Tiro cruzado - as dinâmicas de violência armada letal envolvendo a juventude brasileira: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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'''Autoras''': Maria Fernanda Tourinho Peres; Mariana Thorstensen Possas; Ana Clara Rebouças de Carvalho; Fernanda Lopes Regina e Maíne Souza
No Brasil, as [[Atlas da Violência 2020 (pesquisa)|mortes violentas]] intencionais interpessoais, ou homicídios, constituem um fenômeno social cotidiano, que fica dissolvido em outras tantas causas de mortes que enfrentamos atualmente. Desde os anos 80, assistimos a um crescimento das taxas de homicídios, atingindo o pico em 2017. Vivemos há 30 anos um estado de violência letal endêmica, que afeta especialmente a [[:Categoria:Juventude|juventude]] negra e pobre, sem conseguir produzir uma compreensão do problema e reação política à altura. Ao contrário, a cultura da morte permanece ativada e especialmente reproduzida em determinados espaços da sociedade. Os efeitos da dinâmica “tráfico-polícia” são a grande causa das mortes dos jovens, e sua produção é acompanhada do diagnóstico genérico “combate ao [[Consumo e tráfico de drogas (debate)|tráfico de drogas]]”, cujo relato inclui as justificativas morais, políticas e jurídicas para a manutenção desse contínuo e perverso ciclo de violência letal.
=Resumo=
'''Autoras''': Maria Fernanda Tourinho Peres; Mariana Thorstensen Possas; Ana Clara Rebouças de Carvalho; Fernanda Lopes Regina e Maíne Souza
No Brasil, as mortes violentas intencionais interpessoais, ou homicídios, constituem um fenômeno social cotidiano, que fica dissolvido em outras tantas causas de mortes que enfrentamos atualmente. Desde os anos 80, assistimos a um crescimento das taxas de homicídios, atingindo o pico em 2017. Vivemos há 30 anos um estado de violência letal endêmica, que afeta especialmente a juventude negra e pobre, sem conseguir produzir uma compreensão do problema e reação política à altura. Ao contrário, a cultura da morte permanece ativada e especialmente reproduzida em determinados espaços da sociedade. Os efeitos da dinâmica “tráfico-polícia” são a grande causa das mortes dos jovens, e sua produção é acompanhada do diagnóstico genérico “combate ao tráfico de drogas”, cujo relato inclui as justificativas morais, políticas e jurídicas para a manutenção desse contínuo e perverso ciclo de violência letal.
Fonte: artigo publicado originalmente no [https://www.revistas.usp.br/revusp/issue/view/12074 Dossiê Segurança Pública da Revista USP - São Paulo, nº 129], em 2021.
 
=Artigo=
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[[Categoria:Temática - Segurança]]
[[Categoria:Violências]]
[[Categoria:Violência urbana]]
[[Categoria:Juventudes]]
[[Categoria:Violência de Estado]]
[[Categoria:Racismo]]

Edição atual tal como às 19h39min de 4 de agosto de 2023

No Brasil, as mortes violentas intencionais interpessoais, ou homicídios, constituem um fenômeno social cotidiano, que fica dissolvido em outras tantas causas de mortes que enfrentamos atualmente. Desde os anos 80, assistimos a um crescimento das taxas de homicídios, atingindo o pico em 2017. Vivemos há 30 anos um estado de violência letal endêmica, que afeta especialmente a juventude negra e pobre, sem conseguir produzir uma compreensão do problema e reação política à altura. Ao contrário, a cultura da morte permanece ativada e especialmente reproduzida em determinados espaços da sociedade. Os efeitos da dinâmica “tráfico-polícia” são a grande causa das mortes dos jovens, e sua produção é acompanhada do diagnóstico genérico “combate ao tráfico de drogas”, cujo relato inclui as justificativas morais, políticas e jurídicas para a manutenção desse contínuo e perverso ciclo de violência letal.

Autoras: Maria Fernanda Tourinho Peres; Mariana Thorstensen Possas; Ana Clara Rebouças de Carvalho; Fernanda Lopes Regina e Maíne Souza

Fonte: artigo publicado originalmente no Dossiê Segurança Pública da Revista USP - São Paulo, nº 129, em 2021.

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