Direito à memória nas favelas em tempos pandêmicos (live)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Direito à memória nas favelas em tempos pandêmicos é uma live que faz parte da série "Favelas em Movimento", promovida pelo Dicionário de Favelas Marielle Franco. Nesse episódio, os convidados destacam a importância da memória como um instrumento político de transformação, pois a partir dela é possível produzir novos significados sobre as favelas e seus moradores, dando valor ao que antes era desvalorizado ou desconhecido.

Autoria: Dicionário de Favelas Marielle Franco.

Sobre[editar | editar código-fonte]

"Favelas em Movimento" é a nova série de lives do Dicionário de Favelas Marielle Franco .Toda última terça-feira do mês, às 18h, no canal da VídeoSaúde (Distribuidora da Fiocruz), moradores(as) e representantes de favelas e periferias se encontram para um bate-papo sobre questões sociais, políticas, culturais e econômicas fundamentais para pensarmos a vida destas pessoas em um cenário pandêmico, mas também o futuro.

Resumo[editar | editar código-fonte]

Na live, os convidados destacam a importância da memória como um instrumento político de transformação, pois a partir dela é possível produzir novos significados sobre as favelas e seus moradores, dando valor ao que antes era desvalorizado ou desconhecido. Para os moradores, ter contato com as histórias dos seus antepassados, vizinhos e da sua própria comunidade altera a percepção sobre a sua realidade. Mais que algo limitado ao que já foi, a memória "presentifica o passado para a construção do futuro".

O esforço de contar e recontar as histórias é um trabalho de resistência, onde os moradores criam novas narrativas e trazem a importância de personagens históricos da comunidade, como ressalta Elizabeth: "A gente precisa falar para os nossos, a partir do nosso lugar, contar e recontar as histórias e vivências. Arrisco dizer que a revolução começa daí.".

E nesse movimento de reinvenção, o papel das mulheres aparece em destaque, tanto no exemplo de figuras históricas, como Marielle Franco e Tereza de Benguela, tanto nos exemplos do presente, como o protagonismo de mulheres negras, nordestinas e chefes de família nas mobilizações contra a pandemia dentro das favelas. Essa posição feminina de destaque está em outros espaços, como a liderança de terreiros de matriz africana e de igrejas neopentecostais, o que aprofunda a responsabilidade do contar e recontar a história na perspectiva de uma educação para o desenvolvimento local.

Os convidados alertam sobre os mitos oficiais que ainda vigoram na sociedade brasileira, como a "democracia racial" e o projeto político de apagamento de memórias, onde falas e histórias são silenciadas, logo, falar de memória é falar de disputas no plano presente. Nesse sentindo, o exemplo de Tereza de Benguela, que forjava os ferros jogados no seu quilombo e os transformava em armas e panelas para seu povo, ganha novo significado no presente, transformando a dor em luta, reinventando e criando novas perspectivas para o futuro.

Direito à memória nas favelas em tempos pandêmicos (live)[editar | editar código-fonte]

Nesta live, temos como mediadora Cláudia Rose Ribeiro da Silva, nascida e criada no Complexo da Maré, professora de História da rede pública do município do Rio, atual coordenadora do Museu da Maré e integrante do Conselho do Dicionário de Favelas Marielle Franco. Como convidados(as), teremos Antônio Carlos Pinto Vieira, também nascido e criado no Complexo da Maré, co-fundador do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM) e do Museu da Maré e pesquisador sobre os subúrbios e as favelas cariocas; e Elizabeth Campos, nascida no Jacarezinho e moradora de Manguinhos, na comunidade CHP2, educadora social e coordenadora do projeto Espaço Casa Viva Redeccap, em Manguinhos.