Linha do tempo das principais chacinas no Rio de Janeiro

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(Redirecionado de Chacinas no Rio de Janeiro)

O presente verbete procura sistematizar o histórico de violências perpetradas pelas chamadas "operações policiais" protagonizadas pelas forças de segurança nas favelas e periferias do Rio de Janeiro em que são relatadas execuções sumárias. A ideia de sistematizar os acontecimentos é de preservar a memória de momentos de severa violação dos direitos da população negra e moradora de favelas e periferias, como forma de reivindicar uma mudança nas políticas de segurança pública e denunciar sua intrínseca relação com diferentes ilegalismos. 

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Sobre[editar | editar código-fonte]

Etimologicamente, a palavra chacina significa o ato de esquartejar e salgar porcos. No Rio de Janeiro, historicamente o termo assume um sentido político entre moradores de favela, utilizado para classificar massacres, sobretudo de civis, que ultrapassam os já altos parâmetros de violência que caracterizam esses locais. Em geral, esses massacres são diretamente associados a grupos de extermínio, cuja atuação conta com a participação de agentes de segurança da ativa. Finalmente, uma terceira forma de definir as chacinas parte de uma perspectiva estatística e considera toda ação policial com três ou mais mortos civis enquanto tal.

A presença das chacinas no cotidiano da vida da população brasileira é um indicativo assustador da presença da violência de estado contra segmentos sociais específicos. No verbete "A chacina sem capuz e a estatização das mortes" pode-se compreender melhor a situação.

De acordo com o relatório Chacinas Policiais, produzido pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF), em 2022, no período de 2007 a 2021, foram realizadas 17.929 operações policiais em favelas na Região Metropolitana do Rio, das quais 593 terminaram em chacinas, com um total de 2.374 mortos. Isso representa 41% do total de óbitos em operações policiais no período.

No gráfico abaixo, podemos visualizar um pouco da escalada de chacinas no Estado nesse período, de acordo com o governante de cada época:

Chacinas no Rio de Janeiro (2007-2021).jpg
Autoria: Este trabalho é uma parceria entre os grupos GENI/UFF e CASA (IESP-UERJ) com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.

Principais chacinas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]

2003-04-16T13:00:00Z
1998-10-10T13:00:00Z
1993-07-23T13:00:00Z
1990-07-26T13:00:00Z
1993-08-29T13:00:00Z
1995-05-08T13:00:00Z
2017-11-11T00:00:00Z
2021-06-05T00:00:00Z
2019-08-02T00:00:00Z
2018-03-24T00:00:00Z
2018-08-20T00:00:00Z
2019-05-06T00:00:00Z
2008-08-04T00:00:00Z
2008-04-15T00:00:00Z
2010-02-11T00:00:00Z
2013-06-24T00:00:00Z
2021-11-21T00:00:00Z
2022-02-11T00:00:00Z
2007-06-06T00:00:00Z
2010-11-24T00:00:00Z
2011-06-23T00:00:00Z
2021-01-21T00:00:00Z
2007-09-03T00:00:00Z
2008-05-08T00:00:00Z
2017-09-15T00:00:00Z
2017-09-15T00:00:00Z
2018-05-19T00:00:00Z
2018-05-20T00:00:00Z
2010-03-11T00:00:00Z
2007-02-13T00:00:00Z
2007-08-23T00:00:00Z
2007-04-16T00:00:00Z
2022-02-03T00:00:00Z
2015-11-28T00:00:00Z
2003-12-05T00:00:00Z
2005-03-31T00:00:00Z
2007-04-17T00:00:00Z
2007-06-27T00:00:00Z
2007-11-25T00:00:00Z
2008-01-10T00:00:00Z
2008-01-30T00:00:00Z
2008-04-03T00:00:00Z
2009-06-11T00:00:00Z
2009-10-17T00:00:00Z
2016-11-19T00:00:00Z
2020-05-15T00:00:00Z
2020-10-15T00:00:00Z
2022-05-24T00:00:00Z
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Chacina de Acari - 26 de julho de 1990[editar | editar código-fonte]

A Chacina de Acari ocorreu em 26 de julho de 1990, quando 11 jovens, sendo 7 menores, da favela do Acari no Rio de Janeiro, foram retirados de um sítio em Suruí, bairro de Magé, onde passavam o dia, por um grupo que se identificava como sendo policiais. A história das mães dos garotos desaparecidos que buscam justiça foi contada no livro "Mães de Acari", do jornalista Carlos Nobre. O caso está na lista da Superinteressante (2015) de "5 crimes que chocaram o Brasil na década de 1990".

