Favela Vive 2 (Cypher) – ADL, BK, Funkero e MV Bill (Prod. Índio) - (Música)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

A música "Favela Vive 2 (Cypher)" apresenta letras de vários artistas que abordam temas relacionados à vida nas favelas, incluindo desafios, violência e desigualdade social. Os artistas destacam a realidade difícil enfrentada pelos moradores das favelas e a necessidade de resistir e lutar por melhores condições de vida. A música também critica a violência policial e a falta de oportunidades para os jovens nas comunidades.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir da música disponível no streaming do YouTube e das redes oficiais.
Favela Vive (2)
Favela Vive (2)

Vídeo[editar | editar código-fonte]

Letra[editar | editar código-fonte]

Favela Vive 2

[Lord]

Eu levanto na febre, hein

Fuzilando a alcateia de demônios que me seguem

Eles querem meu sangue num cálice

Na mão dos vermes se satisfazem

Alguns cigarros de maconha, munições dentro da gaveta

Sem ideia, sem letra

A vida anda um inferno, querem morte ou me querem na cadeia

Na cadeira de rodas ou de réu de juízo

Pagando porque eu dei prejuízo

Na cena do crime, cheio de flagrante em cima

Sem microfone, sem rima

Acabado de drogas, ausência de sorriso

Meu sangue escorrendo no meio-fio

Olhando vitrine, planos pra vender cocaína

Me espetar com a mesma seringa

De pistola ou então oitão, sem perdão

Sem compaixão, sangue no chão, armas nas mãos

(Não dá pra correr) É isso que eles querem

Sem estudo sem razão, visão sem unção, só meu caixão

Eles se empenham, até tiveram chance

Mas cuzão que não tem foco se perde

Eles nunca me esquecem, mas já nem mais me alcançam

Os mais sábios me pedem, pensem

Quantos de nós se foi?

O pior não falei, quanto filhos se perdem?

Quantos nascem pra fazer a diferença?

E se isso é melhor que conseguem

Bota a cara onde os becos fervem

Pra ver a besta que vocês não conhecem

[BK]

E quem sobe pra me matar é o mesmo que me vende a arma

Então você que não sabe ou finge que não sabe

Pense bem na hora de apontar, ó o carma

Você que quer minha morte, sobe

Compra comigo, me deixa forte

Chega a dar azia, eu vou fazer minhas notas

Sair no pinote, antes que essa hipocrisia me note

É, lágrimas são de graça, sorrisos tão caros

Os irmãos tão quebrado

Entre o banho de prata, roendo igual traças

Cortando igual lâminas

Ser conciso é raro, é que o anjo arranca as asas se o lucro tá nos pecados

Com o bolso cheio de ar, se sentindo sufocado

Enquanto a padaria manipula a massa, vende Bolsonaro

Há! Eu que trago o sonho, chamam de lixo sonoro

Cansados da dor, gás pra se impor

Quem se importou, quem se cortou, descarregô

Dando um, dois, quem conquistou reinos

Quem engoliu verdade que vomita depois

Às vezes cego e não quero ser guiado pelo cão

Não preciso de um pastor alemão

Eu lucro fazendo dinheiro, mas ganho fazendo meus irmão pensar

Somos iguais, não vamos nos matar

Iih, o crime te chama, rapaz

Não se entregue de vez, negue de vez

Não seja burro igual meu pai

Não viu a coisa mais inteligente que fez

E o Estado, estado crítico, tem me detestado e é reciproco

Tem testado meu espírito, escapo sem equívoco

E vou, não é como se comportar no beat

E sim na vida, isso que é flow

[Funkero]

Favela vive no coração de cada morador

Na lembrança de cada vida que a guerra levou

Somos a tribo perdida, trazida de longe

Somos filhos da lama, Brasil que a mídia esconde

Nos entopem de pólvora, coca, esgoto a céu aberto

E quilombos de madeirite e concreto

O futuro chegou e ainda usamos corrente

Escravizados através do tráfico de entorpecente

Nos empurram todo dia goela a abaixo

Ódio, medo, desespero e incentivo à violência

Dizem que somos bandidos

Mas quem mata usa farda e exala despreparo e truculência

Cada beco da cidade guarda um pouco da guerra

Com projéteis que acerta, com projéteis que erra

Parece cocaína, mas é só tristeza

Ódio nos olhos de quem só conheceu pobreza

Quem é o inimigo? Quem é você?

Nessa guerra sem motivos e sem vencedor

Quem é o inimigo? Quem é você?

