Tia Ira Rezadeira: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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'''Iraci Cardoso dos Santos''' (31/03/1937), popularmente conhecida como '''Tia Ira Rezadeira''', é uma mulher preta, rezadeira, jongueira, sambista, parteira e uma das matriarcas e representantes, vivas, mais antigas da Umbanda e do Jongo na cidade do Rio de Janeiro. Tia Ira nasceu no '''Morro da Serrinha''', em Madureira, Zona Norte, subúrbio do Rio de Janeiro, onde vive até hoje e no qual teve, e continua tendo, importância fundamental para a comunidade. Tia Ira também é uma das fundadoras da escola de samba mirim  
'''Iraci Cardoso dos Santos''' (31/03/1937), popularmente conhecida como '''Tia Ira Rezadeira''', é uma mulher preta, rezadeira, jongueira, sambista, parteira e uma das matriarcas e representantes, vivas, mais antigas da Umbanda e do Jongo na cidade do Rio de Janeiro. Tia Ira nasceu no '''Morro da Serrinha''', em Madureira, Zona Norte, subúrbio do Rio de Janeiro, onde vive até hoje e no qual teve, e continua tendo, importância fundamental para a comunidade. Tia Ira também é uma das fundadoras da escola de samba mirim Império do Futuro.  
Império do Futuro.  
[[Arquivo:Tia Ira .jpg|miniaturadaimagem|Tia Ira em seu quarto de santo, durante festa anual de 13 de maio, em homenagem aos pretos e pretas-velhas]] 


Tia Ira é sucessora do legado de Maria Joana Monteiro, conhecida como Vovó Maria Joana Rezadeira (1902-1986), que migrou do interior  de Valença, região escravagista do Vale do Café fluminense, para a Serrinha. Vovó Maria Joana foi mãe espiritual de Umbanda, líder comunitária, parteira, jongueira, rezadeira e uma das fundadoras da [https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Serrano GRES Império Serrano.]  
Tia Ira é sucessora do legado de Maria Joana Monteiro, conhecida como Vovó Maria Joana Rezadeira (1902-1986), que migrou do interior  de Valença, região escravagista do Vale do Café fluminense, para a Serrinha. Vovó Maria Joana foi mãe espiritual de Umbanda, líder comunitária, parteira, jongueira, rezadeira e uma das fundadoras da [https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Serrano GRES Império Serrano.]  


Considerado um dos quilombos urbanos do Rio, a Serrinha é o mais forte território jongueiro da cidade. O jongo, herança ancestral dos grupos bantos de Angola, costa atlântica sul da África Ocidental, chegou ao Rio com negros escravizados nas fazendas de café do Vale do Paraíba, entre os séculos 16 ao 19. Vovó Maria Joana, seu filho Mestre Darcy do Jongo, Tia Maria do Jongo e Tia Eulália mantiveram a tradição viva por mais de quarenta anos na comunidade.
Considerado um dos quilombos urbanos do Rio, a Serrinha é o mais forte território jongueiro da cidade. O jongo, herança ancestral dos grupos bantos de Angola, costa atlântica sul da África Ocidental, chegou ao Rio com negros escravizados nas fazendas de café do Vale do Paraíba, entre os séculos 16 ao 19. Vovó Maria Joana, seu filho Mestre Darcy do Jongo, Tia Maria do Jongo e Tia Eulália mantiveram a tradição viva por mais de quarenta anos na comunidade.

Edição das 17h29min de 3 de abril de 2024

Iraci Cardoso dos Santos (31/03/1937), popularmente conhecida como Tia Ira Rezadeira, é uma mulher preta, rezadeira, jongueira, sambista, parteira e uma das matriarcas e representantes, vivas, mais antigas da Umbanda e do Jongo na cidade do Rio de Janeiro. Tia Ira nasceu no Morro da Serrinha, em Madureira, Zona Norte, subúrbio do Rio de Janeiro, onde vive até hoje e no qual teve, e continua tendo, importância fundamental para a comunidade. Tia Ira também é uma das fundadoras da escola de samba mirim Império do Futuro.

Tia Ira em seu quarto de santo, durante festa anual de 13 de maio, em homenagem aos pretos e pretas-velhas

Tia Ira é sucessora do legado de Maria Joana Monteiro, conhecida como Vovó Maria Joana Rezadeira (1902-1986), que migrou do interior de Valença, região escravagista do Vale do Café fluminense, para a Serrinha. Vovó Maria Joana foi mãe espiritual de Umbanda, líder comunitária, parteira, jongueira, rezadeira e uma das fundadoras da GRES Império Serrano.

Considerado um dos quilombos urbanos do Rio, a Serrinha é o mais forte território jongueiro da cidade. O jongo, herança ancestral dos grupos bantos de Angola, costa atlântica sul da África Ocidental, chegou ao Rio com negros escravizados nas fazendas de café do Vale do Paraíba, entre os séculos 16 ao 19. Vovó Maria Joana, seu filho Mestre Darcy do Jongo, Tia Maria do Jongo e Tia Eulália mantiveram a tradição viva por mais de quarenta anos na comunidade.