Chacina da Candelária - 23 de julho de 1993[editar | editar código-fonte]

A Chacina da Candelária, como ficou conhecido este episódio, foi uma chacina que ocorreu na noite de 23 de julho de 1993, próximo à Igreja da Candelária, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Neste crime, oito jovens foram assassinados. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015) e pela Superinteressante (2015) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.

Na noite de 23 de julho de 1993, pouco antes da meia-noite, dois Chevettes com placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária. Em seguida, os ocupantes atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Posteriormente, nas investigações, descobriu-se que os autores dos disparos eram milicianos. Como resultado, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Segundo estudos realizados por associações ligadas à organização Anistia Internacional, quarenta e quatro das setenta pessoas que dormiam nas ruas daquela região perderam a vida de forma violenta. Todas as vítimas eram pobres e negras.

Chacina de Vigário Geral - 29 de agosto de 1993[editar | editar código-fonte]

Chacina de Vigário Geral foi um massacre ocorrido na favela de Vigário Geral, localizada na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Ocorreu na madrugada do dia 29 de agosto de 1993, quando a favela foi invadida por um grupo de extermínio formado por cerca de 36 homens encapuzados e armados, que arrombaram casas e executaram vinte e um moradores. A chacina de Vigário Geral foi uma das maiores ocorridas no Estado do Rio de Janeiro. De 51 acusados, só um continua preso: o ex-PM Sirlei Alves Teixeira. O caso chegou a ser julgado na Organização dos Estados Americanos (OEA) como crime contra os direitos humanos.

Chacina de Nova Brasília - 18 de outubro de 1994[editar | editar código-fonte]

Em 18 de outubro de 1994, as polícias Civil e Militar do Rio realizaram uma incursão na favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, com auxílio de helicóptero. Na ação, 13 jovens foram executados. De acordo com as denúncias formuladas, três mulheres, duas delas adolescentes na época, teriam sido torturadas e violentadas sexualmente. A primeira Chacina de Nova Brasília aconteceu no dia 18 de outubro de 1994 e, juntamente com a segunda Chacina de Nova Brasília, ocorrida em 1995, culminaram na primeira condenação do Estado Brasileiro na OEA. Somadas, as duas chacinas causaram a morte de 26 pessoas.

Chacina de Nova Brasília - 8 de maio de 1995[editar | editar código-fonte]

Em 08 de maio de 1995, as polícias Civil e Militar do Rio realizaram uma nova incursão na favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, com auxílio de helicópteros. A ação culmina na morte de 13 jovens, repetindo o marco realizado em outubro do ano anterior. A segunda Chacina de Nova Brasília aconteceu no dia 08 de maio de 1995, resultando na morte de 13 jovens da favela.

Chacina do Maracanã - 10 de outubro de 1998[editar | editar código-fonte]

No dia 10 de outubro de 1998, por volta das 3h da madrugada, quatro jovens foram executados com 47 tiros, na região da Tijuca (Zona Norte do Rio de Janeiro, por volta das três horas da manhã. A história começa com um grupo de amigos – Willian, Ana Paula, Carlos André e Thalita – saindo para um clube em São Cristóvão – Casa de Show Malagueta (Instituto Carioca de Cultura). Ao fim da noite, retornando para casa, o grupo discute com os seguranças da casa de show e tem seu carro perseguido por eles, que disparam 47 tiros contra seu carro, no cruzamento da Avenida Maracanã com a Rua São Francisco Xavier. O caso ficou conhecido como Chacina do Maracanã e apesar da repercussão, os PMs indicados não foram presos e o caso sequer contou com perícia.

Chacina do Borel - 16 de abril de 2003[editar | editar código-fonte]

Em 16 de abril de 2003, quatro jovens foram executados à queima roupa por policiais do 6º Batalhão da Polícia Militar na favela do Borel, zona norte do Rio de Janeiro. Os policiais alegaram legítima defesa e o caso foi registrado inicialmente como “auto de resistência”. Testemunhas, familiares das vítimas, e evidências forenses indicavam que se tratavam de execuções extrajudiciais. As investigações concluíram que os quatro jovens foram executados, que os policiais não agiram em legítima defesa e identificou os policiais responsáveis. No entanto, quinze anos depois, ninguém foi responsabilizado. . A Chacina do Borel ganhou repercussão internacional.

Chacina da Via Show - 05 de dezembro de 2003[editar | editar código-fonte]

No dia 05 de dezembro de 2003, Geraldo Sant’ Anna de Azevedo Junior (21 anos), Bruno Muniz Paulino (20 anos), Rafael Paulino (18 anos) e Renan Medina Paulino (13 anos) saíram de casa com destino a um show na casa noturna “Via Show”, localizada na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Rafael e Renan eram irmãos, Bruno era primo e Geraldo era amigo de todos eles. A última vez que foram vistos, pelo seu amigo Wallace Lima, foi no interior da casa de shows, por volta das 5h da manhã. Depois disso, as famílias e amigos começaram a se desesperar, pois nenhum dos jovens retornou para suas casas, até que no dia 09 de dezembro de 2003 os corpos foram encontrados por uma denúncia anônima, com marcas de tortura e tiros de fuzil nas cabeça.

Chacina da Baixada Fluminense, 31 de março de 2005[editar | editar código-fonte]

Em 31 de março de 2005, 30 pessoas foram baleadas em diversos pontos da Baixada Fluminense. Apenas uma sobreviveu. Escolhidas de modo aleatório, elas foram executadas de surpresa, sem chance de defesa. Os tiros foram certeiros. Dos corpos das vítimas foram retiradas balas de pistolas de uso exclusivo das polícias Civil e Militar. Segundo avaliação do então chefe de Polícia Civil, os criminosos tiveram o cuidado de recolher as cápsulas e os estojos das balas para não deixar pistas. 

A chacina, conhecida como Chacina da Baixada, envolveu os bairros de Moquetá, Posse, Cerâmica e Rua da Gama (em Nova Iguaçu), e os bairros Fanchen, Centro, Morro do Cruzeiro e Praça da Bíblia (em Queimados). Os crimes foram cometidos com o objetivo de demonstrar a força de um grupo de policiais em Nova Iguaçu e Queimados. Tudo leva a crer que a ação representou uma retaliação à prisão de nove policiais militares do 15° Batalhão da Polícia Militar (Duque de Caxias), insatisfeitos com o novo comandante do Batalhão, que vinha combatendo desvios de conduta e práticas de corrupção.

Chacina do Complexo do Alemão - 13 de fevereiro de 2007[editar | editar código-fonte]

Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, realizada do dia 13 de fevereiro de 2007, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, deixou seis mortos, segundo o último balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública. Quatro pessoas, segundo a polícia, seriam traficantes e duas seriam moradores da região.

Chacina na Favela do Rebu - 16 de abril de 2007[editar | editar código-fonte]

Em abril de 2007, a Polícia Militar (PM) promoveu uma chacina na Favela do Rebu, em Senador Camará, Rio de Janeiro. Na troca de tiros, a operação resultou em seis pessoas mortas.

Chacina da Mineira - 17 de abril de 2007[editar | editar código-fonte]

A Chacina da Mineira aconteceu em 17 de abril de 2007 no Morro da Mineira (Catumbi), zona norte do Rio de Janeiro, provocado por um confronto armado entre grupos rivais e a Polícia Militar. O episódio resultou na morte de 13 pessoas.

Moradores da região acordaram com o som do intenso tiroteio que causou pânico nos arredores do cemitério do Catumbi, onde as pessoas que chegavam para o trabalho ficaram esperando a trégua do tráfico. O confronto foi provocado por integrantes do grupo de criminosos do Comando Vermelho (CV), dos morros da Mangueira e Alemão, que teriam tentado invadir a Mineira, controlada pelo grupo rival Amigo dos Amigos (ADA).

