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Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(/* Rafael Godoi, Doutor e Mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Pesquisador de pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ e do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU). Concluiu pós-doutorado no Departamento de Sociologia da USP; especialização em Investigação Etnográfica, Teoria Antropológica e Relações Interculturais na Universidade Autônoma de Barcelona; bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais na Universi...)
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== GODOI, R. (2015). Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. 2015,243 f. Tese (Doutorado) - Departamento de Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências  Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. (Resenha)==
== GODOI, R. (2015). Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. 2015,243 f. Tese (Doutorado) - Departamento de Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências  Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. (Resenha)==
== Rafael Godoi, Doutor e Mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Pesquisador de pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ e do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU). Concluiu pós-doutorado no Departamento de Sociologia da USP; especialização em Investigação Etnográfica, Teoria Antropológica e Relações Interculturais na Universidade Autônoma de Barcelona; bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo. Áreas de interesse de pesquisa em sociologia da punição, sociologia do direito, sociologia urbana, teoria sociológica e métodos qualitativos de pesquisa. Em 2016 recebeu prêmio de reconhecimento como melhor tese de doutorado defendida em 2015 pelo PPGS-USP e posteriormente tornou-se um livro publicado pela editora Boitempo. Em 2020, iniciou graduação em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul, UNICSUL.  ==
=== Subtítulo === Contextualização<p>Sobre "Rafael Godoi" e “Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos''.</p>
<p>Desde a iniciação científica Rafael Godoi pesquisa a prisão por fora dos muros, e não da ordem interna prisional, o qual ele chama de “translocalidade” do sistema prisional. A inquietação surgiu, em 2004, na qualidade de bolsista de iniciação científica – na pesquisa sobre “Cidade e trabalho: mobilidades ocupacionais e seus territórios”, coordenada pela Prof.ª Dr.ª Vera da Silva Telles e pelo Dr. Robert Cabanes, a partir dos atravessamentos observados em coletas de dados sobre a trajetória de vida dos moradores que residiam em determinados bairros da periferia de SP. O problema surgiu em vários relatos de moradores que tinham experiência carcerária, seja através do trabalho na prisão ou familiares encarcerados. Desta maneira a prisão aparece como questão de pesquisa pelo “circuito” do lado de fora, rompendo os muros carcerários.&nbsp;</p>
<p>No Mestrado, Rafael pesquisou&nbsp; os impactos da prisão na vida social, nos bairros e nas famílias; as formas de conexão, formais e informais, que articulam territórios de dentro&nbsp; e de fora da prisão, denominado conceitualmente como “vasos comunicantes”. Através dessa concepção Rafael buscou compreender os “desdobramentos” que se dão na relação entre o lado de dentro e fora da prisão, isto é, procurou os meios empíricos de conexão que ocorrem nessas relações. Prosseguiu com a pesquisa no Doutorado. O trabalho de campo se concentrou em&nbsp; três municípios do extremo oeste do estado, especificamente na região da Nova Alta Paulista,&nbsp; bem como no interior de algumas penitenciárias da Região Metropolitana de São Paulo – nas&nbsp; quais entrava na qualidade de agente da Pastoral Carcerária e desenvolvia atividades de&nbsp; assistência religiosa, material e jurídica. Isso permitiu liberdade para conversar com os prisioneiros, percebendo&nbsp; no intramuros da prisão a existência dos