Crianças negras e educação primária

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Crianças negras e educação primária é um verbete que traz reflexões sobre a sociabilidade de crianças negras no contexto escolar da educação infantil e aborda o caso de uma escola municipal na cidade de Salvador, capital da Bahia, que realiza uma experiência transformadora: Escola Municipal Eugenia Anna dos Santos (EMEAS), iniciativa do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, um dos terreiros mais tradicionais do Brasil.

Autoria: Nataliap13 e Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco[1]

Sobre[editar | editar código-fonte]

Numa perspectiva ampla, pouco nos dedicamos a entender o que as crianças tem a nos dizer. Clarice Cohn (2013) ao estudar os Xikrin, se debruçou em entender o que, para eles, significaria ser uma criança, seus sentidos e percepções. Ao transportamos para o contexto escravista do Brasil, esse tema se torna ainda mais delicado, visto que pessoas negras convivem com situações de enfrentamentos sociais, não se restringindo aos adultos.

A escola é um dos primeiros lugares de sociabilidade das crianças, portanto, crianças negras já se deparam com racismo, intolerância religiosa e, mais tarde, com poucas perspectivas de inserção dentro do mercado de trabalho. Na Bahia, vemos um exemplo da cultura ocidentalizada que pôde ser transformada através do candomblé. A Escola Municipal Eugenia Anna dos Santos (EMEAS), iniciativa do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, um dos terreiros mais tradicionais de Salvador e do Brasil, busca romper com as experiências infantis que quase sempre são fadadas a uma educação cristalizada e com caráter ocidental.

Escola Eugênia Anna dos Santos[editar | editar código-fonte]

Cleidiana Ramos e Paulo Oliveira[1]

Trecho do artigo: "Escola de terreiro reflete filosofia africana"

A escola Eugênia Anna dos Santos tem uma condição única entre 424 unidades da rede municipal. Ela está instalada no espaço do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá. Fundada em 1910 pela ialorixá que dá o nome à instituição, a escola oferece aos alunos privilégios raros: um projeto pedagógico todo baseado nas culturas africana e afro-brasileira; um currículo que parte desses elementos para ensinar matemática, linguagens e outras disciplinas; e uma área verde com árvores diversas para as crianças brincarem durante o recreio[1].

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

COHN, C. Concepções de infância e infâncias: um estado da arte da antropologia da criança no Brasil. Civitas - Revista de Ciências Sociais, v. 13, n. 2, p. 221, 30 jan. 2014.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Wikipedia

Museu dos Sertões

Ver também[editar | editar código-fonte]

  1. 1,0 1,1 1,2 Fontes de informação: ESCOLA de terreiro reflete filosofia africana – Meus Sertões. 6 dez. 2023. Disponível em: https://meussertoes.com.br/2023/12/06/escola-reflete-filosofia-africana-da-educacao-para-emancipar/. Acesso em: 25 fev. 2025.