A saúde em favelas é um tema complexo e multifacetado, marcado por desafios estruturais, como a falta de acesso a serviços básicos, infraestrutura precária e desigualdades sociais. No entanto, iniciativas comunitárias e a articulação entre moradores, instituições científicas e políticas públicas têm demonstrado potencial para transformar essa realidade. Um marco nesse processo é o trabalho desenvolvido pelo 146x Favelas, que inaugurou novas estratégias de suporte a instituições, fortalecendo a parceria entre sociedade civil e poder público.

Autoria: Hugo Oliveira.

Sobre[editar | editar código-fonte]

As favelas brasileiras, que abrigam milhões de pessoas, enfrentam históricos problemas relacionados à saúde, como a falta de saneamento básico, coleta de lixo irregular, dificuldade de acesso a unidades de saúde e exposição a riscos ambientais. Essas condições contribuem para a proliferação de doenças infectocontagiosas, como dengue e tuberculose, além de agravar problemas crônicos, como hipertensão e diabetes.

Nesse contexto, o trabalho do 146x Favelas se destaca como uma iniciativa pioneira. Criado durante a pandemia de COVID-19, o projeto surgiu como uma resposta emergencial para suprir a falta de apoio governamental nas favelas. Ele atuou como uma ponte entre a sociedade civil e o poder público, mobilizando recursos, distribuindo insumos de saúde e fortalecendo redes de solidariedade. Além disso, o 146x Favelas inovou ao criar estratégias de suporte a instituições locais, capacitando lideranças comunitárias e promovendo a coleta de dados para embasar políticas públicas mais eficazes.

Estudos, como o realizado pela Fiocruz, destacam a importância da articulação entre as comunidades das favelas, instituições científicas e o sistema público de saúde. Essa colaboração pode gerar soluções inovadoras e contextualizadas, como a criação de políticas públicas mais eficazes e a promoção de pesquisas participativas, que envolvem os moradores no processo de diagnóstico e intervenção.

Além disso, organizações comunitárias e coletivos locais têm desempenhado um papel crucial na promoção da saúde, atuando como mediadores entre os moradores e o poder público. Essas iniciativas incluem campanhas de vacinação, mutirões de limpeza, oficinas de educação em saúde e a criação de redes de apoio psicossocial.

Apesar dos avanços, ainda há muitos desafios a serem superados, como a necessidade de maior investimento em infraestrutura, a garantia de acesso universal à saúde e o combate ao estigma e à discriminação que afetam as populações das favelas.

Destacamos a importância de abordar a saúde nas favelas de forma integrada, considerando as especificidades locais e a necessidade de colaboração entre diversos atores para garantir o direito à saúde para todos. O trabalho do 146x Favelas é um exemplo emblemático de como a parceria entre sociedade civil e poder público pode gerar impactos positivos e duradouros.