enigmas da lei naquele ambiente, produzindo um sistema estruturante e enigmático e de como o judiciário estrutura a relação da experiência carcerária. Rafael buscou então compreender a relação entre a prisão e a lei, a relação “enigmática” dos mecanismos da lei em relação aos mecanismos da disciplina e do governo de populações, como o sistema de justiça organiza o regime de processamento da população carcerária e que implica nos trâmites processuais, os mandos administrativos sobre as punições, retendo ou liberando quem permanece na prisão, visto que o preso punido, castigado, tem consequências sobre o processo que paralisa a obtenção de&nbsp; benefícios. Há uma outra relação que atravessa a prisão. São os vasos comunicantes observados&nbsp; nesse contexto, pois uma vez que o preso é punido, é a família que aciona a justiça para dar continuidade ao processo, o que configura parte da transferência da responsabilização para os presos e familiares a fim de provocar o andamento do processo junto à defensoria pública.</p>
==== ==== Subtítulo ==== Resenha ====
<p>“Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos” divide-se nos capítulos intitulados respectivamente de “Apresentação”, “Pontos de&nbsp; referência”, “Marcos gerais do dispositivo carcerário paulista”, “As leis do tempo”, “As disposições no espaço”, “As exigências da circulação” e “Conclusão”.</p>
<p>O objetivo desta resenha refere-se aos capítulos: "Apresentação”(pp.19-24);“Marcos gerais do dispositivo carcerário paulista”(pp. 50-78).</p>
<p>Na apresentação, Rafael Godoi aponta o objetivo do trabalho de tese sobre as prisões em São Paulo. Compara a abordagem como uma triangulação cujos vértices são a prisão; em&nbsp; outro vértice, o conjunto de lugares, de extensões variadas e intersecções&nbsp; múltiplas – o estado de São Paulo, suas regiões, sua capital, seus bairros; e no outro, a&nbsp; contemporaneidade e sua história recente.&nbsp;</p>
<p>A tese “Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos” através do que o pesquisador denomina por “deslocamentos” busca perquirir a compreensão sobre as prisões no espaço e no tempo. Rafael conceitua “deslocamentos” como mecanismos presentes na tessitura da tese e que se articulam ao longo dos diversos capítulos e seções da pesquisa. Os desdobramentos são empregados nos recursos&nbsp; metodológicos e no escopo de objetos empíricos a serem observados.</p>
<p>A prisão como objeto de pesquisa não é tomada por Rafael Godoi apenas como uma instituição&nbsp; de confinamento. Ele investigou também o funcionamento da “prisão em tempos (e lugares) de&nbsp; governamentalidade neoliberal – quando (e onde) o desafio que ela se coloca é o de&nbsp; administrar grandes agregados populacionais, mais do que disciplinar indivíduos” (p.20). Portanto, é o&nbsp; encarceramento em massa o principal intuito perseguido em sua tese. Além dos mecanismos textuais e das estratégias metodológicas utilizadas pelos desdobramentos, Godoi lança os suportes teóricos pautados , como exemplos, autores como&nbsp; “Foucault e os conceitos sobre o poder disciplinar e o poder governamental”, e Deleuze, uma vez que soberania, disciplina e governamentalidade não se sucedem&nbsp; no decorrer da história, mas se articulam e se transformam no tempo e no espaço”.(pp.19-20)</p>
<p>“Marcos Gerais do Dispositivo Carcerário Paulista”.&nbsp;</p>
<p>Onde tudo começa. Os desdobramentos que sucedem a partir desse capítulo revelam-se como uma denúncia sobre a realidade no que diz respeito ao sistema processual penal brasileiro. O circuito que perfaz o sistema inquisitorial tem como ponto de partida o inquérito pelo qual se determina todas as demais partes dos processos e que&nbsp; mudará toda vida dos envolvidos pela “suspeita/acusação”. O primeiro agente é o policial civil que ao registrar a ocorrência e ,de acordo com a tipificação penal, ou o policial lavra um termo&nbsp; circunstanciado, que substitui o auto de prisão em flagrante e o inquérito policial, e encaminha o acusado/suspeito para o Juizado Especial Criminal, ou formaliza a prisão em flagrante. Instaurado inquérito, em casos determinados como sendo&nbsp; prisão em flagrante, outros agentes do sistema de justiça entram no circuito, são os juízes, promotores e defensores. O inquérito policial, uma vez concluído, é encaminhado para o Ministério Público,&nbsp; que pode ou não formalizar a denúncia, e encaminhar a um juiz criminal,&nbsp; marcando assim o início da fase processual.&nbsp;&nbsp;</p>
