Luiz Antonio Machado da Silva - um intelectual da mais "fina estampa" nas ciências sociais brasileiras (artigo)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 23h05min de 6 de setembro de 2023 por Kita Pedroza (discussão | contribs) (→‎Acesso ao artigo)
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)

Este artigo recupera parte do legado de Luiz Antonio Machado da Silva para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Machado se dedicou, durante mais de cinquenta anos, às Ciências Sociais brasileiras e à Sociologia Urbana. Abriu novas perspectivas para os estudos da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades) e, entre os diversos temas que estudou profundamente, analisou a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, o sentido e os usos da categoria de informalidade, além de estar alerta aos efeitos do surgimento da criminalidade violenta em um contexto urbano dilacerado pela crise do trabalho.

Autoras: Palloma Menezes, Márcia Pereira Leite e Marcella Araújo.

Publicado originalmente em: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v.23, 2021.

Resumo[editar | editar código-fonte]

Neste artigo, recuperamos parte do legado de Luiz Antonio Machado da Silva, vitimado pela Covid-19 em 2020, para as Ciências Sociais brasileiras e, mais especificamente, para a Sociologia Urbana. Esse foi o campo ao qual Machado se dedicou durante mais de cinquenta anos de pesquisas e estudos, abrindo novos caminhos e perspectivas analíticas para o estudo da vida nas “margens” (favelas e periferias das grandes cidades – pensadas a partir do Rio de Janeiro, cidade onde vivia e realizava suas pesquisas). Machado analisou, em diferentes contextos, a produção da “marginalidade urbana” pelo Estado, procurando compreender as experiências de vida, as estratégias de sobrevivência, assim como a luta política e os desafios das camadas populares urbanas. Também se dedicou a analisar, especialmente a partir dos anos 1990, os efeitos do esgarçamento do mundo do trabalho e da regulação estatal que outrora o acompanhava, garantindo um mínimo de direitos e alguma integração social. Assim, dirigiu seus esforços analíticos para compreender o sentido e os usos da categoria de informalidade nesse contexto e, sobretudo, mostrou-se atento e preocupado com os efeitos do surgimento da criminalidade violenta no seio de um urbano dilacerado pela crise do trabalho, como fundamento social dos tempos de desconstrução de nosso paradigma institucional e político de integração social. Sendo impossível dar conta da grandiosidade de sua obra, as autoras buscaram reconstruir parte de sua trajetória de pesquisa e de sua contribuição analítica para a Sociologia Urbana em diferentes contextos. Também se enfatiza uma face pouco conhecida de Machado: a de intelectual público que sempre buscou intervir no debate público sobre o lugar das classes populares urbanas na cidade.

Acesso ao artigo[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais