Cooperativa Libertas (São Paulo – SP)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir das redes oficiais da coletiva.

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Somos uma cooperativa de mulheres sobreviventes do sistema prisional. Costura e autocuidado. Por um mundo sem cárceres.

Sobre

Cooperativa Libertas (São Paulo – SP) - Sobre

Nosso propósito é estar mais perto de territórios com grande índice de Mulheres Sobreviventes do Sistema Prisional, para que possamos trabalhar junto a elas e seus familiares.

Por que o projeto é tão importante?


Porque a falta de formação profissional, baixa escolaridade e oportunidade de trabalho, leva muitas mulheres a recorrerem a criminalidade em busca de recursos para a própria sobrevivência e de suas famílias, e devido a ações do governo federal e o advindo do covid-19 as perspectivas  de emprego e geração de renda são as piores possíveis.


Levar um projeto como esse para um território de pessoas em extrema vulnerabilidade, irá proporcionar novos horizontes para a comunidade.

Propósitos

Missão

Justiça Social; Inclusão, Ressocialização.

Visão

Empoderamento; Cultura; Acolhimento.

Valores

Solidariedade; Autocuidado; Saúde.

História

HISTÓRIA - LIBERTAS
HISTÓRIA - LIBERTAS

E foi para as mulheres que buscam apoio para recomeçar suas vidas e quiçá voltar a sonhar que, depois de muita luta e de um 2018 de tropeços e insucessos, nasceu em 1º de abril de 2019 a Libertas. O avanço, conta com a ativa e apaixonada participação da Bruna Cássia e da Audrey Dorta (Formada em tecnologia têxtil), Bruna é orientadora em ginecologia autônoma, de forma mais natural, com conhecimento dos ciclos lunares e do uso da fitoterapia. A partir de seus conhecimentos de têxteis surgiu a ideia de lançar o principal dos quatro produtos (veja boxe) comercializados pela cooperativa: o absorvente ecológico reutilizável, em algodão orgânico, unindo autoconhecimento e tecnologia. É responsável pelo treinamento das cooperadas. Audrey conheceu a Libertas em agosto passado, pela plataforma de financiamento coletivo Catarse, durante estudo para seu curso de graduação em Serviço Social. Foi paixão à primeira vista. Com larga experiência em administração de confecções, virou administradora financeira e responsável hoje pela comercialização dos produtos pela internet.

Em direção ao abolicionismo penal para construção de um mundo sem cárceres é necessário que se encontre outras formas de lidar com conflitos a começar por um profundo auto conhecimento.

Falar sobre justiça num território extremamente desigual como o Brasil parece paradoxal, mas guiadas pela utopia vamos agregando tecnologias para a possibilidade de um outro mundo. Essa ampliação de consciência mudou inclusive as relações dentro do nosso atelier.

Depoimento

Recomeço

Recomeço

O grande diferencial da Libertas, além de gerar trabalho e renda por meio da costura e fabricação de produtos ecológicos, é ser um centro de amparo e formação para as egressas que a procuram, uma espécie de incubadora de talentos estigmatizado pela sociedade.

“Libertas é liberdade, é empoderamento, é recomeço para as sobreviventes do cárcere. É obra de amor, movida a amor. Sua ação é vital diante da explosão do encarceramento feminino. “

O drama das Egressas

Marcita e Geralda sabem o quanto as egressas ou sobreviventes do cárcere, como fazem questão de chamar as ex-presidiárias, são estigmatizadas ao procurar um emprego ou um serviço de doméstica. “Tem passagem?” é a primeira pergunta ouvida. E elas, em sua maioria, enfrentam enormes carências, sem um lar, sem dinheiro para se alimentar, pagar uma moradia digna e muito menos para regularizar seus documentos e quitar a multa que na sentença de condenação, lá atrás, lhes foi imposta pelo juiz, de acordo com a LEP (Lei de Execução Penal). Essa inadimplência absurda lhes tira o status de cidadãs e os direitos políticos, as mantêm inscritas na dívida ativa, as impede de ter CPF, comprar um imóvel, fazer negócios etc. Não podem prestar concursos públicos. São muitas as que são obrigadas a morar nas ruas. Ressocialização, nesses casos, vira palavra “estúpida” para elas. “É preciso ressocializar nossas elites”, diz Marcita.


Costurando Autonomia