Chacina do Jacarezinho - 06 de junho de 2007[editar | editar código-fonte]

Em junho de 2007, o Jacarezinho na Zona Norte do Rio de Janeiro foi palco de uma chacina realizada por policiais da Polinter, donde uma operação resultou em oito pessoas mortas.

Chacina do Pan-Americano - 27 de junho de 2007[editar | editar código-fonte]

No dia 27 de junho de 2007, no Rio de Janeiro, uma operação policial ocorreu nas favelas que compõem o Complexo do Alemão. Os números oficiais apontaram 19 pessoas mortas no conflito, das quais pelo menos nove não tinham antecedentes criminais.

Cada morto recebeu uma média de quatro tiros, e o terror que assolava a população desde o início do cerco policial, em 2 de maio, se tornara insuportável neste dia. Para a operação, foram mobilizados 1.350 policiais civis e militares, três caveirões, um helicóptero, nove franco-atiradores e 150 soldados da Força Nacional. A ação policial começou às 9 horas da manhã, horário de intensa movimentação nas ruas que compõem as favelas do complexo. Na que foi chamada Operação Cerco Amplo, os policiais ocuparam vielas e invadiram casas armados com pistolas e metralhadoras.

Os mortos foram, em sua maioria, jovens entre 15 e 24 anos. Trinta e dois tiros foram disparados pelas costas, e segundo laudos médicos, os tiros na parte superior do corpo foram feitos em ângulo de 45 graus – indicando que as vítimas estavam sentadas ou ajoelhadas.

Chacina na Favela do Muquiço - 23 de agosto de 2007[editar | editar código-fonte]

A Chacina na Favela do Muquiço ocorreu em agosto de 2007 na favela do Muquiço, em Guadalupe, durante uma operação policial promovida pela Policia Militar, ocasionando 6 pessoas mortas.

Chacina de Realengo - 03 de setembro de 2007[editar | editar código-fonte]

Sete homens foram mortos nesta segunda-feira durante confrontos entre policiais civis e traficantes na favela do Fumacê, em Realengo, Zona Oeste do Rio. Cerca de cem policiais civis fizeram uma operação na favela, comandada pelos agentes da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), para reprimir o tráfico de entorpecentes e prender traficantes.

Chacina da Lagartixa e Pedreira - 11 de outubro de 2007[editar | editar código-fonte]

No dia 11 de novembro de 2021, a Polícia Militar (PM) promoveu uma chacina nos morros da Lagartixa e da Pedreira, em Costa Barros, Rio de Janeiro. Com o objetivo de prender os traficantes conhecidos como Babi e Foquinha, a operação resultou em 4 pessoas mortas.

Chacina do Jardim América - 25 de novembro de 2007[editar | editar código-fonte]

Chacina do Jardim América foi uma operação realizada pela Polícia Militar com o intuito de combater o tráfico (PM) em 25 de novembro de 2007 no qual 5 pessoas foram assassinadas.

Chacina do Jacarezinho - 10 de janeiro de 2008[editar | editar código-fonte]

Chacina do Jacarezinho foi episódio violento ocorrido em 10 de janeiro de 2008 promovido pela Polícia Militar (PM) que resultou na morte seis pessoas.

Chacina do Jacarezinho - 30 de janeiro de 2008[editar | editar código-fonte]

Chacina do Jacarezinho é um dos eventos violentos ocorrido na zona norte do Rio de Janeiro, promovido por policiais de delegacias especializadas e que resultou na morte de seis vítimas. O Objetivo da ação foi para combater o roubo de carros, motos e cargas

Chacina do Senador Camará - 3 de abril de 2008[editar | editar código-fonte]

Chacina do Senador Camará é uma operação ocorrida em 3 de abril de 2008 nas favelas da Coreia e Vila Aliança promovida pela Polícia Civil e que vitimou 10 pessoas. De acordo com o chefe da polícia civil, operação foi feita para coibir tráfico de drogas. Segundo Hospital Albert Schweitzer, para onde as vítimas foram levadas, seriam 11 vítimas.

