Estrada do Catonho - Jardim Sulacap
Estrada do Catonho é uma favela localizada no bairro de Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro A principal via de acesso à comunidade é a própria Estrada do Catonho. A favela não apresenta informações alternativas de identificação, de acordo com os registros.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco[1].
Sobre[editar | editar código-fonte]
Estrada do Catonho é uma favela localizada no bairro de Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A principal via de acesso à comunidade é a própria Estrada do Catonho. A favela não apresenta informações alternativas de identificação, de acordo com os registros.
Este assentamento é classificado como isolado e possui menos de 100 domicílios, configurando-se como uma comunidade de pequeno porte. Em termos de urbanização, a Estrada do Catonho é considerada uma ocupação não urbanizada, com pouca ou nenhuma infraestrutura urbana presente.
A ocupação da área remonta ao período entre 1976 e 1985, com base em fotointerpretação de imagens aéreas realizadas pelo IPP. A formação da comunidade se deu ao longo desse período, caracterizando um processo gradual e informal de assentamento.
Dados Populacionais e Domiciliares[editar | editar código-fonte]
A evolução demográfica da Favela Estrada do Catonho foi acompanhada em censos e estimativas ao longo dos anos:
- Em 2000, não há informações disponíveis sobre a população e os domicílios da favela.
- Em 2010, o Censo Demográfico do IBGE, com base em informações do IPP, registrou uma população de 31 habitantes, distribuídos em 9 domicílios.
- Em 2022, a população foi estimada em 77 pessoas, com 35 domicílios, conforme dados preliminares do Censo Demográfico de 2022.
A densidade populacional para o ano de 2022 foi de 2,20 pessoas por domicílio, indicando um crescimento gradual na ocupação da área, mas ainda mantendo um nível de densidade relativamente baixo.
Os dados referentes a 2022 são estimativas, com base em informações preliminares do Censo Demográfico de 2022 divulgadas em março de 2024. Estes números podem ser revistos à medida que o IBGE finalize a nova malha censitária em novembro de 2024, o que pode alterar tanto os limites da favela quanto as estimativas de população e domicílios.
A Favela Estrada do Catonho, embora pequena e isolada, tem mostrado um crescimento populacional modesto, refletindo um processo de ocupação gradual desde a década de 1970. A comunidade ainda enfrenta desafios significativos relacionados à urbanização e à infraestrutura básica, aspectos típicos das favelas e assentamentos informais.
Serviços[editar | editar código-fonte]
A Estrada do Catonho possui diversos comércios locais, como autopeças, mecânicas, postos de gasolina, bares e restaurantes, casa noturna, hotel, mercados, além de ao menos dois centros religiosos com matriz africana, o Igbà Asè Igi Aféfé eo Ilê Axé Ya Omi. Desses comércios, vale destacar o Bar Pertinho do Céu, um estabelecimento que dispõe de apresentações musicais ao vivo, além de fornecer vista panorâmica para a parte Oeste do Rio de Janeiro. Contudo, serviços essenciais como escolas, unidades básicas de saúde ou de pronto atendimento, não estão instalados no local. Dessa forma, os moradores da região recorrem a serviços situados no Jardim Sulacap ou em Taquara para realizar consultar médicas ou matricular crianças e adolescentes em instituições de ensino.
Aqueduto do Catonho[editar | editar código-fonte]
Na região também se localiza o aqueduto do Catonho, que compõe parte da Adutora Veiga Brito. A estrutura possui uma extensão de 34 km, o que a torna significativamente maior do que a Ponte Rio-Niterói, que tem 13,2 km. A maior parte da adutora, também conhecida como Túnel do Lacerda, está localizada sob o solo ou em regiões montanhosas. Somente os trechos do Aqueduto do Catonho, além das partes de Senador Camará (Viegas) e Realengo (Barata), são visíveis.
A construção da adutora foi realizada na década de 1960 com o objetivo principal de garantir o abastecimento de água para o Rio de Janeiro até o ano 2000. Naquela época, a capital e grande parte da Região Metropolitana enfrentavam sérios problemas de escassez de água.
Considerada uma verdadeira "obra do século" devido à sua grandiosidade, a Adutora Veiga Brito atravessa o Parque Estadual da Pedra Branca. Sua trajetória tem início na Elevatória do Lameirão, em Santíssimo, passando pelo Jardim Sulacap e outros bairros até chegar ao Jardim Botânico.
Em relação às pontes que compõem a estrutura, a maior delas é a do Catonho, com 246 metros de comprimento e um declive de 0,84 metros. Outras pontes incluem a da Cachoeira, com 164 metros, e a do Governo, em Realengo, com 205 metros. Depois do Catonho, o aqueduto segue subterrâneo até o Jardim Botânico, passando pela Praça Seca, conforme informações do portal Bangu Viagem.
O governador Carlos Lacerda, na época da construção, foi acusado de acelerar a obra para obter benefícios eleitorais. Em 1965, ele inaugurou a "fase concluída" do Aqueduto do Catonho no Jardim Sulacap.
Hoje, a estrutura da Adutora Veiga Brito permanece em funcionamento, sendo um marco na história da infraestrutura hídrica da cidade e ponto turístico atualmente[2].
Mapa[editar | editar código-fonte]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Lista de Favelas do Município do Rio de Janeiro
Notas e referências
- ↑ Site do SABREN.
- ↑ LUCENA, Felipe. História da Adutora Veiga Brito: a obra do século do Rio de Janeiro. Diário do Rio. 12 dez 2023.