GENI (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos - UFF)
O Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI) da Universidade Federal Fluminense (UFF) é uma instituição de pesquisa que se concentra em estudar diversas formas de violência e conflitos sociais. Com uma abordagem multidisciplinar, o GENI busca contribuir para o debate público e as decisões políticas fundamentadas em dados e evidências científicas.
Autoria: Thaís Cruz
O Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) é um grupo de pesquisa registrado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq e especializado em temas associados às diferentes formas de violências e os conflitos sociais. O GENI-UFF está sediado na Universidade Federal Fluminense, cuja centralidade na formação de recursos humanos é reconhecida em nível nacional e internacional. Neste espaço tão rico de formação e pesquisa na área, o GENI-UFF vem desenvolvendo projetos de pesquisa que envolvem discentes e docentes provenientes dessa rede institucional da UFF. Também é fundamental para o GENI-UFF a participação em redes interinstitucionais com outros grupos de pesquisa sediados em diferentes universidades brasileiras. As parcerias que o GENI-UFF desenvolve com diferentes organizações da sociedade civil são fundamentais para nossa existência, dado que a atuação coletiva do grupo é voltada para a incidência no debate público.
Objetivo[editar | editar código-fonte]
O grupo prioriza redes de pesquisa e atuação que envolvam diferentes grupos de pesquisadores para produzir estudos que ajudem a sustentar o debate público e a tomada de decisões políticas baseadas em dados e evidências científicas. Os pesquisadores do GENI-UFF atuam simultaneamente em diversas linhas de pesquisa: os chamados mercados informais e ilegais e suas formas de controle sociais; os coletivos criminais, suas relações com as práticas de poder, disputas e territorialidades; políticas de segurança pública e o governo da violência e do crime; prisão e encarceramento. Os ilegalismos, transversais a todos esses temas, pontuam os jogos de poder e as disputas travadas nos limiares da legalidade e ilegalidade, sendo perspectiva analitica partilhada entre os pesquisadores do grupo.
Coordenadores e pesquisadores[editar | editar código-fonte]
O GENI-UFF tem como coordenadores os professores Daniel Veloso Hirata (Mestre e Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo), Carolina Christoph Grillo (Doutora em Ciências Humanas (Antropologia Cultural) pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Diogo Lyra (Mestre e Doutor em Sociologia pelo IUPERJ – Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) e Renato Dirk (Cientista social pela UFF e mestre em Estudos Populacionais e Pesquisa Social pela ENCE/IBGE). Os pesquisadores que compõe o grupo são: Julia Sampaio, Rodrigo Ribeiro, Roberta Canheo, Ionara Fernandes, Mariana dos Santos Vianna e Fernanda de Gobbi. Também fazem parte os pesquisadores associados: Antonio Carlos Rafael Barbosa (Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/Museu Nacional), Bruno Cardoso (Mestre e Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA/UFRJ)), Fernando Rabossi (mestrado em Migrações Internacionais e Relações Étnicas pela Universidade de Estocolmo (1999) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Michel Misse (Mestre e Doutor em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ/SBI/UCAM).
Parceiros[editar | editar código-fonte]
NECVU, NUCEC, DEFENSORIA, PISTA NEWS, FOGO CRUZADO, REDES DA MARÉ, OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, NÚCLEO DE ESTUDOS DA VIOLÊNCIA (NEV/USP), REDE FLUMINENSE DE PESQUISAS SOBRE VIOLÊNCIA SEGURANÇA PÚBLICA E DIREITOS HUMANOS
Relatórios presentes no Dicionário de Favelas[editar | editar código-fonte]
- Impactos da ADPF 635 na defesa da vida (relatório)
- A expansão das milícias no Rio de Janeiro (pesquisa)
- Mapa dos grupos armados do Rio de Janeiro
- Políticas de controle do crime e da violência no governo Bolsonaro (relatório)
- Expansão das milícias no Rio de Janeiro (relatório)
- Chacinas policiais (relatório)
- A chacina sem capuz e a estatização das mortes (artigo)
Algumas pesquisas[editar | editar código-fonte]
Roubos, proteção patrimonial e letalidade no Rio de Janeiro
Descrição:
Contribuir para a defesa dos direitos humanos em geral e do direito à vida em particular por meio da crítica às políticas de segurança pública no Rio de Janeiro: esclarecer e qualificar as relações entre as práticas de execuções extrajudiciais e o direcionamento do uso da força em operações policiais e militares para a proteção patrimonial em detrimento da defesa da vida.