Chacina da Vila Cruzeiro - 15 de abril de 2008[editar | editar código-fonte]

Em abril de 2008 a Vila Cruzeiro, subúrbio do Rio de Janeiro, foi palco de uma chacina, que viria a se somar a outras nos anos seguintes. A operação realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE), o Batalhão de Choque e 16º Batalhão da Polícia Militar de Olaria resultou, segundo a PM, em quatorze pessoas suspeitas presas, todas escondidas em um depósito na entrada da favela. Durante o tiroteio entre traficantes e policiais, seis pessoas ficaram feridas. Todas, segundo informações do Hospital Getúlio Vargas, para onde foram levadas, não teriam nenhuma ligação com o tráfico de drogas. Além disso, nove pessoas foram mortas. Os policiais informaram que o armamento usado pelos traficantes foi apreendido, assim como drogas.

Chacina de Campo Grande - 19 de agosto de 2008[editar | editar código-fonte]

Integrantes da milícia - grupo paramilitar que vende suposta segurança - teriam assassinado sete pessoas na noite de 19 de agosto de 2008, na Favela do Barbante, Zona Oeste do Rio.

As testemunhas contaram que o grupo chegou à Favela do Barbante na tarde da terça-feira passada, por volta das 17h30m, em um caminhão-baú, para retirar do local máquinas de caça-níqueis, com medo de uma invasão de traficantes. O caminhão teria sido abandonado no alto de um morro em Cosmos, próximo ao cemitério clandestino utilizado pelos milicianos. De posse das informações, policiais foram ontem à tarde ao local apontado pelas testemunhas, mas não encontraram nem o caminhão nem o cemitério clandestino da milícia.

Chacina da Lagoinha - 4 de agosto de 2008[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2008, uma operação da Policia Civil na Favela da Lagoinha em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense transformou-se em uma chacina. Com o objetivo de investigar um carregamento de cerveja roubado a operação resultou em 10 mortos, 5 pessoas feridas (4 civis e 1 policial) e 5 pessoas presas.

Cerca de 300 moradores protestaram contra a operação policial na Avenida Manoel Lucas em frente ao Hospital que estavam as vítimas. Após tentarem entrar na unidade, segundo relato do secretário municipal de Saúde de Caxias, Oscar Berro, foram expulsos e o protesto reprimido com gás de pimenta pelos policiais.

Chacina da Maré - 11 de junho de 2009[editar | editar código-fonte]

Dois policiais militares e cinco supostos bandidos foram mortos durante uma intensa troca de tiros ocorrida na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, em 11 de junho de 2009. Policiais do 16º BPM (Olaria) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) deram apoio à operação.

Chacina do Morro dos Macacos - 17 de outubro de 2009[editar | editar código-fonte]

No dia 17 de outubro de 2009, facções tentaram invadir o Morro dos Macacos, na Zona Norte da cidade. A troca de tiros na comunidade já havia provocado quatro mortes quando a Polícia Militar foi acionada para conter a guerra entre os traficantes. No entanto, um helicóptero usado pela PM foi alvejado por tiros e explodiu ao tentar fazer um pouso forçado. Na queda do helicóptero, dois policiais morreram. Dois dias depois, um terceiro PM que estava na aeronave também morreu.

Chacina do Jacarezinho - 11 de fevereiro de 2010[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 2010, o Jacarezinho na Zona Norte do Rio de Janeiro foi palco de uma chacina realizada pela Polícia Militar, donde uma operação resultou em nove pessoas mortas, incluindo um policial militar e cinco pessoas detidas.

Segundo o comandante do 3º BPM (Méier), coronel Álvaro Moura, os suspeitos planejavam fazer um arrastão na Avenida Dom Hélder Câmara, via próxima ao Jacarezinho. Quando os policiais do batalhão receberam por meio do Disque-Denúncia a informação do plano de assalto dos criminosos, seguiram até a Favela do Jacarezinho e houve intensa troca de tiros.

A ação deixou o policial Adriano Ferreira da Silva e oito suspeitos mortos. Um homem baleado, apontado pela polícia como traficante, morreu no Hospital Salgado Filho, no Méier, também no subúrbio.

