Preta Velha (coletivo)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O Coletivo Preta Velha foi fundado em 2020 com o objetivo de promover a autonomia das mulheres negras e das comunidades periféricas de Porto Alegre. Localizado na Vila Cruzeiro, uma das áreas com indicadores socioeconômicos mais baixos da cidade, o coletivo busca oferecer espaços de formação e desenvolvimento pessoal e profissional, principalmente por meio de ações voltadas para a educação e geração de renda. O coletivo é um ponto de apoio fundamental para a comunidade da Vila Cruzeiro, com foco no empoderamento e no fortalecimento da identidade local.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.

Sobre[editar | editar código-fonte]

O Coletivo Preta Velha foi fundado em 2020 com o objetivo de promover a autonomia das mulheres negras e das comunidades periféricas de Porto Alegre. Localizado na Vila Cruzeiro, o coletivo busca oferecer espaços de formação e desenvolvimento pessoal e profissional, principalmente por meio de ações voltadas para a educação e geração de renda. Segundo uma matéria publicada no Jornal do Comércio[1], o coletivo é um ponto de apoio fundamental para a comunidade da Vila Cruzeiro, com foco no empoderamento e no fortalecimento da identidade local.

Tia Délia, fundadora do coletivo Preta Velha.

O Coletivo Preta Velha surgiu como uma resposta a lacunas no acesso a direitos e oportunidades, com o foco em criar alternativas para a população periférica de Porto Alegre. A fundação do coletivo se deu a partir de Tia Délia, a quem o coletivo homenageia através de seu nome, e da união de mulheres que visavam estabelecer um projeto com um forte compromisso político e cultural, voltado para as questões de gênero, raça e classe social. Essas mulheres criaram o coletivo não apenas para oferecer apoio e capacitação, mas também para criar um espaço de resistência e fortalecimento da identidade negra. No entanto, o coletivo não atua apenas no empoderamento feminino, mas também no fortalecimento das comunidades periféricas em geral.

A Vila Cruzeiro, onde o coletivo está localizado, é uma comunidade que enfrenta desafios relacionados à pobreza e à falta de infraestrutura. Como destacado pelo Diário Gaúcho[2], a escolha do local não é apenas estratégica, mas simbólica, pois é em áreas como essas que o coletivo pretende fazer a diferença, promovendo não apenas a inclusão social, mas também a valorização da cultura local e das pessoas que nela residem.

Estrutura[editar | editar código-fonte]

Fachada do coletivo em frente ao prédio utilizado para realização das atividades.

O Coletivo Preta Velha ocupa um antigo prédio escolar na Vila Cruzeiro. Esse espaço foi requalificado para servir como um centro comunitário, oferecendo um local para diversas atividades. O prédio, que anteriormente era utilizado para fins educacionais, agora funciona como um ambiente para capacitação, apoio e organização comunitária. A adaptação da escola para centro comunitário demonstra a flexibilidade e a capacidade de reapropriação de espaços, contribuindo para a construção de um lugar que atende às necessidades da população local.

As instalações incluem salas para oficinas de capacitação, encontros culturais, além de áreas destinadas ao atendimento emergencial e social. As adaptações do espaço refletem a filosofia do coletivo, que visa criar um ambiente acolhedor e funcional para todos os envolvidos. O prédio não apenas serve para atividades educativas, mas também se torna um ponto de resistência e solidariedade para a comunidade da Vila Cruzeiro.

Atividades[editar | editar código-fonte]

O Coletivo Preta Velha oferece diversas atividades para a comunidade, com destaque para as aulas de costura e artesanato. Essas atividades, segundo o Diário Gaúcho[2], são realizadas de forma gratuita e têm como principal objetivo a geração de renda, além de promover o desenvolvimento de habilidades que contribuem para a autonomia financeira das participantes. Por meio dessas oficinas, o coletivo visa capacitar mulheres para que elas possam empreender ou melhorar suas condições financeiras, gerando impacto tanto na vida pessoal quanto na vida coletiva.

Além das aulas práticas, o coletivo realiza outras atividades, como palestras e encontros de conscientização sobre questões sociais, raciais e de gênero. Essas ações de educação popular buscam fortalecer a compreensão de temas como a luta antirracista e o feminismo negro, conforme descrito pelo Jornal do Comércio[1]. Através dessas ações, o coletivo contribui para a construção de um espaço de aprendizado contínuo e de troca de experiências entre as participantes.

Enchentes de maio de 2024[editar | editar código-fonte]

Em maio de 2024, o estado do Rio Grande do Sul foi afetado por fortes chuvas e enchentes que atingiram diversas regiões, incluindo Porto Alegre. A Vila Cruzeiro, como várias áreas periféricas da cidade, sofreu com os impactos das inundações, que afetaram as casas e os comércios locais, deixando muitas famílias desabrigadas e em situação de vulnerabilidade. Durante esse período, o Coletivo Preta Velha desempenhou um papel fundamental no auxílio à comunidade.

De acordo com informações publicadas pelo Jornal do Comércio[1], o coletivo organizou ações emergenciais, fornecendo alimentos, roupas e material de primeiros socorros para as famílias afetadas pelas enchentes. Além disso, o coletivo também se dedicou a fornecer apoio psicológico e emocional para os moradores da Vila Cruzeiro, organizando espaços de escuta e apoio, como forma de minimizar o impacto do trauma causado pela tragédia.

Durante a crise, o coletivo também abriu uma cozinha solidária temporária que entregava entre 100 a 200 refeições para atingidos, desabrigados e à população local com o objetivo de combater a insegurança alimentar, visto que a cidade passava por um processo de desabastecimento de insumos[2].

A atuação do coletivo durante as enchentes demonstra a agilidade e a capacidade de resposta em momentos de crise, bem como o papel fundamental que essas organizações locais desempenham na organização e no apoio às comunidades. O Coletivo Preta Velha foi um dos muitos grupos que se envolveram na resposta à emergência, mas seu trabalho se destacou pelo vínculo com a comunidade e a confiança que o coletivo já havia construído com os moradores da região.

Papel do coletivo para a região[editar | editar código-fonte]

Desde sua criação, o Coletivo Preta Velha tem sido uma referência na Vila Cruzeiro. Através de suas atividades educativas e de capacitação, o coletivo contribui para a transformação de vidas, oferecendo novas perspectivas de futuro para as mulheres e moradores da região. Segundo o Jornal do Comércio[1], o impacto do coletivo vai além das aulas e eventos realizados, uma vez que ele também se tornou um ponto de apoio emocional e psicológico para aqueles que enfrentam desafios diários de sobrevivência e exclusão social.

Além disso, o Coletivo Preta Velha representa um ponto de resistência cultural. Ao promover ações que valorizam a cultura negra e a identidade periférica, o coletivo se torna uma referência para outros grupos que buscam fortalecer suas comunidades e garantir que suas vozes sejam ouvidas em um contexto de desigualdade social. O trabalho desenvolvido pelo coletivo é um exemplo de como iniciativas locais podem gerar transformações significativas nas comunidades periféricas.

Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

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Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas e referências