Bloco Zona Mental
Zona Mental é um bloco carnavalesco da zona oeste carioca, composto por pacientes e profissionais da saúde mental do Rio de Janeiro. Além deles, também participam do bloco entusiastas da iniciativa, que tem como objetivo promover a reintegração social dos pacientes atendidos por meio da música e da arte.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de outras fontes[1][2]
Sobre[editar | editar código-fonte]
O Bloco Zona Mental é uma iniciativa que reúne usuários, familiares e profissionais da atenção psicossocial do subúrbio da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que abrange as áreas programáticas 5.1, 5.2 e 5.3 (de Deodoro a Santa Cruz), promovendo inclusão e conscientização sobre a saúde mental por meio do carnaval.
Fundado em 2015, o Bloco Zona Mental tem como presidentes Débora Rezende, jurada na última escolha de samba do Loucura Suburbana, e Rogéria Barbosa, artista plástica do Museu Bispo do Rosário, que também participou de uma das mesas do Seminário Memórias da Loucura 6. Sendo o mais jovem entre os Blocos de Saúde Mental do Rio, o Zona Mental cresce a cada edição, fortalecendo sua mensagem de inclusão e resistência.
O desfile tem início na Praça Guilherme da Silveira, em Bangu, e segue pelas ruas de Padre Miguel, promovendo uma grande celebração de empatia, respeito e luta. Diversos serviços da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) do município do Rio marcam presença no evento, reforçando a importância da saúde mental no carnaval. Em 2024, com o samba-enredo "Somos Resistência e Negra é Nossa Consciência", o bloco completou oito anos de história pelas ruas da Zona Oeste, evidenciando sua trajetória de crescimento e transformação, representada nas cores vermelho e branco, ao som vibrante do samba.[3]
Bandeira[editar | editar código-fonte]
Nas redes sociais, o grupo apresenta sua nova identidade visual. O vermelho foi escolhido por ser a cor que melhor simboliza a causa e a luta diária do bloco. Já a combinação de vermelho e branco representa de forma significativa as instituições do território, como o Bangu Atlético Clube, a Unidos de Bangu e a Unidos de Padre Miguel. Essa mudança vinha sendo considerada desde o carnaval de 2022, quando o bloco homenageou o craque banguense Marinho. O novo monograma mantém o tradicional "BZM", agora com um design mais arrojado e em formato circular.
Prêmio Nise da Silveira 2024[editar | editar código-fonte]
No dia 17 de junho de 2024, o plenário da Alerj se transformou em um espaço de celebração, marcado por música, cores e alegria, durante a entrega do Prêmio Nise da Silveira. A premiação reconhece projetos em todo o Estado que promovem ações voltadas ao atendimento, atenção e cuidado de pessoas em sofrimento mental.
A cerimônia foi organizada pela Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental e da Luta Antimanicomial, contando ainda com apresentações dos blocos Loucura Suburbana, Tá Pirando, Pirado, Pirou! e Zona Mental, que trouxeram o espírito carnavalesco para o evento.
Na mesa de honra, estiveram presentes a deputada Martha Rocha, representando a Comissão de Saúde da Alerj, a pesquisadora da Fiocruz Ariadna Patrícia Estevez Alvarez, integrante da comissão avaliadora, e Carlos Francisco dos Santos Menezes, usuário da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e um dos nomes de destaque na luta antimanicomial no estado do Rio de Janeiro.
Ao todo, oito pessoas e instituições de diferentes regiões do Estado foram premiadas. O Prêmio Nise da Silveira representa um compromisso fundamental do Legislativo com as diretrizes do SUS voltadas à saúde mental, especialmente com a Lei da Reforma Psiquiátrica. Além de valorizar iniciativas transformadoras, a premiação dá visibilidade às ações dos territórios, destacando o trabalho de profissionais, gestores e usuários engajados na promoção do cuidado em liberdade e na construção da cidadania.
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Em sua oitava edição desfilando pelas ruas da Zona Oeste, o Bloco Zona Mental destacou a resistência negra e as raízes culturais do povo brasileiro em seu samba-enredo de 2024. A apresentação retratou a trajetória e a herança cultural dos negros que chegaram ao Brasil nos navios tumbeiros, além de mostrar como a juventude atual mantém esse legado vivo por meio da música, da literatura e de diversas manifestações artísticas. Com o enredo "Somos Resistência e Negra é Nossa Consciência", o bloco deu início aos desfiles voltados à saúde mental no dia 2 de fevereiro, em Bangu.
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No dia 21 de fevereiro de 2025 o bloco desfilará na Praça Guilherme da Silveira, em Bangu, cujo enredo será “VEM SER CRIANÇA NO BLOCO ZONA MENTAL!”.
"Todas as pessoas já foram criança um dia, mas poucas se lembram disso". A frase de Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro "O Pequeno Principe", reflete a idéia de que a infância de uma pessoa tem um impacto profundo no seu desenvolvimento como adulto.
É nesse ritmo que o Bloco Zona Mental, que tem dentre seus parceiros serviços de saúde mental infanto-juvenil, vem dizer que "ser criança não é brinquedo, não". Crianças são sujeitos e tem direitos. Direito à saúde, educação e lazer. Direito à uma infância plena, livre de qualquer forma de violência. Criança não trabalha. Criança não namora.
Ser criança é acreditar que tudo é possível. É fazer amigos antes de saber o nome deles. É ser pequeno, mas ter um coração gigante. É o que a gente nunca deveria deixar de ser, porque pra entender o erê, tem que tá moleque. Ê guria, o teu mundo é agora. Ê menino, vem brincar de carnaval. Lugar de criança é na escola e no Bloco Zona Mental. Embarque com a gente nessa jornada, pra reunir a garotada e proteger seu amanhã!
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Bloco Loucos Pela Vida
- Carnaval de rua na Maré
- Bate-bolas e resistência do carnaval longe dos holofotes
- Unidos do Viradouro