Dandara Tonantzin - (PT - MG) - Justinópolis - BH
Este verbete faz parte do relatório "Favelados no parlamento", produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Dandara Tonantzin Silva Castro (Gurinhatã, 23 de janeiro de 1994) é uma pedagoga, ativista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores. É Deputada Federal eleita por Minas Gerais com mandato a assumir em 1.º de fevereiro de 2023.
Biografia
Dandara Tonantzin nasceu em 23 de janeiro de 1994 através de uma cesárea realizada pelo SUS. Veio ao mundo como filha de Lusimiro e Cristiane, irmã de Lusimiro Filho e neta de Anita, mulher negra que ecoa a voz dos seus ancestrais. Dandara: a guerreira companheira de Zumbi dos Palmares, Tonantzin: divindade adorada por indígenas mexicanos. Um nome que carrega a história dos povos antes que a colonização tomasse conta das terras, dos sonhos, das vivências e das memórias.
Aquariana do primeiro decanato, filha de Iansã e Xangô, Dandara é uma fervura de crenças, de cores, de coisas que a constituiu. O primeiro chão firme em Gurinhatã, cidade do seu nascimento, a infância com os pés descalços na favela de Justinópolis, região metropolitana de Belo Horizonte, a corrida para o voo em Uberlândia, protegida com as armas do grande São Jorge.
Criatividade, orgulho, coletividade, afeto, vontade de construir um mundo com a leveza das pipas que enfeitam o céu do seu endereço.
Ingressou na Universidade Federal de Uberlândia aos 16 anos como cotista no curso de Pedagogia. Continuou sua militância sendo presidente do Diretório Acadêmico do curso, coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE – UFU), diretora de políticas educacionais da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG), militando também no Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer) e conselheira do Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial (CNPIR). Também é Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Propostas
01 Taxar os Super Ricos
Aprovação de imposto sobre grandes fortunas, taxação de lucros e dividendos e majoração da alíquota de imposto sobre herança para investir na juventude.
02 Novos Direitos Trabalhistas
Regulamentação do trabalho para plataforma e do trabalho híbrido ou remoto, ampliação da licença maternidade para 1 ano (e ampliação da licença paternidade) e redução da jornada com semana de 4 dias ou 30 horas semanais.
03 Busão Bom e Barato
Implementar a tarifa zero para estudantes de escolas públicas. Transformação do vale transporte mensal em franquia para uso ilimitado do transporte público durante o mês.
04 SUS Fácil
Gestão eficiente e transparente das filas de espera no SUS com agendamento on-line, com tempo máximo de espera e acompanhamento pela internet.
05 Redução da Violência Policial
Implementação obrigatória de câmera nos uniformes dos policiais, a começar pelos batalhões de maior letalidade. Assim como a desmilitarização da polícia.
06 Brasil Sem Racismo
Ampliação da vigência das cotas raciais para acesso ao ensino público e ao emprego público até 2050. Estruturar uma rede nacional de combate ao racismo.
08 Cidadania LGBTQIA+
Criar um Programa Nacional destinado a proteção social e a cidadania da comunidade LGBTQIA+.mprego público até 2050. Estruturar uma rede nacional de combate ao racismo.
07 Internet Livre
Instituir o acesso livre à internet em espaços públicos, subsidiar a internet para professores e a aquisição de computadores para estudantes.
10 Auxílio Definitivo
Efetivar a Renda básica de R$ 600,00 regulamentando a Lei Suplicy.
09 Basta de Violência contra as Mulheres
Criar uma rede nacional de acolhimento e apoio
às mulheres vítimas de violência doméstica.
11 Creche Para Todas
Universalizar o direito à creche de qualidade.
Desigualdade: Maior desafio do Brasil
Por Dandara, 2022.
O Brasil é um dos países mais desiguais do planeta.
A concentração de riqueza é indecente. Sem dúvida alguma esse é o maior desafio do Brasil. A Oxfam Brasil afirma que seis brasileiros têm uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões de pessoas mais pobres do país. Uma mulher trabalhadora que ganha um salário-mínimo mensal levará 19 anos para receber o equivalente a um único mês de renda de um super rico.
Isso precisa mudar! Nós acreditamos que é preciso um esforço persistente, de várias décadas, para que o país supere a iniquidade da desigualdade. Nosso horizonte é construir um país em que o desenvolvimento assegure uma condição moderadamente confortável e digna a todos indistintamente. Para isso, precisamos trabalhar para construir uma maioria política que tenha como objetivo superar três grandes desafios na sociedade brasileira.
Desafio 1 – Conquistar a Igualdade Econômica e Social por meio de Políticas Universais - oferecer serviços públicos abrangentes, de acesso livre, gratuito ou subsidiado a todos os indivíduos, independente da sua condição social ou origem.
Desafio 2 – Propiciar e valorizar a Diversidade por meio de Políticas de Reconhecimento - assegurar proteção especial por parte do Estado a grupos de pessoas que estejam em desvantagem social, a fim de evitar a discriminação ou eliminar bloqueios materiais, morais e simbólicos que impedem suas trajetórias de vida.
Desafio 3 – Gerar a Prosperidade e Abundância por meio do Desenvolvimento - expandir a capacidade produtiva da sociedade para gerar riquezas, com equilíbrio ecológico, reduzindo desperdício e ajustando a produção à disponibilidade do meio ambiente, e assegurando o Bem Viver e a liberdade a todos os que vivem no Brasil. Para isso, é preciso refundar o Estado. O Estado é um instrumento de dominação e concentração de poder.
No entanto, ainda é uma estrutura importante para gerar o desenvolvimento. Por isso, é preciso transformar o padrão de gestão pública, com políticas cada vez mais matriciais e intersetoriais, o que pressupõem a organização do Estado em torno do enfrentamento de problemas estruturais e conjunturais. Nesse sentido apresentamos nossas visões sobre Estado e Governo.
LIBERTÁRIA NOS COSTUMES, SOCIALISTA NA ECONOMIA
Acreditamos no valor da diversidade humana. Acreditamos que é possível viver bem e sermos felizes, convivendo com as nossas diferenças de desejos, de comportamentos e de aspirações sociais e estéticas. Por isso, todas formas de padronização social, de uniformização de comportamentos e de idealização de indivíduos devem ser combatidas, especialmente aquelas que pregam a superioridade de alguns grupos versus a suposta inferioridade de outros. Devemos condenar a mentalidade, a linguagem, o predomínio e a prática do machismo e da misoginia, da homofobia, do racismo estrutural, do capacitismo e da gerontocracia.
Por outro lado, defendemos uma nova organização da sociedade em que o lucro não seja o objetivo maior a ser alcançado. Hoje, enquanto houver tamanhas injustiças, não é possível defender a hierarquização de pessoas baseada na meritocracia, haja vista a abissal desigualdade existente. Ao nosso ver, devemos ter na cooperação e na alteridade os pressupostos fundament