Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas
Verbete produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir das redes oficiais da coletiva.
Resumo[editar | editar código-fonte]
O Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas é uma organização da sociedade civil, fundada em 2006, por um grupo de jovens LGBT de Favelas.
Sobre[editar | editar código-fonte]
A trajetória deste coletivo é caracterizada por um interesse em comum dos jovens de trabalhar com a minimização dos preconceitos vividos por este segmento, de forma integrada e abrangente, com o foco na temática de Direitos Humanos e na Promoção da Saúde da população LGBT moradora de Favelas, na cidade do Rio de Janeiro. Assim, o Conexão G nasce com a missão de pensar para o espaço da Maré um projeto de longo prazo. Consciente da necessidade de mobilizar um número significativo de pessoas e de competências para essa imensa tarefa, o Conexão G, como expressa em seu próprio nome, busca viabilizar uma ação coletiva e articulada, de forma a construir um projeto com forte capacidade de impacto que objetiva contribuir na transformação da realidade local e de outros espaços de favelas.
Propósitos[editar | editar código-fonte]
Missão: Promover assistência às pessoas LGBTQI+ que vivem nas comunidades.
Visão: Referência no estado do Rio de Janeiro em assistência à pessoas LGBTQI+
Valores: Responsabilidade; Acolhimento; Respeito as pessoas; Integração; Diversidade cultural e humana;
Projetos[editar | editar código-fonte]
Observatório de Violências LGBTI+[editar | editar código-fonte]
O grupoconexaog dá início ao “Observatório de violências LGBTI+ em favelas”. Em parceria com a codingrights , o data_labe e o raceandequality , além do apoio do fundobrasil , do edital Elas Periféricas e das universidades de Manchester, Coventry, PUC-Rio e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Observatório tem como objetivo o mapeamento e monitoramento das violências sofridas por pessoas LGBTI+ em territórios de favela no município do Rio de Janeiro.
Com o projeto, almejamos mapear as violações de direitos, bem como processos de vulnerabilização que recaem especificamente sobre esses grupos, com o intuito de trazer à superfície as demandas das populações LGBTI+ que residem nesses territórios.
A produção de dados acerca da qualidade (e da possibilidade) de vida das nossas populações nas favelas é uma ferramenta fundamental frente ao descrédito das lideranças políticas acerca das condições de precariedade às quais estamos sujeitos.
Tendo em vista que as favelas não entram significativamente nos cálculos do Estado para a promoção de políticas públicas, uma vez que o mesmo opera na manutenção de projetos de invisibilização e matabilidade exercidos sobre nossos(as) corpos(as), temos como objetivo o constante diálogo com as instituições parceiras deste projeto e as lideranças de diferentes territórios de favelas no município do Rio de Janeiro. Assim, intencionamos convocar toda a população ao diálogo e a um exercício de olhar singular e atento no que diz respeito à implementação de políticas públicas que compreendam, acolham e fomentem nossas demandas.
Muito prazer eu Existo[editar | editar código-fonte]
Criação do “Núcleo Itinerante muito prazer eu Existo” para levar acolhimento, atendimento, orientação, encaminhamento e acompanhamento de pessoas vítimas ou não de preconceito e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero nas áreas social, psicológica e jurídica, garantindo acesso a direitos, serviços e políticas públicas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais vítimas ou não de violência.
Atividades principais:
· Formação de equipe.
· Divulgação e seleção da equipe do projeto.
· Contratação da equipe.
· Articulação com as lideranças comunitária das outras favelas.
· Realização das ações do núcleo itinerante.
· Atendimento do núcleo itinerante.
· Criação de um aplicativo de denúncias para a população LGBT de favelas.
+Direitos+Humanos - Chamada do grupo "Conexão G"
Conexão G
Contexto[editar | editar código-fonte]
Segundo dados do Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: ano de 2012, elaborado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, as denúncias de violência aumentaram 234% no estado em comparação ao ano de 2011, fazendo com que o Rio de Janeiro ocupe o 13º lugar no ranking. No ano de 2014, os Centros de Cidadania LGBT tiveram 3.899 atendimentos. Nas favelas, o preconceito e a discriminação se multiplicam. No Rio de Janeiro existe o programa Rio Sem Homofobia, que tem seu trabalho voltado para a população de classe média. Porém, a população moradora de favela fica à margem das ações. Ainda é preciso gritar “deixe me existir”.
Parcerias[editar | editar código-fonte]
- Fórum de Juventudes do Estado Rio de Janeiro.
- Conselho Nacional de Juventudes.
- Conselho Estadual de Juventude.
- Conselho Estadual LGBT.
Resultados[editar | editar código-fonte]
O principal objetivo do projeto, a criação do Núcleo Itinerante Muito Prazer Eu Existo” foi cumprido para levar serviços de acolhimento, atendimento, orientação, encaminhamento e acompanhamento a pessoas vítimas ou não de preconceito e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero nas áreas sociais, psicológicas e jurídicas. Também foram realizadas oficinas sobre direitos e cidadania; a formação de jovens em direitos humanos e cidadania e o atendimento a jovens vítimas de homofobia, transfobia e lesbofobia; produção de uma cartilha; criação de um banco de dados; mapeamento de violências e discriminação.