elementos decorativos ou qualquer tipo de adorno. Foram necessárias ações de estabilização da edificação, e a restauração total do altar-mor, sacristia, a nave, o ossuário, a assembleia de cardeais e a sala do capítulo. Com as obras de restauro, foram colocadas também rampas de acesso em todos os espaços da igreja, para permitir o acesso de portadores de necessidades especiais.


FONTE: https://cachoeirabahia.com/?page_id=178

Referências:

AMORIM, Rodrigo do Nascimento. Práticas sociais e religiosas em Cachoeira entre os anos de 1840-1883: Um estudo sobre a Irmandade do Bom Jesus da Paciência. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

Redes Sociais

Facebook

Instagram

FONTE