Chacina da Rocinha - 11 de março de 2010[editar | editar código-fonte]

Operação da Polícia Civil na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, deixou ao menos 7 mortos, informou a polícia em 11 de março de 2010.

Chacina do Parque Floresta - 24 de novembro de 2010[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 2010, a comunidade Parque Floresta, no bairro Santa Marta, em Belford Roxo foi palco de uma chacina realizada pela Polícia Militar, donde uma operação resultou em oito pessoas mortas e duas pessoas detidas.

Chacina do Morro do Engenho - 23 de junho de 2011[editar | editar código-fonte]

Em junho de 2011, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) promoveu uma chacina no Morro do Engenho, no bairro do Engenho da Rainha, no subúrbio do Rio de Janeiro. Com o objetivo de checar denúncias de tráfico de drogas, a operação resultou em oito pessoas mortas.

Chacina da Nova Holanda - 24 de junho de 2013[editar | editar código-fonte]

A noite de 24 e a madrugada de 25 de junho de 2013 ficarão assinaladas na memória dos moradores da Maré e da cidade do Rio de Janeiro pela tristeza.  Durante uma operação do Bope, dez pessoas foram mortas em um episódio que deu visibilidade à violência que na época caracterizava os conflitos entre os grupos criminosos armados e as polícias. Marcado pela dor e perda de vidas como tantos outros, o evento foi, no entanto, singular pela forma como a população local se mobilizou para impedir uma tragédia maior e garantir alguma repercussão dos eventos ocorridos. O episódio também foi peculiar pela forma – claramente, em consequência da mobilização dos moradores – como se iniciaram as investigações realizadas pela Polícia Civil, através da Divisão de Homicídios, DH.

Chacina de Costa Barros - 28 de novembro de 2015[editar | editar código-fonte]

A Chacina de Costa Barros foi realizada em 28 de novembro de 2015, onde cinco jovens foram assassinados por policiais militares no bairro de Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro com 111 tiros. Quatro policiais foram acusados pelo crime e presos desde agosto de 2016. Foram a Júri Popular e três acabaram condenados a 52 anos de prisão.

Chacina da Cidade de Deus - 19 de novembro de 2016[editar | editar código-fonte]

Chacina da Cidade de Deus aconteceu em 19 de novembro de 2016 provocada por uma ação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar. O episódio resultou na morte de 11 pessoas.

A chacina teve início na noite daquele dia, na Gardênia Azul, bairro vizinho à Cidade de Deus, numa disputa de territórios entre milicianos e traficantes. A Polícia Militar interveio e estendeu a ação para a Cidade de Deus, concentrando abordagens na região conhecida como Caratê.

Chacina do Morro do Juramento – 15 de setembro de 2017[editar | editar código-fonte]

Uma intensa troca de tiros entre traficantes de facções rivais deixou pelo menos seis pessoas mortas no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho (zona norte do Rio) entre os dias 15 e 16 de setembro de 2017.

Chacina do Salgueiro - 11 de novembro de 2017[editar | editar código-fonte]

O que deveria ser um dia comum, ficou marcado na memória dos moradores da Comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, no dia 11 de novembro de 2017. Uma incursão orquestrada pela Polícia Civil e Exército, terminou com 8 pessoas assassinadas e 1 pessoa gravemente ferida. A chacina ocorreu durante um baile funk que acontecia no Complexo do Salgueiro (Região metropolitana do Rio de Janeiro), na Estrada das Palmeiras. Na sequência dos assassinatos, vieram à tona relatos de testemunhas e sobreviventes que indicavam um possível envolvimento de forças especiais do Exército nas mortes. Todos coincidiram em dizer que os tiros haviam partido da mata, onde homens com capacetes pretos e armas com mira a laser se escondiam. Dois inquéritos foram então abertos, um pelo Ministério Público do Estado do Rio e outro pelo Militar, para apurar o ocorrido.

Chacina do Caju – 25 de novembro de 2017[editar | editar código-fonte]

Sete pessoas morreram e 14 fuzis foram apreendidos durante ação da Polícia Militar no Caju, favela localizada na região portuária do Rio. A operação foi realizada na madrugada dia (25), pelo Batalhão de Choque da PM e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju.