<p>Dado prosseguimento ao processo, outro sistema se configura, o&nbsp; do sistema público de defesa, um dos objetivos que Rafael Godoi&nbsp; persegue ao longo da pesquisa, visto que o encarceramento em massa está diretamente relacionado a essa fase processual, visto que o acusado/suspeito quando não dispõe de advogado, nomeia-se um pelo Estado. A precariedade da estrutura da defesa pública potencializa tensões no campo prisional, uma vez que mais de 90% dos presos paulistas dependem desses serviços públicos desempenhados pelos advogados e defensores públicos. Os Defensores são acionados por presos, familiares e por entidades&nbsp; assistenciais que atuam na esfera penal, como a Pastoral Carcerária.</p>
<p>O autor revela que na maioria das vezes, a prisão temporária ao ser&nbsp; confirmada pelo juiz, quase automaticamente, converte-se em prisão provisória sem prazo&nbsp; definido. Nesta fase, após instaurado o inquérito, o acusado é encaminhado para um Centro de Detenção Provisória(CDP), gerido pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Rafael Godoi evidencia que nessa fase do circuito, o CDP é visto como sendo o espaço no sistema penitenciário que possibilita diversas negociações das mais variadas mercadorias políticas e que podem ser transacionadas.&nbsp;</p>
<p>Configurando-se a condenação, o acusado é transferido para o Centro de Progressão Penitenciária para cumprimento&nbsp; de pena. No CPP, a pena pode ser estabelecida para regime inicial semiaberto ou para uma penitenciária, quando é fechado, e o processo encaminhado a uma Vara de Execuções Criminais – em São Paulo,&nbsp; comumente chamada de VEC. O preso condenado continua tendo direito a um advogado de defesa para atuar em seu processo de execução penal; porém, nesta fase da sua trajetória, é o advogado da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (FUNAP) que geralmente atua. A FUNAP possui poucos advogados para a alta demanda dos presos, como consequência, os prazos processuais são desrespeitados ficando por anos parados.</p>
<p>Nas carceragens os presos comumente acionam os advogados ,através de bilhetes- as pipas, com “ajuda” dos Agentes de Segurança Penitenciários(ASPs). Desta maneira o vaso comunicante entre advogados e presos é facilitado pelos ASPs.&nbsp;&nbsp;</p>
<p>Aqui abro uma lacuna para explicar os “vasos comunicantes”. Os vasos comunicantes podem ser considerados toda forma, meio ou ocasião de contato&nbsp; entre o lado de dentro e o fora da prisão. São considerados&nbsp; vasos comunicantes as vias institucionalizadas, as vias da assistência religiosa, social ou judiciária; as previstas e&nbsp; reguladas pela legislação penal, além das vias informais e ilegais. Pelos vasos comunicantes ocorrem múltiplas negociações, determinações, poderes e disputas que operam a&nbsp; diferenciação do que entra e sai, dificultando ou facilitando acessos, registrando (ou não) as&nbsp; passagens e estabelecendo destinações, por isso o governo estadual realizou inúmeros&nbsp; investimentos para promover um maior controle sobre esse fluxo.&nbsp;&nbsp;</p>
<p>Fechada a explicação sobre os “vasos comunicantes” retomo a questão sobre “circuito” prisional.&nbsp;</p>
<p>Os presos na condição de provisórios não&nbsp; submetidos a julgamento aguardam na carceragem de delegacias, sob responsabilidade da&nbsp; Secretaria de Segurança Pública (SSP). As pesquisas de Rafael Godoi revelam que são nestas instituições as mais superlotadas e precárias do sistema e que oferecem piores condições de vida. Nelas, milhares de pessoas perdem meses presas esperando julgamento nas prisões brasileiras. Em maioria são inocentes, ou condenadas a penas mais leves e, não&nbsp; raramente, quando condenados, já cumpriram, se não totalmente, boa parte da pena. Aí também encontram-se os já condenados que esperam por muito tempo a transferência, o “bonde”, para uma penitenciária. Supostamente as penitenciárias&nbsp; sugerem condições um pouco melhores do que os CDPs,&nbsp; principalmente, pelas escolas, cursos e oficinas de trabalho que algumas disponibilizam, ainda que de forma precária.&nbsp;</p>
<p>Dentro do sistema penitenciário existem ainda os espaços alternativos para segmentos específicos de&nbsp; presos, são os Centros de Ressocialização (CRs) unidades menores, voltadas para&nbsp; presos considerados de baixa periculosidade e o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que vigora no Centro&nbsp; de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, destinados aos presos considerados problemáticos, indisciplinados, onde ficam&nbsp; isolados em celas individuais e não desempenham nenhuma atividade&nbsp; educativa ou profissional, ficam submetidos a rígidas restrições de visitação e comunicação. O CRP foi criado em reação à primeira megarrebelião do PCC e serviu de modelo&nbsp; para os presídios federais.</p>
<p>Vale abrir outro parêntese para explicar a distinção entre "presídio e penitenciária" que está relacionada ao tipo de pena que o acusado recebe. Nos presídios os réus possuem processos sem transitado e julgado e as penitenciárias abrigam presos já condenados pela justiça.&nbsp;</p>
<p>Por fim, no final do “circuito”, ao alcançar a liberdade seja via cumprimento&nbsp; integral da pena, livramento condicional ou progressão para regime aberto, no Estado de São&nbsp; Paulo, existem ainda outras unidades que fazem parte do sistema, são as Centrais de Atenção ao Egresso e Família (CAEFs). Somando-se ao sistema como um todo, esta fase também revela insuficiência da estrutura frente à demanda do fluxo penitenciário.&nbsp;</p>
<p>Ao sistema penitenciário paulista, não podemos esquecer que há também&nbsp; quatro unidades hospitalares, geridas pela Coordenadoria de Saúde (CS) da SAP.&nbsp;&nbsp;</p>
<p>Outros dados relacionados a população carcerária, modelos arquitetônicos e gestão prisional refletidos por Rafael Godoi enriquecem ainda mais a pesquisa sobre o sistema prisional.&nbsp;&nbsp;&nbsp;</p>
<p>Godoi demonstra que a população carcerária paulista, segundo o DEPEN (2014), em&nbsp; dezembro de 2012, das 195.695 pessoas encarceradas , 97,5% estão alocados nas dependências da Secretaria de Administração Penitenciária- SAP; sendo 93,5% homens. De acordo com o grau de escolaridade, apenas 9,6% têm o Ensino&nbsp; Médio completo e 1,1% chegou a cursar o Ensino Superior (completo ou não). Quanto à faixa etária, a população carcerária do estado de São Paulo é bastante&nbsp; jovem e em relação à cor, embora os&nbsp; dados sejam inconsistentes, como no caso da escolarização, a quantidade total de presos reportada&nbsp; por cor de pele/etnia são em maioria afrodescendentes.</p>
<p>Sobre a estrutura física, os modelos arquitetônicos seguem certos padrões utilizados pelo sistema&nbsp; carcerário paulista e que dispõe quanto à organização interna do espaço prisional. É na parte do raio da estrutura prisional que a&nbsp; maior parte da experiência do preso se desenvolve. Nele estão as celas, a quadra para o futebol&nbsp; e para o banho de sol, a barbearia, os tanques e varais para as roupas, aparelhos improvisados&nbsp; de musculação, etc. Quando o preso não está em trânsito está no raio, dentro&nbsp; ou fora da cela. Além do raio existem três outros espaços onde o preso cumpre sua pena. No castigo, no&nbsp; seguro ou na enfermaria. Entre o trânsito e o raio há as celas de Regime de Observação – ROs – onde os recém-chegados, depois de&nbsp; passarem pela inclusão e antes de serem integrados ao convívio, passam uma temporada confinados.&nbsp;</p>
