Tecendo Diálogos e produzindo conhecimento: juventude, favela, promoção da saúde e educação superior (projeto)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Autoria: Equipe Tecendo Diálogos[1]

O projeto Tecendo Diálogos e produzindo conhecimento: juventude, favela, promoção da saúde e educação superior (Tecendo Diálogos) objetiva valorizar a educação superior e reforçar o campo da promoção da saúde e a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de ações coordenadas entre pré-vestibulares populares, comunitários e sociais, universidades, Fiocruz e movimentos sociais organizados em territórios urbanos socioambientalmente vulnerabilizados no Estado do Rio de Janeiro. O Tecendo Diálogos é mediado através da relação entre atores sociais e institucionais, dos quais destacamos: a Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (CCSP) e o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC), a Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ (PR5 UFRJ), o Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ) e o Fórum Favela-Universidade (FFU). O projeto e seus recursos são geridos, colaborativamente, pelo Comitê Gestor, composto por representantes do Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ), Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), Museu da Maré, Rede de Empreendimentos Sociais para o Desenvolvimento Socialmente Justo, Democrático e Sustentável (RedeCCAP), Conselho Comunitário de Manguinhos, Fiocruz e UFRJ.

Fórum Favela-Universidade

Inspirados pelo tema “Ciência para redução das desigualdades sociais” da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2018, a Fiocruz, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e as organizações de base socio comunitária de Manguinhos e da Maré propuseram uma agenda de atividades para além dos dias em que ocorre o evento do Ministério da Ciência e Tecnologia. Para tanto, colocou-se em diálogo os estudantes e egressos de cursos de pós-graduação moradores dessas favelas tendo como referência os princípios da ciência cidadã.

Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ)

Grupos de Trabalho

GT - Saúde Mental e Integral

O grupo de trabalho atua na articulação das pautas mobilizadas pelo Fórum de Pré-vestibulares populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ) e do Fórum Favela Universidade (FFU). Compreende saúde de maneira integrada às condições de vida, segurança pública, território, moradia, empregabilidade, racismo, entre outros determinantes sociais. Busca realizar ações que fomentem a promoção da saúde através da tomada de consciência, do acesso e da garantia de direitos, da atuação coletiva e da organização popular, visando a incidência em políticas públicas, projetos e programas de saúde, educação e cultura voltados para as juventudes faveladas. Abaixo, algumas ações realizadas pelo Grupo de Trabalho:

Cartografia

A cartografia de narrativas surge a partir das discussões e formações realizadas nos encontros do GT de Saúde Mental articulando o Fórum Favela Universidade (FFU) e o Fórum de Prés Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ), com apoio do projeto Tecendo diálogos e produzindo conhecimentos: Juventude, Favela, promoção da saúde, e educação superior.

Trata-se de uma cartografia das narrativas, entendendo o que cada território e suas especificidades pensa e articula sobre saúde mental com o objetivo geral de estimular o acúmulo trazido das narrativas para dentro dos dispositivos já existentes no território e ampliá-los e de viabilizar o tema da saúde mental; discutindo através do conceito de promoção da saúde e saúde ampliada, assim como os determinantes sociais de saúde.

O método de pesquisa utilizado foi qualitativo, realizado por meio de entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas e fechadas, em formato online. As entrevistas aconteceram no segundo semestre de 2021, com integrantes dos territórios da Baixada Fluminense, Zona Leopoldina, Zona Norte, Zona Oeste, Zona Sul e Centro do Rio de  Janeiro, tendo o total de 18 participantes. O perfil de entrevistados contemplou profissionais terceirizados de faculdades e de dispositivos de saúde pública inseridos no território; profissionais de instituições parceiras ao GT de saúde mental (Pró- Reitoria de Extensão/PR-7 e professores universitários); profissionais de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial dos territórios; profissionais de SPA (Serviço de Psicologia Aplicada) que atuem nos territórios; moradores de favelas; moradores das periferias; famílias de   estudantes e estudantes universitários.

Nesta análise cartográfica, foi observado que praticamente todos os entrevistados expressaram um desejo pessoal de viver em uma cidade menos violenta, com educação de qualidade, um sistema de saúde público eficiente e segurança para explorar a cidade livremente, sem temores. Esses anseios estão alinhados com os princípios de uma sociedade democrática e igualitária. Os resultados desta pesquisa serão divulgados por meio de ações em diferentes territórios, buscando promover a saúde e a educação popular de maneira participativa e comprometida.

Oficina na Educação Básica

A oficina “Território e Saúde” fora realizada com duas turmas do ensino médio na Escola Bahia, no contexto da semana de educação para as relações étnico-raciais. A partir da percepção e das experiências cotidianas apontadas pelo corpo estudantil participante, falamos sobre pontos de cultura, educação, lazer, segurança pública, sonhos, expectativas e realidades do território da Maré, a questionar: como tudo isso dialoga com condições de saúde mental, física, integral? A Cartografia das Narrativas nos ajudou a refletir sobre pontos de diferença e interseções com territórios de outras partes da cidade.

  1. Nome dos participantes.