Ocupa Alemão: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Sem resumo de edição
(Contexto de surgimento do movimento; Iniciativa de bibliotecas livres.)
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<span style="line-height:107%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">O Ocupa Alemão nasceu pela morte, pela dor, causada pelo racismo institucional, pela violência do Estado ao negro e ao favelado. Na manhã do dia 26 de novembro de 2012, o jovem Mário Lucas, 18 anos, morador do Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, foi cruelmente assassinado por doisPMs à paisana dentro de sua própria casa. Dois dias depois, veio o toque de recolher na favela do Borel. Estes dois episódios foram o estopim para que o jovem empresário e estudante de publicidade Luciano Garcia, morador do Complexo do Alemão, se reunisse a um grupo de amigos do Borel e do Alemão e, juntos, promovessem um evento de repúdio à violência policial das UPPs. Com livre inspiração nas mobilizações internacionais surgidas após o Occupy Wall Street, o Ocupa Alemão e o Ocupa Borel tornaram-se as primeiras iniciativas do gênero organizadas por jovens de favelas cariocas. Logo depois o Ocupa Alemão, de movimento virou um coletivo centrado nas questões de direitos humanos a fim de (re)virar um movimento organizado de favela de maioria negra.</font></font></font></span>
<span style="line-height:107%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">O Ocupa Alemão nasceu pela morte, pela dor, causada pelo racismo institucional, pela violência do Estado ao negro e ao favelado. Na manhã do dia 26 de novembro de 2012, o jovem Mário Lucas, 18 anos, morador do Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, foi cruelmente assassinado por dois PMs à paisana dentro de sua própria casa.</font></font></font></span><ref name=":0">LIMA, João. Ocupa Alemão: Coletivo de Jovens Luta Contra a Criminalização do Espaço Público nas Favelas. '''RioOnWatch''', 15 ago. 2013. Disponível em: https://rioonwatch.org.br/?p=7282. Acesso em 28 set. 2023.</ref> <span style="line-height:107%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Dois dias depois, veio o toque de recolher na favela do Borel. Estes dois episódios foram o estopim para que o jovem empresário e estudante de publicidade Luciano Garcia, morador do Complexo do Alemão, se reunisse a um grupo de amigos do Borel e do Alemão e, juntos, promovessem um evento de repúdio à violência policial das UPPs.</font></font></font></span><ref name=":0" /><blockquote>No dia 5 de dezembro de 2012, às 21h, iniciou-se simultaneamente na favela do Borel e Nova Brasília um ato contra o toque de recolher imposto, atraindo a curiosidade dos moradores locais, sobretudo os mais jovens. O ato contou com conscientização política, microfone aberto a quem desejasse falar e a entrega de uma carta aberta ao comando da [[Unidade de Polícia Pacificadora|UPP]].<ref name=":0" /> <span style="line-height:107%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Com livre inspiração nas mobilizações internacionais surgidas após o Occupy Wall Street, o Ocupa Alemão e o Ocupa Borel tornaram-se as primeiras iniciativas do gênero organizadas por jovens de favelas cariocas. Logo depois o Ocupa Alemão, de movimento virou um coletivo centrado nas questões de direitos humanos a fim de (re)virar um movimento organizado de favela de maioria negra.</font></font></font></span><ref name=":0" /></blockquote>O Ocupa Alemão visa resgatar o caráter público dos territórios da favela através de iniciativas. Uma dessas iniciativas é a criação de bibliotecas livres, que são espaços de compartilhamento de conhecimento administradas pelos moradores, incorporando a arquitetura e geografia da comunidade. A primeira biblioteca livre foi inaugurada em maio de 2013 no [[Morro dos Mineiros]], no [[Complexo do Alemão]].<ref name=":0" />
 
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Edição das 20h01min de 28 de setembro de 2023

Autoria: Ocupa Alemão.  

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O Movimento

O Ocupa Alemão nasceu pela morte, pela dor, causada pelo racismo institucional, pela violência do Estado ao negro e ao favelado. Na manhã do dia 26 de novembro de 2012, o jovem Mário Lucas, 18 anos, morador do Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, foi cruelmente assassinado por dois PMs à paisana dentro de sua própria casa.[1] Dois dias depois, veio o toque de recolher na favela do Borel. Estes dois episódios foram o estopim para que o jovem empresário e estudante de publicidade Luciano Garcia, morador do Complexo do Alemão, se reunisse a um grupo de amigos do Borel e do Alemão e, juntos, promovessem um evento de repúdio à violência policial das UPPs.[1]

No dia 5 de dezembro de 2012, às 21h, iniciou-se simultaneamente na favela do Borel e Nova Brasília um ato contra o toque de recolher imposto, atraindo a curiosidade dos moradores locais, sobretudo os mais jovens. O ato contou com conscientização política, microfone aberto a quem desejasse falar e a entrega de uma carta aberta ao comando da UPP.[1] Com livre inspiração nas mobilizações internacionais surgidas após o Occupy Wall Street, o Ocupa Alemão e o Ocupa Borel tornaram-se as primeiras iniciativas do gênero organizadas por jovens de favelas cariocas. Logo depois o Ocupa Alemão, de movimento virou um coletivo centrado nas questões de direitos humanos a fim de (re)virar um movimento organizado de favela de maioria negra.[1]

O Ocupa Alemão visa resgatar o caráter público dos territórios da favela através de iniciativas. Uma dessas iniciativas é a criação de bibliotecas livres, que são espaços de compartilhamento de conhecimento administradas pelos moradores, incorporando a arquitetura e geografia da comunidade. A primeira biblioteca livre foi inaugurada em maio de 2013 no Morro dos Mineiros, no Complexo do Alemão.[1]

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 LIMA, João. Ocupa Alemão: Coletivo de Jovens Luta Contra a Criminalização do Espaço Público nas Favelas. RioOnWatch, 15 ago. 2013. Disponível em: https://rioonwatch.org.br/?p=7282. Acesso em 28 set. 2023.