Cidade Olímpica (bairro): mudanças entre as edições

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'''[[Cidade Olímpica]]''' é um bairro da cidade brasileira de São Luís, no estado do Maranhão. É considerada uma das maiores ocupações da América Latina e é o segundo bairro mais populoso de São Luís, com 28.305 habitantes (2010). Está localizada a leste da Ilha do Maranhão. Limita-se ao norte com o Conjunto Habitacional Geniparana, ao Sul com o Sítio Rihod, a leste limita-se com o Santana e a Oeste com o a Vila Janaína.
  Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir da Wikipedia (ver Referências).
[[Arquivo:Cidade Olimpica.jpg|alt=Vista da Cidade Olímpica em 2017|centro|miniaturadaimagem|Vista da Cidade Olímpica em 2017]]
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'''Cidade Olímpica''' é um bairro da cidade brasileira de São Luís, Maranhão. É considerada uma das maiores ocupações da América Latina e é o segundo bairro mais populoso de São Luís, com 28.305 habitantes (2010).
Está localizada a leste da Ilha do Maranhão. Limita-se ao norte com o Conjunto Habitacional Geniparana, ao Sul com o Sítio Rihod, a leste limita-se com o Santana e a Oeste com o a Vila Janaína.


== História ==
== História ==
Um movimento de sem-teto se mobilizou para ocupar em 23 de julho de 1996 a terra que foi então denominada de Vila Olímpica, período da realização das Olímpiadas de Atlanta, que deu origem ao nome do local.
Um [[Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)|movimento de sem-teto]] se mobilizou para ocupar em 23 de julho de 1996 a terra que foi então denominada de Vila Olímpica, período da realização das Olímpiadas de Atlanta, que deu origem ao nome do local.


Após disputa judicial, foi realizada a reintegração de posse ao proprietários da área, tendo sido derrubadas cerca de quinze mil casas de taipas, com a área sendo cercada para impedir o retorno dos ocupantes.
Após disputa judicial, foi realizada a reintegração de posse ao proprietários da área, tendo sido derrubadas cerca de quinze mil casas de taipas, com a área sendo cercada para impedir o retorno dos ocupantes.


Os sem-teto organizaram-se em uma comissão, e deram início ao cadastramento dos que não tinham moradia, num total de dez mil famílias.
Os sem-teto organizaram-se em uma comissão, e deram início ao cadastramento dos que não tinham [[moradia]], num total de dez mil famílias.


Em nota ao poder público assinada por várias entidades de apoio no final de 1996 o Fórum Maranhense de Luta pela Moradia declara seu total apoio ao movimento em defesa da ocupação.
Em nota ao poder público assinada por várias entidades de apoio no final de 1996, o Fórum Maranhense de [[Frente de Luta por Moradia|Luta pela Moradia]] declara seu total apoio ao movimento em defesa da ocupação.


'''Segundo o Fórum:'''<blockquote>Desde o início de outubro de 1996, o Fórum da Moradia no Maranhão tem lutado para encontrar uma solução pacífica para os sem teto em audiências com órgãos governamentais e, passado dois meses, nenhum avanço, nenhuma promessa concreta. Após o despejo, a área passou a ser vigiada pela Polícia Militar e por jagunços fortemente armados, causando pânicos na comunidade pelo despreparo dos jagunços no trato com as armas, onde disparavam contra crianças que tentavam voltar à área para jogar futebol como era de costume antes da área ser cercada. (...)
'''Segundo o Fórum:'''<blockquote>Desde o início de outubro de 1996, o Fórum da Moradia no Maranhão tem lutado para encontrar uma solução pacífica para os sem teto em audiências com órgãos governamentais e, passado dois meses, nenhum avanço, nenhuma promessa concreta. Após o [[Campanha Despejo Zero - Pela Vida no Campo e na Cidade|despejo]], a área passou a ser vigiada pela Polícia Militar e por jagunços fortemente armados, causando pânicos na comunidade pelo despreparo dos jagunços no trato com as armas, onde disparavam contra crianças que tentavam voltar à área para jogar futebol como era de costume antes da área ser cercada. (...)