Chacina da Rocinha - 24 de março de 2018[editar | editar código-fonte]

Na manhã de sábado em 24 de março de 2018, policiais militares do Batalhão de Choque realizaram mais uma chacina na Rocinha, zona sul do Rio. Foram oito pessoas assassinadas, a maioria com tiros nas costas. Diferente do que tem sido divulgado pela corporação, áudios vazados e postagens em redes sociais revelam que o massacre foi premeditado. Fotos divulgadas sugerem execuções. Moradores denunciam que os agentes entraram na favela por volta das 6 horas da manhã, atirando e gritando “quem manda aqui é a polícia!”.

Chacina da Praça Seca – 19 de maio de 2018[editar | editar código-fonte]

Um total de 2.800 militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 policiais civis, com apoio de blindados, aeronaves e equipamentos de engenharia foram mobilizados em sete comunidades na região da Praça Seca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 19 de maio de 2018. A operação resultou em sete pessoas mortas, 22 suspeitos presos, e três menores, apreendidos.

Chacina da Maré - 20 de junho de 2018[editar | editar código-fonte]

Um adolescente foi baleado nesta quarta-feira (20) durante uma operação da Polícia Civil no conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro e morreu horas depois, já no hospital. Outros seis homens foram feridos em uma troca de tiros com policiais e morreram.

Chacina da Penha - 20 de agosto de 2018[editar | editar código-fonte]

Pelo menos oito pessoas foram mortas na manhã da segunda-feira de 20 de agosto de 2018, em uma operação das Forças Armadas no complexo de favelas da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Durante a ação foram utilizados blindados, mais de quatro mil homens das Forças Armadas e 70 policiais civis foram mobilizados.

Chacina do Fallet-Fogueteiro - 08 de fevereiro de 2019[editar | editar código-fonte]

No dia 08 de fevereiro de 2019, 13 jovens foram assassinados no Morro do Fallet-Fogueteiro, na região de Santa Teresa (Centro – Rio de Janeiro). As mortes foram operadas pelo BOPE e pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, durante uma operação no morro. Pelo menos 10 dos 15 mortos foram assassinados dentro da casa de uma moradora da região, com marcas de perfuração por faca em regiões do corpo como pulmões e coração. A perícia na região indicou a execução de pessoas que já estavam rendidos. Os policiais envolvidos na operação foram ouvidos na Delegacia de Homicídios do Rio e suas armas foram retiradas e encaminhadas à perícia. Essa foi a operação policial com maior número de mortos desde 2005.

Chacina da Maré - 06 de maio de 2019[editar | editar código-fonte]

Na manhã do dia 6 de maio de 2019, moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, mais uma vez viveram momentos de terror durante operação das tropas do governador Witzel, declarado inimigo do povo. A ação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, começou no início da manhã e só terminou no final da tarde. Por horas, moradores rastejaram para se abrigar dos tiros disparados de veículos blindados e, principalmente, dos helicópteros da polícia, que deixaram marcas nas paredes e nos telhados das casas e nas memórias do povo que saía de casa para trabalhar e estudar. Ao menos oito pessoas foram mortas.

Chacina do Complexo do Alemão - 15 de maio de 2020[editar | editar código-fonte]

Chacina do Complexo do Alemão aconteceu em 15 de maio de 2020 realizada pelo Operações Policiais Especiais (BOPE) e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A ação culminou na morte de 12 vítimas.

A ação tinha o objetivo de localizar um paiol de armas, munições e drogas do tráfico de drogas na comunidade e começou, por volta das 5h, com homens da tropa de elite do Bope indo até uma parte alta da comunidade conhecida como Alvorada em dois carros blindados da corporação.

Chacina do Itaguaí - 15 de outubro de 2020[editar | editar código-fonte]

Chacina do Itaguaí aconteceu em 15 de outubro de 2020 provocado por um confronto entre Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e milicianos. O episódio resultou na morte de 12 pessoas.

O confronto ocorreu a partir de ação realizada em conjunto entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, resultou na morte de 12 pessoas em Itaguaí, na Baixada Fluminense. De acordo com a polícia, todas as vítimas eram integrantes da milícia e portavam fuzis, metralhadoras e pistolas.

