Chacina da Praça Seca – 19 de maio de 2018
Um total de 2.800 militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 policiais civis, com apoio de blindados, aeronaves e equipamentos de engenharia foram mobilizados em sete comunidades na região da Praça Seca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 19 de maio de 2018. A operação resultou em sete pessoas mortas, 22 suspeitos presos, e três menores, apreendidos.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Este trabalho é uma parceria entre os grupos GENI/UFF, Radar Saúde Favela e CASA (IESP-UERJ) junto com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.
A operação[editar | editar código-fonte]
Antes do desfecho
As forças de segurança iniciaram uma operação nas comunidades do Bateau Mouche, Caixa D'Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (José Operário), Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas de pessoas e veículos.
Durante toda madrugada houve movimentação de militares e veículos das Forças Armadas em acessos de comunidades da região. A Polícia Militar bloqueou vias de acesso às comunidades e apoia as ações de estabilização dinâmica. A Polícia Civil realiza a checagem de antecedentes criminais e cumprirá mandados judiciais nas comunidades. Segundo o CML, as residências não serão invadidas ou violadas.
São utilizados 2.800 militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 policiais civis, com apoio de blindados, aeronaves e equipamentos de engenharia. Algumas vias na região poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.
O CML afirma que a operação vai beneficiar, direta e indiretamente, cerca de 150 mil moradores das áreas abrangidas pelas ações.
Foi morto pela polícia um dos criminosos que chefiavam o tráfico do Morro da Barão (São José Operário), na Praça Seca. Sérgio Luiz da Silva, conhecido como Da Rússia, foi baleado durante operação da polícia e das Forças Armadas na manhã no sábado (19).
Da Rússia estava foragido há aproximadamente dois anos, quando foi apontado como um dos responsáveis pelo estupro coletivo de uma menor de idade, em 2016.
Devido ao cerco nas comunidades da Praça Seca, a polícia informou que criminosos tentaram fugir por uma área de mata para o conjunto de favelas do Lins, na Zona Norte. Lá, no entanto, foram recebidos por policiais de unidades de Polícia Pacificadora que também atuavam no local.
Desfecho da operação
Por causa do deslocamento de criminosos entre as comunidades, a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá chegou a ser interditada ao trânsito. Além dessa troca de tiros, as polícias do RJ também tiveram confronto com criminosos da Cidade de Deus, na Zona Oeste.
Investigadores indicam que Da Rússia era o homem forte da guerra na Praça Seca e braço direito de Luiz Cláudia Machado, o Marreta.
Na ação deste sábado, ao menos outros sete suspeitos foram mortos em tiroteio com policiais. Ao todo, 22 suspeitos foram presos, e três menores, apreendidos. Também foram recolhidos pelos agentes cinco fuzis, duas granadas, drogas, celulares e radiotransmissores.
O porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Cinelli, informou que nenhuma das mortes ocorreu em confronto com homens do Exército.
Além do São José Operário, os agentes também atuaram nas comunidades Bateau Mouche, Caixa D'Água, Chacrinha, Mato Alto, Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca.
Atualmente, a região é considerada uma das mais violentas do Rio. Segundo o aplicativo Fogo Cruzado, foram registrados mais de 120 tiroteios na Praça Seca desde o início do ano. Os moradores da região sofrem com constantes confrontos entre traficantes e milicianos.
REFERÊNCIAS: Forças de Segurança fazem operação na Praça Seca
Notícias na Mídia[editar | editar código-fonte]
Em menos de 24 horas, três corpos são encontrados na Praça Seca
Polícia Civil realiza operação na Praça Seca, Zona Oeste do Rio
Forças Armadas fazem operação em área de conflito entre milicianos e traficantes no Rio