Labjaca

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Labjaca um laboratório de pesquisa, formação e produção de dados e narrativas sobre as favelas e  periferias, localizado na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro.

Autoria: Labjaca.
Favela gerando dados. Um laboratório de comunicação e pesquisa no Jacarezinho.

Sobre[editar | editar código-fonte]

Somos um laboratório de pesquisa, formação e produção de dados e narrativas sobre as favelas e  periferias, localizado na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro.

O grupo é formado 100%  por jovens negros que tem o audiovisual como carro chefe para divulgação científica dos dados e a potencialização das narrativas faveladas e periféricas, tornando a pesquisa acessível para a população.

Surgimos a partir da pandemia de COVID-19, na campanha do “Jaca contra o Corona” que atendeu  3.000 famílias em vulnerabilidade social no Jacarezinho, sabendo que os dados oficiais não condizem  com a realidade do território.

Nosso objetivo principal é desmarginalizar a narrativa do morador de favela, valorizando o conhecimento  que provém das comunidades para que sejam pautadas políticas públicas que visem fomentar esses  territórios, gerando impacto social.

Por meio da geração cidadã de dados realizada em parceria com os moradores e instituições, traçamos ações que representam nossas reais demandas e acompanhamos o desenvolvimento local, propondo meios para  a inversão do cenário atual.

Lab Jaca - Comunicação e pesquisa no Jacarezinho[editar | editar código-fonte]

Por Fabiana Batista | NPC

O contexto de pandemia da Covid-19 em 2020 impulsionou diferentes iniciativas em favelas do Rio de Janeiro que realizaram ações de solidariedade e de conscientização. Uma delas é o Lab Jaca que atua no Jacarezinho, Zona Norte.

A equipe é formada por 13 jovens, dentre eles Bruno Souza, coordenador de comunicação que conta com a contribuição de mais dois colegas e outros parceiros para criar conteúdo e divulgar as ações do grupo. Com o objetivo de criar uma agência de comunicação na comunidade, os jovens se juntaram em ações de solidariedade com distribuição de cestas básicas e kits de higiene. Além disso, rodaram as ruas com carros de som e penduraram faixas de conscientização sobre a doença.

Na rua, o Lab Jaca percebeu que os dados oficiais quanto às contaminações na favela não pareciam reais, e decidiram distribuir um formulário, junto com as doações, para dar início a uma pesquisa de dados. Perceberam, então, que havia uma subnotificação do Estado. Segundo Bruno, “a partir destes questionamentos começamos a nos reunir em torno de pesquisas em dados”. E divulgar, via redes sociais, conteúdos didáticos, produzidos em audiovisual, cards e legendas, para que a comunidade tenha acesso a dados conferidos por eles.Dentre eles, em junho de 2021, um card compara os preços dos materiais usados em operações policiais como caveirão com políticas públicas básicas, como auxílio emergencial, questiona quais são as prioridades do Estado no Jacarezinho. Já foram produzidos dados sobre covid, segurança pública e energia elétrica. Os jovens do Jacarezinho são os mais impactados pelo grupo, porém toda a comunidade os conhece e acompanha suas ações cotidianamente.

Não há jornal impresso, devido à falta de recursos.

Via redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), eles escolheram a linguagem do audiovisual como carro chefe, “pois entendemos que a grande maioria da população do jacarezinho é analfabeta”. Após a chacina da comunidade que matou 28 jovens, foi realizado um “grafitaço”, que reuniu mais de 30 grafiteiros de todo o Brasil e pintaram muros marcados por balas. O grupo pretende, após a pandemia, realizar mais uma edição desta ação junto com um sonho de realizar um Festival de Cultura.

Apresentação do coletivo e suas atividades, clique aqui para assistir.[editar | editar código-fonte]

LabJaca: favelas, dados e narrativas - Campanha Benfeitoria - Ano 2

Na visão do morador, clique para assistir o vídeo.[editar | editar código-fonte]

Aposto que você já ouviu falar muita coisa sobre o Jacarezinho, mas não dessa forma. Enxergar os problemas na favela é enxergar que eles podem ser solucionados. Conversamos sobre os problemas condicionados historicamente a nós, mas sobretudo mostramos que a favela é potente econômica e culturalmente, que pulsa vida, acolhe e forja caráter.