Chacina do Parque Roseiral - 12 de janeiro de 2021[editar | editar código-fonte]

Oito corpos foram encontrados abandonados em áreas públicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no dia 12 de janeiro de 2021.

No dia anterior, 11 de janeiro de 2021, a Polícia Militar havia realizado uma operação policial com arsenal de guerra civil. Foi a primeira vez que a região teve contato com algo deste porte. Tratou-se de uma megaoperação que contava com vários blindados, caveirões, uma grande quantidade de policiais, a participação de diversos grupos táticos, como o BOPE, BAC e Choque. A Polícia Civil investiga o caso e não sabe se há ligação entre a operação e a existência dos cadáveres.

Chacina do Jacarezinho - 06 de maio de 2021[editar | editar código-fonte]

O dia 06 de maio de 2021 amanheceu na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, com a mais brutal chacina da história do Rio de Janeiro. Durante horas, uma megaoperação levou o horror e a morte para as famílias do local, tendo executado mais de 40 pessoas e ferido tantas outras. Sem contar nas denúncias dos moradores de outras violações de direito, como as invasões nas casas dos moradores, agressões, abusos de poder e execuções sumárias. Diversas organizações da sociedade civil, com destaque aos movimentos de favela e de defensores de direitos humanos, têm realizado as denúncias e cobranças para que o caso seja apurado e as pessoas responsáveis sejam identificadas. Cabe destacar que a chacina ocorre durante a pandemia do coronavírus, com uma ação (ADPF 635) julgada pelo Supremo Tribunal Federal, que determinou que as operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro, enquanto durar a pandemia de Covid-19, fossem restritas. Nem mesmo a pandemia ou a determinação do STF foram suficientes para barrar a chacina feita pela Polícia Civil. Os detalhes ainda estão sendo apurados.  

Chacina do Salgueiro - 21 de novembro de 2021[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 2021, a Polícia Militar (PM) promoveu uma chacina no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Com o objetivo de prender o assassino de um sargento da PM, a operação resultou em 9 pessoas mortas.

Chacina do Parque Floresta - 3 de fevereiro de 2022[editar | editar código-fonte]

No dia 03 de fevereiro de 2022, a Polícia Militar (PM) promoveu uma chacina na comunidade Parque Floresta, em Belford Roxo, Rio de Janeiro. Com o objetivo de "coibir ações criminosas" e intervir em uma disputa de grupos criminosos na região, a operação resultou em sete pessoas mortas, sete presas e três feridas.

Chacina da Vila Cruzeiro - 11 de fevereiro de 2022[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 2022 a Vila Cruzeiro, na Penha, na Zona Norte do Rio foi palco de uma chacina: Uma operação conjunta da Polícia Militar, Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou em nove pessoas mortas.

Chacina da Vila Cruzeiro - 24 de maio de 2022[editar | editar código-fonte]

No dia 24 de maio de 2022, após completar-se 1 ano da maior chacina policial do Rio de Janeiro, a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte da cidade, amanheceu cheia de sangue. O número de mortos já chega a 25. Com isso, essa chacina já é considerada a segunda mais letal em apenas um ano de gestão do governador Cláudio Castro (PL), ficando atrás da ação na favela do Jacarezinho, com 28 óbitos. Até o momento, Quatro pessoas feridas seguem hospitalizadas, sendo duas em estado grave.

Gabrielle Ferreira da Cunha, uma das vítimas foi atingida por um tiro em sua casa, na Chatuba, favela vizinha à Vila Cruzeiro. Natan Werneck, 21, também foi baleado em meio à operação —ele chegou a pedir socorro por telefone após ser ferido, mas só foi resgatado seis horas depois, segundo advogados que chegaram a levá-lo a um hospital. Ele morreu a caminho da unidade. O ouvidor da Defensoria Pública do RJ, Guilherme Pimentel, criticou a operação, dizendo que ações do gênero "jamais seriam toleradas em bairros nobres". No mesmo dia, o MPF (Ministério Público Federal) abriu um procedimento investigatório criminal para apurar condutas e possíveis violações cometidas por policiais na ação na Vila Cruzeiro.

Ver também[editar | editar código-fonte]