Projeto Tecendo Diálogos: Grupo de Trabalho Saúde Mental e Integral

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Autoria: Equipe Tecendo Diálogos

O grupo de trabalho atua na articulação das pautas mobilizadas pelo Fórum de Pré-vestibulares populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ) e do Fórum Favela Universidade (FFU). Compreende saúde de maneira integrada às condições de vida, segurança pública, território, moradia, empregabilidade, racismo, entre outros determinantes sociais. Busca realizar ações que fomentem a promoção da saúde através da tomada de consciência, do acesso e da garantia de direitos, da atuação coletiva e da organização popular, visando a incidência em políticas públicas, projetos e programas de saúde, educação e cultura voltados para as juventudes faveladas. Abaixo, algumas ações realizadas pelo Grupo de Trabalho:

Cartografia[editar | editar código-fonte]

A cartografia de narrativas surge a partir das discussões e formações realizadas nos encontros do GT de Saúde Mental articulando o Fórum Favela Universidade (FFU) e o Fórum de Prés Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ), com apoio do projeto Tecendo diálogos e produzindo conhecimentos: Juventude, Favela, promoção da saúde, e educação superior.

Trata-se de uma cartografia das narrativas, entendendo o que cada território e suas especificidades pensa e articula sobre saúde mental com o objetivo geral de estimular o acúmulo trazido das narrativas para dentro dos dispositivos já existentes no território e ampliá-los e de viabilizar o tema da saúde mental; discutindo através do conceito de promoção da saúde e saúde ampliada, assim como os determinantes sociais de saúde.

O método de pesquisa utilizado foi qualitativo, realizado por meio de entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas e fechadas, em formato online. As entrevistas aconteceram no segundo semestre de 2021, com integrantes dos territórios da Baixada Fluminense, Zona Leopoldina, Zona Norte, Zona Oeste, Zona Sul e Centro do Rio de  Janeiro, tendo o total de 18 participantes. O perfil de entrevistados contemplou profissionais terceirizados de faculdades e de dispositivos de saúde pública inseridos no território; profissionais de instituições parceiras ao GT de saúde mental (Pró- Reitoria de Extensão/PR-7 e professores universitários); profissionais de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial dos territórios; profissionais de SPA (Serviço de Psicologia Aplicada) que atuem nos territórios; moradores de favelas; moradores das periferias; famílias de   estudantes e estudantes universitários.

Nesta análise cartográfica, foi observado que praticamente todos os entrevistados expressaram um desejo pessoal de viver em uma cidade menos violenta, com educação de qualidade, um sistema de saúde público eficiente e segurança para explorar a cidade livremente, sem temores. Esses anseios estão alinhados com os princípios de uma sociedade democrática e igualitária. Os resultados desta pesquisa serão divulgados por meio de ações em diferentes territórios, buscando promover a saúde e a educação popular de maneira participativa e comprometida.

Oficina na Educação Básica[editar | editar código-fonte]

A oficina “Território e Saúde” fora realizada com duas turmas do ensino médio na Escola Bahia, no contexto da semana de educação para as relações étnico-raciais. A partir da percepção e das experiências cotidianas apontadas pelo corpo estudantil participante, falamos sobre pontos de cultura, educação, lazer, segurança pública, sonhos, expectativas e realidades do território da Maré, a questionar: como tudo isso dialoga com condições de saúde mental, física, integral? A Cartografia das Narrativas nos ajudou a refletir sobre pontos de diferença e interseções com territórios de outras partes da cidade.

Encontro com a Comissão de Combate ao Racismo[editar | editar código-fonte]

O trabalho em rede, junto a estudantes de universidades, escolas, pré-vestibulares populares e também com outros coletivos que se orientam pela pauta da saúde mental, é um dos interesses principais do GT. O encontro com a Comissão Especial de Combate ao Racismo da Câmara do Rio de Janeiro se deu entre essas articulações, uma roda de conversa propositiva, realizada na UERJ, para refletir práticas cotidianas e políticas públicas acerca de negritude e saúde mental.