Permitir ao morador de favela ser figura central de sua narrativa é primordial. Está no ar o segundo episódio da nossa série - NA VISÃO DO MORADOR. Nesse episódio conversamos com Joel Luiz (advogado da favela do Jacarezinho), Júlio César (CEO da Jcré Facilitador), Leandro Fernandes (filósofo, pesquisador e educador comunitário) e com a Aline Reis e Weverton Augusto (agentes comunitários de saúde). Roteiro e direção: Bruno Sousa, Mariana Galdino e Vinicius Morais Câmeras / Som / Edição: Max Chagas e Gerente

1° Fórum popular no Jacarezinho, 2023.[editar | editar código-fonte]

No fim de abril, realizamos o 1° Fórum Popular do Jacarezinho. Junto com os moradores, entendemos as principais necessidades do nosso território. Divididos em grupos de diálogos, pensamos em melhorias para saúde, trabalho e renda, cultura e outros eixos, considerando a realidade da nossa favela. Identificar as demandas da comunidade é o primeiro passo para pesquisa Retratos Socioeconômicos do Jacarezinho, que será lançada em 2024.

O Fórum é fruto do Curso de Políticas Públicas, formação que fortaleceu lideranças e coletivos para pensar a favela como espaço de solução. Sabemos da ausência do poder público e valorizamos a participação de cada morador para formar novos caminhos para um futuro digno no Jacarezinho. É só o começo!

Boletim da dengue, 2022.[editar | editar código-fonte]

Boletim da dengue.png

Favelas e periferias representam uma concentração efetiva de pessoas pretas e pobres, com precarização de políticas públicas em diversos âmbitos, como a saúde e o meio ambiente. No Jacarezinho, o número de casos de tuberculose a cada 100 mil moradores é quatro vezes maior do que a média da cidade em 2019, sendo a favela nº 1 no ranking. As péssimas condições de moradia fazem as favelas terem a maior letalidade causada pela doença.

Falta de saneamento básico, esgoto a céu aberto, ausência de coleta de lixo, oferta irregular de água encanada, casas sem entrada de luz solar e com pouca circulação de ar, são alguns dos aspectos que fazem uma enorme lista de políticas e direitos básicos inexistentes. Tais fatores propulsionam a propagação de diversas doenças, como a tuberculose e a Covid-19, mas que também cercam outras que pouco ouvimos falar nesses últimos 2 anos: dengue, zika e chikungunya.

Diante deste cenário, o LabJaca elaborou este estudo, em parceria com o Infodengue (uma iniciativa da Fiocruz/FGV de monitoramento das arboviroses no Brasil), para explorar a relação entre dengue e favela, especialmente no contexto da pandemia da Covid-19.

Agradecemos imensamente a colaboração da equipe da Clínica da Família Anthidio Dias da Silveira e do Nica durante o trabalho de campo.

Manifesto da Comunidade Black e amigos da Kate[editar | editar código-fonte]

Manifesto amigos da Kate
Manifesto amigos da Kate

Em defesa da memória da Kathlen Romeu: Manifesto da Comunidade Black e amigos da Kate[editar | editar código-fonte]

No último dia 08 de junho de 2021, nós, amigos e familiares da Kathlen Romeu, tivemos um pedaço de nós arrancado. Comunidade Black era o nosso grupo de amigos negros e negras, do qual Kate era parte fundamental. A Kathlen era vida, parte integrante do nosso tão unido grupo “black” de viagens, “corres”, debates sobre questão racial, música, artes etc.

Kate era uma jovem de 24 anos, mulher negra e cria da favela. Carregava em seu ventre esperança, uma vida negra em formação. Ela era símbolo de alegria, compaixão, amor e luta. Jamais deixaremos que o legado de Kate venha a se apagar, ela sempre será lembrada como coragem, como alguém que sonhou, realizou e movimentou estruturas.

Basta ser negra ou negro, pobre, trabalhador ou favelado que sua vida vale menos. Quase 20 grávidas foram atingidas por tiros nos últimos anos, diversas crianças.

Desenvolvemos um plano de ação que se inicia com um memorial no Complexo do Lins, onde haverá um mutirão de grafite para transformarmos os muros cravejados de bala em arte. Temos como objetivo final preservar a memória da Kate e evidenciar o que ela representa pra nós. Gostaríamos de convidar a todos para mobilização e luta!

Serão nossas pautas e ações:

  • - Investigação das instituições públicas do Estado, Ministério Público, Polícia Civil etc.
  • - Plano de redução da letalidade das ações policiais, conforme determina o Supremo Tribunal Federal.
  • - Afastamento das ruas dos policiais envolvidos no caso.
  • - Construção do Memorial da Kathlen e homenagem às vítimas do genocídio do povo negro no Complexo do Lins.

Clique aqui, para assistir o registro das atividades junto ao IBGE[editar | editar código-fonte]

Adeus Aglomerados Subnormais - Seminário IBGE‎

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