A bala perdida acha o outro sofredor

Somos soldados pedindo esmolas

Crianças de pistola, jogando a infância fora

Ninguém incentiva um favelado a ler, escrever

Nós já nascemos preparados pra morrer

Nos proibiram de sonhar, se foderam

Somos o monstro que vocês criaram, seu pesadelo

Essa porra é um campo minado

PM aplica pena de morte com aval do Estado

Quem tá certo? Quem tá errado?

Só sei que o alvejado é sempre o favelado

Quantos irmãos tombaram cedo demais

Favela vive sangrando implorando por paz, paz!

[DK]

Beco da Mina é Vietnã

Faixa de Gaza, terreno hostil

Onde a gente abraça quem a gente ama

Mas nós não pode largar o fuzil

Desde o dia que eu lembro que o aBo caiu

Foi que aumentou todas minhas neuroses

Virar a madrugada, charrar na cachaça

E depois pilota as motos mais velozes

Cumpade Lord, eu também ouço vozes

Vamos testar o peito do Super-Homem

Eles tão falando que fecha 10 a 10

Então nosso bonde fecha 11 a 11

Do alto do morro, tô olhando pra longe

Querendo paz dentro da minha favela

Tô bolando um plano, treinando uma tropa que

Dorme e acorda já pronta pra guerra

Defendo cada palmo da terra

O certo é o certo, o certo é o fundamento

Mexer com um de nós, nós busca dentro de casa

Deixar pegado pra ficar de exemplo

Mas nesse momento só penso no lucro

Conto essas notas por notas, com calma

Coração não tenho há um tempão, vagabundo

Falta bem pouco pra eu perder minha alma

Não deixa o dinheiro vim e fazer nós, mano

Nós que faz o dinheiro

Enquanto o rap nascer na favela

Vão ser as mulher e as criança primeiro

Lamba os beiço, fuma do meu beck

Taças pro alto de Dom Pérignon

Coma da minha carne, aproveite o banquete

Que hoje vai ser sua ultima refeição

Só favela vive

[MV Bill]

Se for pra botar pano quente

Eu prefiro o isqueiro e botar fogo

Olho grande no progresso alheio, isso é inveja, pra mim não é jogo

Aqui nesse mundo, bandanas na cara não valem de nada

Pequenos soldados da vida real carregando fuzil e granada

Favela vive!

Bagulho de sujeito homem, não de moleque

Não vem querer pagar de patrão

Aqui ninguém é chefe só porque fuma um beck

Vai além da visão, sair de casa e bater de frente com o caveirão

Com um .762 apontado na minha cabeça

O cana me revistando e cheirando minha mão, não

Papo de realidade, vários não chegaram na minha idade

Não dá pra acreditar que vai mudar

Se trocar o nome de favela pra comunidade

Pouco importa a nomenclatura se falta cultura

Louca vida dura foi pra sepultura

Vendo a escravatura, hoje ninguém atura

Tem que ter postura pra poder cobrar da prefeitura

Na gaveta gelada do IML

Vários amigos que foram abatido pela cor da pele

Tática inimiga, bota a bala pra comer e menos um nigga

Atiram na nuca primeiro, derrubam certeiro, pra perguntar depois

A mídia não cala nossa voz

Favela Vive Parte 2

Composição: ADL / BK / Funkero / MV Bill.

Ficha Técnica[editar | editar código-fonte]

Produção executiva:

@dihegolourenco

@bercartel

Letra: Lord |BK |Funkero |DK |MV Bill

Instrumental: Índio ADL Mixagem e Masterização: Gênio (Time Forte)

Video: Guilherme Brehm (@guilherme.brehm)

INSCREVA-SE: www.youtube.com/contracorrenteprod

#Esfinge #Rexpeita #ContraCorrenteProd #Solanoairview

Direção: Guilherme Brehm (@guilherme.brehm)

Edição: GBLAB (@gb_lab)

Assistente de direção: Gabriel Solano

Operador de Câmera: Guilherme Brehm, Gabriel Solano e Matheus Yan

Assistentes: Brendon Bravo, Lucas Cilento, Uriel Calomeni

Operador de Drone: Gabriel Solano (@solanoav)

Produção Executiva : Thomaz Garcia

Assistente de produção: Leoni Brandão, Ted

Figurino e apoio : Rexpeita Intervenção

graffiti : Henri Schumacher

Fotos: Marcelo Martins (@farinhalactea)

Sigam os artistas : @adllord @bkttlapa @funkero220voltz @adl_dk @mvbill @niggazadl @rexpeitarx @henrischumacher #favelavive2

Veja mais[editar | editar código-fonte]

Favela Vive (Cypher) - ADL, Sant, Raillow & Froid (Prod. Índio) - (Música)