O Governo dos ambulantes na cidade do Rio de Janeiro e suas circulações
Descrição:
A proposta é dar continuidades a uma série de reflexões sobre os processos de permanente construção das formas de regulação dos mercados populares, chamados de ilegais, informais ou ilícitos. De forma mais específica, a pesquisa procura descrever os processos que garantem a produção, circulação e apropriação da riqueza circulante associada aos circuitos da venda na rua, feito pelos chamados camelôs. A pergunta, prospecção conjuntural de um momento em que os mercados populares se ampliam cada vez mais e, portanto, passam a ser vistos como elemento central do uso comercial do espaço do centro da cidade do Rio de Janeiro, ou seja, no momento em que eles são disputados de forma intensa, seria: como esses mercados são governados? Quais são as linhas de força dos coletivos (estatais ou não estatais) que disputam e negociam a sua participação nesses mercados? De que maneira, através de quais mediadores sócio-técnicos, a condução desses mercados vem sendo realizada? Ou seja, quais são as formas de regulação da riqueza do comércio popular que atravessa o espaço urbano do Rio de Janeiro?
A expansão das milícias no Rio de Janeiro: uso da força estatal, mercado imobiliário e grupos armados
Descrição:
O presente projeto parte da constatação de que o poder armado das chamadas milícias vem se expandindo na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana, ao longo das últimas duas décadas. Tal expansão tem contribuído para alterar a configuração dos conflitos entre grupos armados territoriais no Rio de Janeiro, que se tornaram ainda mais complexos, caracterizando um quadro volátil, não completamente estabilizado. Se, antes, a questão criminal carioca e fluminense estava centrada nas disputas territoriais entre “comandos” ou “facções” do tráfico de drogas e os tiroteios entre esses grupos de traficantes e a polícia, hoje o fenômeno das milícias parece ter crescido em importância. Estes grupos armados se envolvem também em disputas territoriais e controlam territórios cada vez mais extensos, onde controlam ilegalmente ou cobram taxas extorsivas sobre os mercados de serviços essenciais como água, luz, gás, TV a cabo, transporte e segurança, além do mercado imobiliário. Para a compreensão da expansão das milícias, o projeto tem como objetivo entender as bases econômicas e políticas desse fenômeno no Rio de Janeiro. Tomando como referência o período de 2005-2020, de notável fortalecimento das milícias e de alcance dos dados que iremos levantar. Buscaremos testar a hipótese de que, em comparação com os outros grupos armados do Rio de Janeiro, as milícias estão presentes em territórios onde a valorização imobiliária foi muito grande e o enfrentamento bélico com as forças estatais bastante reduzido.
Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, 2022.[editar | editar código-fonte]
A cada 5 km² da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 1 km² é controlado por algum grupo armado. Só a milícia é responsável pela metade das regiões dominadas pelo crime, seguida pelo Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA). Mas isso não é de hoje: há mais de 4 décadas o Rio de Janeiro sofre as consequências da falta de planejamento de segurança pública para conter os danos dessa disputa territorial. Arraste pro lado e veja como a ocupação desses grupos é distribuída na capital, na Baixada Fluminense e no Leste Metropolitano, região onde ficam municípios como São Gonçalo e Niterói.
Para saber mais, acesse o Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, um estudo inédito produzido pelo Fogo Cruzado, em parceria com o @geni.uff, a partir dos dados do @disquedenunciaRJ.
O Mapa foi produzido com apoio da @bollbrasil e da @opensocietyfoundations. O @newspista é parceiro do projeto.
Publicações[editar | editar código-fonte]
AQUINO, Jânia Perla Diógenes de; HIRATA, Daniel. “Inserções etnográficas ao universo do crime: Algumas considerações sobre pesquisas realizadas no Brasil entre 2000 e 2017”. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, São Paulo, n. 84, 2/2017 (publicada em abril de 2018), pp.107-147, 2018.
GODOI, Rafael, Christoph Grillo, Carolina, Tonche, Juliana, Mallart, Fábio, Ramachiotti, Bruna, & Pagliari de Braud, Paula. (2020). Letalidade policial e respaldo institucional: perfil e processamento dos casos de “resistência seguida de morte” na cidade de São Paulo. Revista de Estudios Sociales, (73), 58-72.
GRILLO, Carolina Christoph, & Martins, Luana Almeida. (2020). Indo até o problema: Roubo e circulação na cidade do Rio de Janeiro. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, 13(3), 565-590. Epub February 05, 2021. LYRA, D. (2020). Operários da firma: mundo do trabalho no mundo do crime. Antropolitica – Revista Contemporanea De Antropologia, (50).
HIRATA, D., Christoph Grillo, C., & Dirk, R. (2021). Operaciones Policiales en Rio de Janeiro (2006-2020). RUNA, Archivo Para Las Ciencias Del Hombre, 42(1), 65-82.
Debates[editar | editar código-fonte]
Contato[editar | editar código-fonte]
Twitter: GENI - Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos
Facebook: GENI - Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos
Site institucional: http://geni.uff.br/
Email: velosohirata@gmail.com