Folia de Reis - Os Penitentes do Santa Marta: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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= Imagens da Folia =
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Edição das 17h15min de 7 de fevereiro de 2020

Autores: Riquinho(Mestre da Folia de Reis), Ronaldo, Junior(palhaços da Folia de Reis) e Adair Rocha(Santa Marta).

De Mestre para Mestre: " Joãozinho foi uma das pessoas mais inteligentes que conheci, dentro de sua capacidade". Do Mestre Zé Diniz, na hora derradeira do Mestre Joãozinho.

Inicialmente, "jornada" e "profecia" são palavras importantes para se compreender a existência da Folia de Reis, no Santa Marta e em toda parte.

A grande viagem dos Reis Magos para visitar o Menino que havia nascido em Belém e que seria o Salvador, chamada também de Messias, segundo as "profecias", durou doze dias, do Natal ao Dia de Reis, para levarem seus presentes: ouro, incenso e mirra. Gaspar, Melquior e Baltasar eram seus nomes.

Os antecedentes e a trajetória dessa folia foi descrita pelos mestres Dodô, um dos primeiros moradores do Santa Marta, quando em 1941 foram construídos os primeiros barracos, e pelo Mestre Zé Diniz, Filhos da "Quinha", uma espécie de matriarca ou sacerdotisa, guia da família Silva, abre caminhos conduzindo a Bandeira dos Três Reis, abria os caminhos para seus filho Zé Diniz e sua esposa Maura, que comanda as pastorinhas. Seu neto Ronaldo e o bisneto Juninho, palhaços da Folia e o Mestre atual Riquinho, também seu neto, conviveram com "Quinha".

Segundo Dodô e Zé Diniz "nós vamos começar pelos fundamentos da Folia. Essa Folia de Reis do Santa Marta é nascida lá na Ilha do Governador, do pai do finado Mestre Joãozinho. Nós saíamos lá, na folia dele. Depois ele faleceu e nós fomos sair numa outra folia. Ele se chamava João Lopes Israel. Então aprendemos a cantar na Folia de Reis com ele. Já o Joãozinho é quem armou a Folia, com o Luis Santos Silva, que passou para mim (Dodô) e depois, o finado Joãzinho. Cantamos em seguida numa Folia do Leme, do Chapéu Mangueira, com o Manoel Balbino, também falecido. Então descobrimos que tínhamos sabedoria para armar nossa Folia. Inicialmente, fomos ajudados pelo birosqueiro João Silva que nos deu o 'fardamento'. Então o fundamento dessa Folia tem: o Luis dos Santos, José Hilário dos Santos (Dodô), Zé Diniz, Paulinho e Joãozinho.Dodô cantou quatro anos e passou para o Joãozinho (grande Mestre). Depois, Dodô e Luis se revezavam de Mestre o contra-mestre. Tiveram a mesma escola".[1]

O mestre seguinte foi Zé Diniz, que faleceu também mas é memória viva da Folia, que tem hoje, em seu filho Riquinho o Mestre que mantem a "jornada" sempre mais viva e atual, na parceria de Juninho e Ronaldo liderando a escolinha que agrega a criançada que dá futuro a essa tradição. 

A trajetória do 25 de dezembro ao 6 de janeiro, ainda celebra um devoto e padroeiro, o Mestre São Sebastião, com a Procissão de 20 de janeiro, organizada e conduzida pelos Foliões e Penitentes do Santa. Reúne-se novamente na metade do ano para o 'Descante" ( para cantar de novo no ano seguinte).

Com Mestre, contra-Mestre, o cordão das vozes, pastorinhas e percussionistas, e ainda com dois ou quatro palhaços, mascarados que representam os soldados de Herodes e, portanto, distraem e divertem, especialmente a criançada, que faz a festa, essa composição da Folia de Reis representa uma atitude de fé e cultura, que atualiza a anunciação, o nascimento, a perseguição, o sofrimento, a morte e a ressurreição, na sabedoria da palavra que o Mestre domina, cantando em versos a significação do Presépio e a sequência da profecia, conforme o acolhimento doméstico ou institucional.

 

Penitentes do Santa Marta em peregrinação na Cidade de Deus


Imagens da Folia

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  1. Entrevista concedida em 1985 para a dissertação de Mestrado: Na reza se conta a história e se canta a luta. Um estudo da Folia de Reis do Morra Santa Marta, defendido na Educação da PUC-Rio, por Adair Rocha.