No último dia 20 de dezembro de 1996 o movimento dos ''sem teto'' da '''Cidade Olímpica''' e o Fórum da Moradia depositou no INCRA-MA a confiança de uma solução para o caso, solicitando vistoria para a área e a desapropriação, por se tratar de 1400 hectares de terras improdutivas na área rural, com aptidão agrícola, que poderia resolver o problema de moradia e de emprego e renda para os sem teto, com lotes comunitários para a produção de hortaliças. Cansados de tanto esperar pela vontade política dos órgãos do governo de encontrar solução desejada pelos sem teto, que é o acesso à moradia, o movimento sem teto da Cidade Olímpica, em assembleia geral no dia 29 de dezembro 1996 às 17h, decidiram pela reocupação da área como único meio viável de conquistar a justiça para os mesmos e o direito à moradia digna.</blockquote>Em dezembro de 1996, ocorreu o assassinato do jovem Jaílson Viana, agravando ainda mais o conflito.
No último dia 20 de dezembro de 1996 o movimento dos ''sem teto'' da '''Cidade Olímpica''' e o Fórum da Moradia depositou no INCRA-MA a confiança de uma solução para o caso, solicitando vistoria para a área e a desapropriação, por se tratar de 1400 hectares de terras improdutivas na área rural, com aptidão agrícola, que poderia resolver o problema de moradia e de emprego e renda para os sem teto, com lotes comunitários para a produção de hortaliças. Cansados de tanto esperar pela vontade política dos órgãos do governo de encontrar solução desejada pelos sem teto, que é o acesso à moradia, o movimento sem teto da Cidade Olímpica, em assembleia geral no dia 29 de dezembro 1996 às 17h, decidiram pela reocupação da área como único meio viável de conquistar a justiça para os mesmos e o direito à moradia digna.</blockquote>Em dezembro de 1996, ocorreu o assassinato do jovem Jaílson Viana, agravando ainda mais o conflito.
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Em nova reintegração de posse, houve resistência dos ocupantes à ação policial, com mais de seis mil pessoas resistindo à expulsão, marcada pela violência.
Em nova reintegração de posse, houve resistência dos ocupantes à ação policial, com mais de seis mil pessoas resistindo à expulsão, marcada pela violência.


A solução encontrada diante do conflito foi a compra pelo governo do estado de parte da propriedade, tendo sido negociados 270 dos 1.470 hectares para o assentamento. Foi feito então um projeto de ocupação, loteando a área em 15 mil lotes.
A solução encontrada diante do conflito foi a compra pelo governo do estado de parte da propriedade, tendo sido negociados 270 dos 1.470 hectares para o assentamento. Foi feito então um [[Regularização Urbanística e Fundiária|projeto de ocupação]], loteando a área em 15 mil lotes.


A Cidade Olímpica foi considerada uma das maiores ocupações da América Latina e é o segundo bairro mais populoso de São Luís, com 28.305 habitantes (2010).
A Cidade Olímpica foi considerada uma das maiores ocupações da América Latina e é o segundo bairro mais populoso de São Luís, com 28.305 habitantes (2010).
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[[Categoria:Maranhão]]
[[Categoria:Cidade Olímpica]]
[[Categoria:Cidade Olímpica]]
[[Categoria:História de favela]]
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[[Categoria:Moradia]]

Edição atual tal como às 11h57min de 25 de setembro de 2023

Cidade Olímpica é um bairro da cidade brasileira de São Luís, no estado do Maranhão. É considerada uma das maiores ocupações da América Latina e é o segundo bairro mais populoso de São Luís, com 28.305 habitantes (2010). Está localizada a leste da Ilha do Maranhão. Limita-se ao norte com o Conjunto Habitacional Geniparana, ao Sul com o Sítio Rihod, a leste limita-se com o Santana e a Oeste com o a Vila Janaína.

Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir da Wikipedia (ver Referências).
Vista da Cidade Olímpica em 2017
Vista da Cidade Olímpica em 2017

História[editar | editar código-fonte]

Um movimento de sem-teto se mobilizou para ocupar em 23 de julho de 1996 a terra que foi então denominada de Vila Olímpica, período da realização das Olímpiadas de Atlanta, que deu origem ao nome do local.

Após disputa judicial, foi realizada a reintegração de posse ao proprietários da área, tendo sido derrubadas cerca de quinze mil casas de taipas, com a área sendo cercada para impedir o retorno dos ocupantes.

Os sem-teto organizaram-se em uma comissão, e deram início ao cadastramento dos que não tinham moradia, num total de dez mil famílias.

Em nota ao poder público assinada por várias entidades de apoio no final de 1996, o Fórum Maranhense de Luta pela Moradia declara seu total apoio ao movimento em defesa da ocupação.

Segundo o Fórum:

Desde o início de outubro de 1996, o Fórum da Moradia no Maranhão tem lutado para encontrar uma solução pacífica para os sem teto em audiências com órgãos governamentais e, passado dois meses, nenhum avanço, nenhuma promessa concreta. Após o despejo, a área passou a ser vigiada pela Polícia Militar e por jagunços fortemente armados, causando pânicos na comunidade pelo despreparo dos jagunços no trato com as armas, onde disparavam contra crianças que tentavam voltar à área para jogar futebol como era de costume antes da área ser cercada. (...) No último dia 20 de dezembro de 1996 o movimento dos sem teto da Cidade Olímpica e o Fórum da Moradia depositou no INCRA-MA a confiança de uma solução para o caso, solicitando vistoria para a área e a desapropriação, por se tratar de 1400 hectares de terras improdutivas na área rural, com aptidão agrícola, que poderia resolver o problema de moradia e de emprego e renda para os sem teto, com lotes comunitários para a produção de hortaliças. Cansados de tanto esperar pela vontade política dos órgãos do governo de encontrar solução desejada pelos sem teto, que é o acesso à moradia, o movimento sem teto da Cidade Olímpica, em assembleia geral no dia 29 de dezembro 1996 às 17h, decidiram pela reocupação da área como único meio viável de conquistar a justiça para os mesmos e o direito à moradia digna.

Em dezembro de 1996, ocorreu o assassinato do jovem Jaílson Viana, agravando ainda mais o conflito.

Em nova reintegração de posse, houve resistência dos ocupantes à ação policial, com mais de seis mil pessoas resistindo à expulsão, marcada pela violência.

A solução encontrada diante do conflito foi a compra pelo governo do estado de parte da propriedade, tendo sido negociados 270 dos 1.470 hectares para o assentamento. Foi feito então um projeto de ocupação, loteando a área em 15 mil lotes.

A Cidade Olímpica foi considerada uma das maiores ocupações da América Latina e é o segundo bairro mais populoso de São Luís, com 28.305 habitantes (2010).

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

O bairro tem estrutura de conjunto residencial, com ruas e lotes com as mesmas medidas, dispondo e as três avenidas principais (avenidas Jailson Viana, 29 de dezembro e a dos Agricultores), largas com mão dupla.

Apesar do planejamento da ocupação ter contado com espaços reservados para áreas de lazer, hospitais e escolas, tais áreas foram sendo ocupadas, gerando insatisfação dos moradores quanto à infraestrutura do bairro.

Conheça mais sobre o bairro abaixo:

Educação[editar | editar código-fonte]

A Cidade Olímpica dispõe de seis escolas: três de Educação Infantil, duas de Ensino Fundamental e uma de Ensino Médio, o que é considerado insuficiente pelos moradores para atender a totalidade da população da região. O bairro não conta com instituições de Educação Superior, pública ou privada.

Saúde[editar | editar código-fonte]

O bairro conta com três Unidades de Saúde da Família.

Transporte[editar | editar código-fonte]

As linhas de ônibus da região pertencem ao Lote 3 do Sistema Integrado de Transporte em São Luís, com a maioria das linhas passando pelo Terminal da Integração do São Cristóvão.

Referências[editar | editar código-fonte]

Wikipédia - Cidade Olímpica

Ver também[editar | editar código-fonte]