<p>Já o modelo de gestão da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) é a estrutura organizacional piramidal cujo poder é delegado de cima para baixo e fortemente hierarquizado. Nesse tipo de gestão os principais cargos distribuídos entre os&nbsp; servidores públicos são de acordo com as relações de confiança, por nomeações pessoais. O governador&nbsp; nomeia o secretário; o secretário nomeia coordenadores regionais; os coordenadores regionais nomeiam os diretores gerais das unidades; os diretores&nbsp; gerais nomeiam diretores de segurança. A diretoria coordena o trabalho dos Agentes de Segurança Penitenciária (ASPs), dos Agentes de&nbsp; Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVPs) e dos funcionários técnicos e administrativos, divididos em diversos setores e funções, além dos presos que fazem a limpeza e manutenção cotidiana do espaço prisional. O quadro técnico demonstra insuficiência para atender a população carcerária de todo o estado, de modo que os&nbsp; serviços de saúde são complementados em instituições públicas do lado de fora das muralhas. São os psicólogos e assistentes sociais, dentre outras funções que desempenham, os responsáveis pela realização dos&nbsp; Exames Criminológicos, demandados por alguns juízes de execução, antes de decidirem sobre&nbsp; a concessão de um benefício.&nbsp;</p>
<p>Outro corpo de agentes estatais que se constitui como uma elite do funcionalismo penitenciário é o&nbsp; Grupo de Intervenção Rápida (GIR), criado no começo dos anos 2000 como “tropa de&nbsp; choque” dos agentes penitenciários.</p>
<p>Um outro corpo de agentes informais que o autor também aponta são as facções prisionais, que atuam dentro e fora do ambiente institucional. Estabelecem a “ética do proceder” tanto em relação ao condicionamento das práticas e políticas da administração penitenciária , quanto em relação à experiência que se desenvolve ao redor e através das prisões de São Paulo, demonstrando desta maneira que a prisão aparece não como fonte, mas como um dos componentes principais do circuito.</p>
===== ===== Subtítulo ===== Apreciação crítica =====
<p>A resenha sobre “Fluxos em Cadeia” buscou apresentar ,resumidamente, o “circuito” punitivo descritivo e analítico presente na pesquisa de Rafael Godoi relacionado ao funcionamento cotidiano das&nbsp; prisões, tanto pelo lado de dentro como pelo lado de fora, lugar onde ocorrem a múltiplas relações fora do muro prisional, desde a dinâmica da execução penal e o particular regime&nbsp; de processamento que organiza o fluxo de condenados pelos espaços de reclusão no estado de São Paulo. Fluxos em Cadeia demonstra como o sistema processual promove uma sequência de desdobramentos, conceituado pelo o autor como “deslocamentos” ,sobre o encarceramento em massa ,que envolvem a mobilização e articulação de uma variedade de agentes situados tanto dentro como fora da instituição, revelando assim, uma tessitura de relações conflituosas, além disso a obra denuncia um sistema falho que ,devido incapacidade diversas, impactam nas camadas populacionais&nbsp; marginalizadas.&nbsp;</p>
====== Referências: ======
<p>GODOI, R. Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. 2015,243 f.&nbsp; Tese (Doutorado) - Departamento de Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências&nbsp; Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Disponível em: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-05082015-161338/publico/2015_RafaelGodoi_VOrig.pdf</p>
<p>Mapa do sistema prisional, Penitenciárias (sap.sp.gov.br) , Secretaria da Administração Penitenciária (sap.sp.gov.br). Disponíveis em:&nbsp;</p>
<p>Secretaria da Administração Penitenciária (sap.sp.gov.br)</p>

Edição das 16h12min de 12 de outubro de 2021

GODOI, R. (2015). Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. 2015,243 f. Tese (Doutorado) - Departamento de Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências  Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. (Resenha)