Seminários de Saúde Mental[editar | editar código-fonte]

O seminário foi pelo eixo de saúde mental é a realização de seminário sobre ensino superior e saúde mental, com foco em estudantes provenientes de territórios de favelas e periferias, bem como militantes de movimentos sociais organizados nestes territórios. No dia 6 de agosto de 2022, o I Seminário de Saúde Mental do projeto Tecendo Diálogos ocorreu na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, na Fiocruz e contou com a participação de 130 pessoas, através das conferências e mesas redondas. Em 2023, o II Seminário de Saúde Mental foi realizado no Museu da Vida Fiocruz e contou com 192 pessoas, incluindo estudantes de pré-vestibulares populares, além do público que compõe a abrangência do Grupo de Trabalho.

Além de defender a educação pública de qualidade, os Fóruns de Pré-Vestibulares Populares e Favela-Universidade também promovem a saúde e o bem-estar da população por meio de suas práticas educacionais. Eles entendem que a promoção da saúde é um direito humano fundamental e que a educação é um dos principais determinantes sociais desse direito. Por isso, buscam construir espaços de educação que promovam territórios saudáveis e sustentáveis, onde a saúde não seja apenas uma questão individual, mas também coletiva.

I Seminário de Saúde Mental[editar | editar código-fonte]

Local: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – Fiocruz.

Data: 6 de agosto de 2022

O I Seminário de Saúde Mental do Tecendo Diálogos marcou um momento crucial ao unir os dois Fóruns em um diálogo conjunto, destacando a importância do tema para promover saúde em favelas e periferias. Ao oferecer uma variedade de mesas e oficinas que exploraram questões como exaustão, saúde pública, assistência estudantil, maternidade na universidade e impactos da violência, o evento proporcionou uma plataforma abrangente para abordar questões complexas relacionadas à saúde mental. A presença de especialistas e militantes de movimentos sociais enriqueceu as discussões, oferecendo diferentes perspectivas sobre os desafios enfrentados por territórios socioambientalmente vulnerabilizados. Essa iniciativa não apenas promoveu a conscientização sobre a importância da saúde mental, mas também estimulou o diálogo interdisciplinar e a colaboração entre os participantes, fortalecendo assim o compromisso com a criação de soluções mais inclusivas e eficazes para os problemas enfrentados nas comunidades atendidas pelos Fóruns.

Programação[editar | editar código-fonte]

Mesa de abertura: Políticas de permanência: da assistência estudantil à assistência ao docente. Como acolher a quem acolhe?

Mesas simultâneas:

Mobilidade Urbana;

Mães na Universidade; e

Impactos da violência armada na saúde dos discentes e docentes que atuam nos prés.

Oficinas:

Clube dos Exaustos;

Impactos da covid-19 na saúde mental: Como nos acolher; e

CINEDEBATE: Dá Margem ao Centro.

Pré-lançamento cartografia das narrativas

II Seminário de Saúde Mental[editar | editar código-fonte]

Local: Tenda da Ciência – Museu da Vida Fiocruz.

Data: 9 de setembro de 2023

O II Seminário de Saúde Mental do Tecendo Diálogos desempenhou um papel fundamental no fortalecimento da cooperação entre as universidades e as pessoas   de favelas e periferias, proporcionando um espaço para discutir questões relacionadas à saúde mental e educação popular. Ao abordar temas como redução de danos, educação sexual e cultura popular, o evento não apenas ampliou o conhecimento sobre esses assuntos, mas também promoveu uma maior conscientização e engajamento entre os participantes. Essa troca de conhecimentos e experiências contribuiu significativamente para a consolidação de estratégias mais eficazes e inclusivas na promoção da saúde mental e no fortalecimento das práticas educacionais nas comunidades vulneráveis.

Programação[editar | editar código-fonte]

Mesa de abertura "Cultura e Educação Popular: interseção na promoção da saúde"

Lançamento da Cartografia das Narrativas

Visitação ao Museu da Vida e Castelo Mourisco

Roda de conversa 1: "Redução de Danos, uma apologia ao cuidado: Educar para apropriação de si"

Roda de conversa 2: "Educação Sexual: visões ao redor do assunto"

Atividade cultural: Coletivo Pac’stao

O II Seminário de Saúde Mental ocorreu na Tenda da Ciência, no Museu da Vida – Fiocruz, em setembro de 2023. Contando, também, com visitação dos participantes ao Castelo Mourisco e ao Museu da vida na sua programação.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Tecendo Diálogos e produzindo conhecimento: juventude, favela, promoção da saúde e educação superior (projeto)